Capítulo 2 - William

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.... Enquanto escorregava seus dedos entre as nádegas peludas do entregador de legumes do restaurante, William alisava o volume do próprio pênis, que insistia em pulsar sob seu avental.

— Isto é pra você aprender a não me vender verdura estragada, seu filho da puta — o garçom sussurrava ao pé do ouvido do caminhoneiro enquanto penetrava ainda mais seu buraco pentelhudo, usando dedos grossos e anéis prateados.

— Tá... tá bom, chefe — O caminhoneiro ,que não parecia ter mais do que cinquenta anos, masturbava o pênis enrugado e grosso, que, assim como o próprio ânus, era coberto de pelos negros. — Caralho, nem minha mulher me deda assim — o caminhoneiro gemia, com o rosto pressionado contra a parede do beco, atrás do restaurante.

Aumentando a intensidade da dedada e parando no momento exato em que sentia a próstata do caminhoneiro inchar e soltar o líquido musgoso, William tirou os dois dedos de uma só vez, deixando o Caminhoneiro com o cuzinho peludo piscando.

— Só não me vende mais essa merda se quiser continuar dando esse rabo no "sigilão". — William retirava um maço de cigarro e um isqueiro do bolso do avental enquanto se escorava na parede do beco, observando a velocidade com a que o caminhoneiro vestia as calças e carregava o caixote com os legumes em direção á porta que dava acesso a parte de trás da cozinha.

Enquanto soltava fumaça pelo canto dos lábios rosados, o garçom observava o entardecer com a pouca luz clara que restava no céu, pensando se valeria a pena continuar em um trabalho que detestava, com a desculpa de que precisava bancar os gastos extras, mesmo sendo aluno bolsista em uma faculdade.

"Eu quero você fazendo essas viadagens bem longe da minha casa rapaz!"

A voz do tio, esbravejando enquanto o expulsava de casa há algumas semanas atrás ainda soava fresca na mente de William. Após perder os pais quando estava entrando na adolescência e não ter tido opções senão se mudar para a casa do tio com opiniões extremistas e que havia acabado de se aposentar do exército, William teve um início de descoberta sobre sua sexualidade, regado por trocas de masturbação com os amigos da escola e sexo oral, frequentemente feito no pai de seu melhor amigo quando ia visita-lo.

—Ô, Will, a Vanessa e o motoboy tão trepando de novo na dispensa, e o pessoal do salão tá caindo na gargalhada dos dois gemendo, pensando que não tem ninguém ouvindo. — Um dos rapazes que trabalhava na cozinha colocou o rosto para fora da porta de saída, alertando William, que, devido ao dia de folga do gerente, tinha sido nomeado como chefe do salão.

—Porra — o garçom dizia, com a voz cansada, enquanto apagava a bituca de cigarro com a ponta do sapato social.

Vendo a garçonete sair apressada da dispensa enquanto se achava no direito de gesticular o dedo do meio para os outros funcionários que a encaravam, William respirou fundo antes de caminhar até a porta da dispensa, imaginando o esporro que precisaria dar no dito motoboy que estava incluído na confusão.

Ao se deparar com a cena do rapaz de corpo magro caindo desajeitado sobre a prateleira, William correu o olhar rapidamente pelo peitoral desnudo e suado, que reluzia junto a correntinha de ouro.

— Tá olhando o que, porra? — O rapaz se levantava apressadamente, demonstrando o incômodo por se sentir observado por outro homem.

— Tô olhando a bagunça que você fez na dispensa, faltando meia hora pra começar o expediente. Não te avisaram que os motoboys do restaurante só tem permissão pra entrar na cozinha pela porta de trás? — O pensamento de excitação nem passou pela cabeça do garçom, que agora só pensava em como arrumaria tudo aquilo.

— Foi você quem entrou aqui pra me ver pelado, mano. E eu não tenho nada a ver com isso, não. Você que limpe essa merda aqui, que a noite vai ser correria pra entregar lanche do outro lado da cidade. — O motoboy procurava, em total desespero, pela camisa de uniforme do restaurante, enquanto William imaginava o quanto sentiria prazer em punir o rapaz por seu jeito petulante. Punir as pessoas durante o sexo era o fator que mais excitava o rapaz de avental.

Pensando nos boatos de que o gerente do restaurante já não estava satisfeito com os serviços e o jeito de Felipe e tendo que ouvir do chefe frases elitistas sobre o jeito "favelado" do motoboy, William resolveu terminar a conversa com o rapaz e sair da dispensa para procurar Vanessa, no intuito de dar um alerta à garota , que não escondia dos colegas do restaurante que estava ficando sério com o motoboy novato e gostoso.

— Eu ouvi dizer que o cara é pai e precisa desse emprego pra pagar as contas — William tentava dizer com o tom mais sério e calmo, já que não era de fato o chefe da garçonete. — O Figueiroa já tá pegando no pé do moleque por esse jeitinho marrento dele e, por mais velha de casa que você seja, não vai demorar muito pra você também rodar.

A garota ouvia, com os braços cruzados, e, mesmo pensando ser um desaforo ouvir esporro de outro garçom com o mesmo status que ela na carteira de trabalho, percebeu que, de fato, Felipe já estava claramente sendo perseguido pelo patrão elitista.

— Valeu pelo toque, Will. Não vai mais se repetir. — A garota forçava uma voz que tentava esconder a vergonha. — Mas você, mais do que ninguém aqui, entende o motivo de eu ter dado pra aquele gato, né? — Dando uma piscadinha safada, a garota tentou encontrar cumplicidade na única referência de homem gay, além dos personagens estereotipados que ela via nas novelas.

— Não força a barra — William disse, com a voz séria, mas terminou a frase com um meio sorriso de canto, exibindo suas covinhas, marcadas na sombra de sua barba.

Voltando do expediente para a república onde morava com os colegas da faculdade, William encontrou um ambiente totalmente desorganizado e cheirando a maconha, que logo reconheceu se tratar de uma cena pós resenha que seus outros amigos privilegiados podiam dar enquanto ele estava no trabalho.

— Caralho, Samuel! Deixou a casa uma zona de novo? — ele sussurrava no silêncio do apartamento e, largando a mochila sobre a meia parede que dividia a sala da cozinha, começou a recolher os copos e bitucas, espalhados pelo local.

Desde que fora expulso da casa dos tios e gentilmente acolhido por um colega de classe que lhe ofereceu uma vaga em uma república LGBTQ+, Will não conseguia mais ter duração saudável nos momentos de sono e focava a energia pegando bicos extras fora do horário de trabalho e estudando as matérias complexas do curso de Astronomia durante os poucos intervalos.

— Nossa, bicha. O senhor virou a noite servindo mesa em restaurante e ainda chega em casa com energia pra dar um "faxinão" — Samuel saía de um dos quartos do apartamento, totalmente pelado e a vontade, enquanto cumprimentava o amigo com um abraço. — Me fala o nome dessa bala que você está usando pra ter energia. — Willian podia sentir o hálito quente de Samuel baforando um bocejo em seu pescoço.

— Bom dia pra você também, dona bicha arrombada — William dizia, afastando o corpo do amigo e o cumprimentando com um selinho antes de se afastar. — É melhor ir lá escovar os dentes antes que o macho que você trouxe pra cá ontem a noite acorde e veja que a Cinderella já voltou a ser gata borralheira. — Will terminava de passar o café, que fazia questão de coar, já que não conseguia tomar o de mais ninguém.

Enquanto Samuca caminhava até o banheiro, William admirava, sem pudor, a bunda empinada do amigo, a quem costumava complementar o aluguel de formas mais picantes quando as gorjetas do restaurante já não eram tão generosas.

Observando o silêncio do resto do apartamento, William pensava que, mesmo com os momentos divertidos em seus dias de folga com outros moradores, ele sentia falta de privacidade e silêncio dos dias corridos que qualquer trabalhador e universitário necessitava.

— Eu preciso urgentemente procurar alguém pra dividir um aluguel — O jovem Garçom dizia, com a voz baixa, juntando os lábios para assoprar o copo com café.

O Parça com quem eu Divido o Aluguel [Romance Hot 2024]Onde histórias criam vida. Descubra agora