𝟎𝟑

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— Há mais de uma década, mas isso não vem ao caso. — Disse Narcissa, sua voz soando distante, como se as memórias fossem uma janela que preferia manter fechada.

— Como não? Você é jurada de morte pelos Volturi e pode nos prejudicar. — Edward não estava convencido, seus olhos dourados brilhando com desconfiança.

— Edward, ela só está em uma visita. — Carlisle interveio, tentando acalmar a situação com seu tom suave.

— Pode ser perigoso pra Bella.

— Bella. Bella. Bella. Tudo pra você só gira em torno dela? — Rosalie disse impaciente, sua beleza etérea tornando-se sombria com a irritação.

— Não se meta.

— Se acalmem todos! Estou aqui apenas fazendo uma visita cordial. — Narcissa se levantou, cruzando os braços e encarando a todos com tédio pela forma que agiam. Não pareciam imortais. A sala ficou em silêncio enquanto seu olhar passava de um para o outro, desafiando-os.

— Como podemos ter certeza disso? — Edward continuou instigando o assunto, sua postura tensa denunciando a sua inquietação.

— Minha palavra basta!

— Não conhecemos você. — Alice sussurrou incerta, seu olhar perscrutando Narcissa.

— Carlisle me conhece!

— E é o suficiente para todos. Cissy é minha amiga, confio nela e peço que façam o mesmo. — Carlisle tomou a frente e tocou no ombro da amiga em reconforto, sua expressão firme e tranquilizadora.

— Carlisle tem razão, queridos. Ele nunca nos colocou em perigo. — Esme apoiou o marido e sorriu para todos com a doçura de alguém que estabelece a paz. Todos pareceram refletir e concordar com os dois.

— Obrigada, Esme. — Narcissa sorriu fraco pelo apoio, sentindo a tensão se dissipar aos poucos. Afundou as mãos nos bolsos, sabendo que precisaria de uma luva para se controlar com tantas pessoas diferentes ao seu redor. Edward voltou ao questionamento anterior e ela demorou a responder, perdida em seus próprios pensamentos.

— Você ainda não disse qual é o seu dom.

— Meu dom é o seu dom.

— Você lê mentes?

— Talvez.

— Sim ou não?

— Eu tenho o poder de copiar qualquer dom. Ler mentes, ver coisas, qualquer coisa.

— Você é incrível! — Charlotte a olhou com os lábios parcialmente abertos, e todos pareciam admirados com Cissy.

— Obrigada, mas não é pra tanto.

— Como isso é possível? — Edward perguntou, seus olhos se estreitando.

— Se eu tocar em você posso copiar seu poder, pensamentos, lembranças...

— Então é por isso que a sua mente é essa bagunça? São lembranças de várias pessoas.

— Exatamente, e por isso evito contato físico. Às vezes me deixo levar, mas nem sempre consigo controlar e acabo copiando.

— Podemos arrumar umas luvas. — Rosalie surpreendeu a todos com sua ideia.

— Seria bom... — Cissy sorriu, mesmo que pequeno, apreciando o gesto.

Com a ideia de Rosalie sobre as luvas sendo bem aceita, Alice subiu rapidamente para trazer luvas para a morena, que ficou feliz com o gesto. O ambiente parecia melhorar com as horas e assim passaram dois dias. Narcissa não costumava passar mais de dois dias sem caçar e já estava impaciente com a sede de sangue. Felizmente, Bella não tinha aparecido na casa recentemente ou não teria resistido ao sangue da garota. Sabia disso e se sentia aliviada por Edward não conseguir ler sua mente. Esme, percebendo a inquietude de Narcissa, deu a ideia de chamá-la para caçar e assim elas foram para a floresta.

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⏰ Última atualização: Jul 17 ⏰

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𝐈𝐍𝐄𝐕𝐈𝐓𝐀́𝐕𝐄𝐋 | ʳᵒˢᵃˡᶦᵉ ʰᵃˡᵉOnde histórias criam vida. Descubra agora