Depois de mais dez minutos dirigindo, finalmente chegamos ao tal lugar que Walker queria tanto me mostrar. Já estava de noite, o que fazia o lugar ficar mais lindo ainda.Estávamos diante de um mirante, com uma paisagem deslumbrante do mar e do céu azul-marinho estrelado.
— Uau, Walker. Isso é... — Meus olhos brilharam.
— Lindo, não é? — Sorriu — É um dos meus lugares preferidos.
Fiquei observando a paisagem por mais alguns minutos.
— Quando conheceu esse lugar? — Perguntei, sorrindo.
— Ah, foi em uma época difícil da minha vida. — Comentou — No auge dos meus dezesseis anos, tudo parecia estar cada vez mais confuso. Como eu já tinha carteira de habilitação e já podia dirigir, acabei dando um surto de adolescente completo e saí dirigindo revoltado pelas ruas, até que achei esse lugar, e agora aqui é o meu cantinho de paz.
— Hum, interessante. — Voltei meus olhos para a paisagem — E por que está me mostrando ele? Se esse é seu lugar de paz, não deveria ser só seu?
— Quis compartilhar ele com você — Olhou para a paisagem — Sei que está passando por um momento difícil, então achei que você merecia saber que esse lugar existia.
— Eu poderia muito bem achar o meu cantinho de conforto. — Desafiei.
— Mas esse é diferente — Falou — Você nunca vai encontrar algum lugar como aqui.
— Tem razão — Suspirei — Acho que não.
— Foi para cá onde eu vim todas as noites que chorei, a maioria — Confessou — Isso é bem pessoal. Teve uma noite que até acampei aqui.
— Sozinho?
— Sozinho. — Assentiu.
— Nossa... — Fiz biquinho — É realmente muito corajoso da sua parte.
Estendi minha mão para o ar, apenas sentindo a brisa tocar em mim.
— Realmente, isso aqui cura até depressão. — Ironizei.
— Por isso que te trouxe aqui.
Minha expressão foi se fechando cada vez mais.
— Sabe, eu acho que exagerei com você.
Ele se virou para mim.
— É?
— Sim. Me desculpa, eu estou passando por uns momentos delicados e não tenho controle das minhas emoções.
— Eu sei bem como é. Já passei por isso também.
Sorri fraco.
— Você é ótimo, Walker. Eu realmente te tratei de uma forma não muito madura e meio rude, as vezes eu até me pergunto o que eu penso que estou falando para as pessoas quando vejo o estrago que já fiz.
Walker se aproximou de mim e segurou em minha mão.
— Você não precisa se desculpar, eu sei muito bem pelo que está passando — Olhou profundamente para mim — Eu entendo todas as suas dores e você tem direito de se expressar da sua forma. Cada um tem sua forma de expressar seus sentimentos.
Afastei minha mão da sua.
— É muita gentileza da sua parte, Walker. — Falei.
Ele sorriu levemente e voltou a olhar para a paisagem. A noite era tão bela, eu poderia passar horas naquele lugar.
— Eu não quero voltar para casa — Confessei.
— Por que? — Perguntou, parecendo meio surpreso.
— Meus pais não facilitam nada na minha vida. Eles dão prioridade para Tom desde quando ele nasceu, sabendo que eu estava passando por momentos difíceis.
— É só por isso que você não quer voltar?
O olhei, franzindo o cenho.
— Está falando sério?
— Claro que não — Riu — Eu entendo você.
— Mas se eu passasse a noite fora, seria capaz dos meus pais me matarem.
Ficamos em silêncio por alguns segundos e então, Walker falou:
— Acho que já está na hora — Checou seu celular, o tirando do bolso — E não podemos ficar muito tempo aqui, é perigoso e já está de noite.
— Falou o garoto que acampou uma vez aqui. — Zombei.
Ele deu aquela típica risada.
— Já chega, vamos.
Walker foi descer os três degraus que nos levava para o carro novamente, mas antes que ele pudesse chegar lá, segurei seu pulso. Ele se virou para trás e olhou para mim. Nossos olhos se encontraram como a lua e o sol em um eclipse.
— O que foi, Hill?
— Aquela hora... Na escola, que a Heather te fez aquela pergunta.
Ele desviou o olhar. Larguei minha mão de seu pulso.
— Aquilo foi verdade? Eu? Por que eu, Walker? Eu sumi por dois anos, você tinha tantas pessoas para arranjar depois daquilo, e faz tanto tempo...
— Porque eu amei você, Hillary. — Disse, seriamente — Eu nunca amei ninguém antes, você foi a primeira e a única.
Meus olhos lacrimejaram e aquele dia em que tudo aconteceu me veio a tona como uma tempestade.
— Mas você podia ter procurado outra pessoa — Enxuguei uma pequena lágrima que descia de meu olho — Você podia ter procurado outro alguém. E se eu nunca mais voltasse? E se você nunca mais fosse me ver? Aquilo para mim tinha sido o fim de tudo...
— Mas para mim, não. — Me interrompeu — Para mim nunca houve fim.
Me espantei realmente com sua resposta. Meu coração aqueceu e um calor familiar percorreu por meu corpo inteiro. Me senti como se estivesse com febre, como se estivesse flutuando em nuvens feitas de algodão doce. Eu não sei o que aconteceu exatamente ou muito menos explicar, mas quando menos percebi, meus lábios já estavam selados com o de Walker.
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𝐌𝐄𝐌𝐎𝐑𝐈𝐄𝐒, walker scobell.
Fanfiction𝐀𝐏𝐎́𝐒 dois anos na Inglaterra concluindo seu tratamento, Hillary finalmente se cura de sua doença e resolve voltar com sua família para sua cidade de nascença. 𝐂𝐎𝐌 tudo o que aconteceu, Hillary não pôde evitar de obter mudanças em sua person...