CAPÍTULO 3 - QUEBRANDO AS REGRAS

8 2 0
                                    


Escuto a risada nervosa de Hande e sinto seu desconforto com o olhar severo de Kerem. 

― Estava dizendo para Hafsa que depois do almoço o senhor terá uma reunião com a equipe e precisará que a sala esteja organizada com os relatórios― ela mente.

Kerem me olha um pouco abismado ao notar alguma emoção em meus olhos. Respiro fundo e afasto meus olhos dos seus.

 Ou talvez esteja me avisando para não passar por cima de sua própria ordem ― revelo fingindo inocência. 

Posso sentir o medo de Hande, quero sorrir mais não consigo, minha ira não é para essa mente pequena. Engulo seco, sentindo meus olhos arderem.

― Sinto muito, senhor Bürsin. Não foi minha intenção ― ela murmura com a voz um pouco chorosa.

― NÃO FOI SUA INTENÇÃO! 

Olho para Kerem me assustando com seu tom de voz. Meus ouvidos zumbem com a tensão do pouco espaço há entre nós. Kerem olha para Hande com ódio, seus olhos fervem e sua mandíbula se mostra mais apertada. Seus ombros largos e rígidos se erguem mostrando sua fúria. Ele é como um inferno naquele estado.

Sinto meu corpo mole e tenho quase certeza que é por causa do seu humor inesperado. Eu não posso enfraquecer.

― Senhor Bürsin― Hande tenta se explicar, mas Kerem  a interrompe.

― Saía da minha frente! ― ele sibila friamente para ela.

Ela se afasta rapidamente em passos largos e de cabeça baixa deixando-me com Kerem. Fecho meus olhos respirando fundo diversas vezes para controlar a tensão em meu corpo.

― Hafsa? ― sua voz não deveria ser tão intensa para mim. ― Você está bem?

Quero me afastar da intensidade que me atinge. Sinto que ele se aproxima de mim e tento me afastar. Seus braços envolvem minha cintura velozmente me firmando perto de seu corpo, suas mãos me apertam e estremeço com seu toque. Minha intenção é afastar, seria errado demais me envolver tanto a ponto de perder tudo. Sua respiração tensa invade a minha. Seu aroma intenso é suave e penetrante. Quando dou por mim, como se fosse hipnotizada por sua respiração, pelo seu cheiro e pelos seus braços, me aconchego em seu peitoral me aninhando a ele. O pior de tudo é que era o lugar mais seguro que já senti em toda minha vida.

― Eu estou melhor ― murmuro apertando-o. Kerem envolve seus braços em mim um pouco duvidoso, mas logo sinto seu corpo relaxar e me apertar mais para seu corpo. Eu não poderia querer um lugar tão confortável como aquele. Mas eu tinha que me afastar, não era esse o jogo e meu corpo me traia.

― Está tudo bem ― ele sussurra em minha cabeça com intensidade e aperto mais seu corpo. Franzo a testa querendo destravar meus braços que o cerca. Meus dedos sentem a força muscular por cima do fino tecido de sua camisa.

― Kerem?

Escuto uma voz, tirando da minha profunda calmaria, e me solto de Kerem rapidamente, odiando-me por revelar minha fraqueza. Viramos e vemos Pamir com seu terno escuro, parado olhando para nós dois desconfiado. Os braços firmes e quentes ainda me envolvem, ele também parece embaraçado quando o olho. Pamir mantém sua carranca e frieza nos olhos para seu filho e diretamente para mim. Recomponho-me em meus saltos. 

Kerem se endireita para o pai mesmo ainda permanecendo com um dos seus braços ao meu redor.

― Pensei encontrar meu filho trabalhando no escritório ― ele me olha por um instante. ― Trabalhando e não agarrado com uma funcionária ― dispara com descrença. 

Obsessive RevengeOnde histórias criam vida. Descubra agora