12. Eu ainda te am...

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• Clara •

— De novo? — A Jeinlyn falou. — Acho até que vocês ainda se gostam, não param de foder.

— Jeinlyn! — Repreendi ela colocando as mãos na cara envergonhada.

— Mas é sério, amiga. Da onde que ex transam?

— Recaídas, tá bom? Mas somos só amigos.

— Aham, amigos. — Mostrei o dedo.

— Sabe, as vezes eu me sinto culpado por fazer isso, mas é maior que eu.

— Se sente culpada por que, amiga?

—  Sei lá, tenho medo de tá nos prendendo numa coisa que nem vai dar em nada. Como o Rafael falou, eu nunca vou arranjar alguém assim e consequentemente ele também não, eu acho

— Que isso, Clara, pensa isso não porque talvez vocês já encontraram alguém só não perceberam ainda.

— Jeinlyn! Se não deu certo uma vez porque daria de novo?

— Nem tudo é questão de uma vez. Talvez o que vocês passaram antes de terminar não foi bem resolvido, mas ainda se amam.

— Claro que eu amo ele, ele faz parte da minha vida!

— Clara, amar mais que amigos como você amava a alguns anos atrás e ainda ama.

— Para de falar bobagem, Jeinlyn.

— Bobagem? — Revirei os olhos.

Alguém bateu na porta do quarto e abriu.

— Vocês já tão prontas? — O Teto entrou e se aproximou da Jeinlyn abraçando ela por trás.

— Já sim, Teto, só tenho que fechar essa mala que não quer fechar de jeito nenhum.

...

Já faz alguns dias que voltamos de viagem e o Matheus queria passar um tempo com o Caiê, então tava levando ele pra casa dele.

E queria aproveitar pra conversar com ele sobre nós. O que a Jeinlyn me falou naquele dia ficou martelando na minha cabeça e queria saber da parte dele o que ele acha que somos realmente.

Toquei a campainha e esperei alguém abrir.

— Oi Clara. — Matheus abriu a porta.

— Oi, Matheus. A gente pode conversar?

— Claro, entra.

— Oi, Luci. Oi, Nox. — Cumprimentei.

— Como você tá Clara? — A mãe do Matheus perguntou.

— Tô bem. — Sorri.

— E você querido? — Dei o Caiê pra ela.

— Oi vovó.

Segui o Matheus até o quarto dele pra conversar.

— O que houve? Tá tudo bem? — Me sentei do lado dele e sorri percebendo a preocupação.

— Tá tudo bem sim, é que... O que somos pra você? — o encarei.

— O quê?

— O que somos pra você?! O que você acha que somos?! Como você considera nossa relação?! — Falei nervosa.

— Somos amigos, não?

— Pois é, mas e as nossas recaídas? O que significa?

— São só recaídas...

— Eu... Eu quero parar com isso, não quero me prender a algo que não exista mais e eu tenho medo de não conseguir seguir em frente e achar outra pessoa pra conviver e...

— Ei, Clara, calma! — Suspirei. — Você não gosta do que a gente tem?

— Mas o que é isso que a gente tem exatamente?!

— O que aconteceu, em? Por que você tá assim?

— Por que a gente ainda faz isso, Tuê?

— Eu também não sei... É uma coisa que vem do nada, só de eu estar do seu lado eu sinto que eu preciso de você, bem mais do que eu já tenho. — Sorri fraco.

— Ainda gosta de mim?

— Pra falar a verdade, eu não sei, isso é meio confuso pra mim. Se você quiser parar com isso que rola entre nós dois, eu me aguento.

— Nem eu me aguento. — Sussurrei. — Mas na verdade eu tô com medo, medo do futuro e não conseguir seguir em frente com outra pessoa.

— Por causa minha, não é? Por isso tá pedindo pra parar, foi o Rafael que falou isso pra você, não foi? Você vai ficar acreditando nessas merda que ele te falava?

— Foi ele que falou, mas quando eu e ele estávamos juntos também rolava umas recaídas entre eu e você, e quando eu arranjar outra pessoa vamos ficar fazendo isso também?

— Você mesma falou que vocês não tinham nada, que namorar é uma palavra forte.

— Tá, tudo bem, mas agora é diferente.

— Diferente como?

— Só vamos para, por favor.

— Mas eu quero entender o que houve?

— É medo, eu só tô com medo. Eu quero seguir em frente, já você não sei, mas precisamos parar.

— Não, beleza — Assentiu. — Se você quiser assim, tudo bem então. — Se levantou. — Acho que já conversamos, não?

— Matheus...

— Clara, por favor. — Fez sinal pra mim ir embora.

— Sério, que você vai ficar chateado com isso.

— É por que você não entende que eu ainda te a... — Suspirou. — Eu gosto disso que a gente tem, mas se você quiser parar por mim tudo bem. — Estiquei meus pés pra dar um beijo na bochecha dele e fui embora.

Notas

Quase 1 mês sem atualizar, desculpemmm.

Depois do Término | Matuê Onde histórias criam vida. Descubra agora