A sociedade sempre impõe desde quando somos pequenos o que é certo e o errado. E muitas das vezes, o errado é sim certo. Nessa história, Lyan enfrenta um conflito entre a aceitação da sua própria sexualidade, além de um pai totalmente preconceituoso...
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Lyan Miller,point of view São Paulo, Brasil
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Vocês já jogaram algum esporte que tem bola e levaram uma bolada na cara, barriga, ou em qualquer outro lugar do seu corpo?
Acho que uma das piores sensações é levar uma bolada.
E agora, eu estava provando dessa sensação. Me distrai no meio da partida de handebol. Motivos? Estava pensando no Noah. E esses pensamentos me fizeram ter um vermelhão no rosto.
― PRESTA ATENÇÃO! ― Ouço meu pai bravo.
Engraçado, um "Nossa filho, você tá bem?", "Se manchou?", "Tem condições de continuar jogando?", cairia bem. Mas, nem o papel de pai ele faz e assim que recebo a bolada, tenho que voltar a jogar e fingir que nada aconteceu.
― Lyan, desculpa. Errei a mira! ― Caio, um dos jogadores do time diz.
― Foi nada! ― Claramente só falei isso por educação, porque a marca da bola no rosto nega.
― Lyan, só pela distração, vai dar cinco voltas agora na quadra. ― Meu pai manda. ― E o resto já está dispensado.
Sério? Eu ainda tenho que correr depois de um acidente que dependendo poderia me deixar com sequelas?
Juro, eu odeio meu pai.
❁
Depois das cinco voltas, vou para o vestiário que está vazio. Pego minhas coisas e nem me importo de tomar banho, ali. Queria ir para o quarto resolver as coisas com o Noah o mais rápido possível.
No meio do caminho, encontro novamente a pessoa que no momento eu odeio o mesmo tanto que odeio meu pai.
― Olha quem está aí. O menino que não conseguiu proteger o namoradinho ontem. ― Ágatha sarcástica como sempre começa a zombar.
