capítulo 4: beto

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Eu sempre fui um garoto divertido. Não que eu quisesse ser assim. Eu só não conseguia ficar sério em lugar nenhum. Na escola, eu era engraçado ou chato pelos meus colegas. Em casa, eu era palhaço ou bagunceiro pelos meus pais. Eu não tinha ninguém com quem rir, ninguém que me divertisse, ninguém que me alegrasse. A única coisa que me fazia feliz era o meu parque. Lá, eu podia ser bobo, sem críticas, sem cobranças, sem culpa. Lá, eu podia fazer piadas, inventar brincadeiras, viajar para outros lugares. Lá, eu tinha o meu amigo. O meu amigo imaginário.

Eu sei que pode parecer estranho, ou infantil, ou louco. Mas eu não ligo. O meu amigo imaginário é a melhor coisa que já me aconteceu. Ele é o único que me ri, me diverte, me surpreende, me anima. Ele é o único que me faz sentir feliz. Ele é o meu parceiro, o meu aliado, o meu irmão. Ele é o meu macaco.

O nome dele é Banana. Ele é um macaco marrom e amarelo, com pelos macios, rabo comprido, nariz arrebitado e boca grande. Ele é o mais engraçado, o mais esperto, o mais malandro e o mais simpático de todos os macacos. Ele pode pular, escalar, balançar, imitar e fazer tudo o que um macaco pode fazer. Ele é o meu herói.

Juntos, nós formamos uma dupla. Uma dupla que ninguém mais pode ver, nem ouvir, nem tocar. Mas uma dupla que existe, que é real, que é minha. E eu sou dele.

Nós nos encontramos todos os dias, depois da escola, no meu parque. Nós conversamos sobre tudo, sobre nós, sobre o mundo, sobre os nossos planos. Nós brincamos de tudo, de esconde-esconde, de pega-pega, de careta, de mímica. Nós viajamos para tudo, para a ilha tropical, para a selva africana, para o circo dos horrores, para o navio pirata, para o zoológico maluco. Nós vivemos as nossas aventuras, conhecemos os nossos animais, fazemos os nossos amigos, contamos os nossos segredos, rimos dos nossos problemas. Nós somos felizes, muito felizes. Nós somos o clube dos amigos imaginários. E ninguém pode nos aborrecer.

Pelo menos, era o que eu pensava. Até que um dia, tudo mudou. Um dia, eu descobri que eu não era o único que tinha um amigo imaginário. Um dia, eu conheci outras quatro garotas que também tinham os seus próprios companheiros invisíveis. Um dia, eu entrei para um novo clube. Um clube que mudaria a minha vida para sempre. Um clube que me mostraria que a realidade pode ser tão divertida quanto a imaginação. Um clube que me ensinaria o verdadeiro significado da alegria.

Mas isso é outra história. Uma história que eu vou contar para vocês. Uma história que prossegue assim...

O Clube dos Amigos Imaginários - EBOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora