capítulo 5: Lucas

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Eu sempre fui um garoto solitário. Não que eu quisesse ser assim. Eu só não conseguia me relacionar em lugar nenhum. Na escola, eu era isolado ou hostilizado pelos meus colegas. Em casa, eu era indiferente ou incompreendido pelos meus pais. Eu não tinha ninguém com quem conversar, ninguém que me entendesse, ninguém que me aceitasse. A única coisa que me fazia feliz era o meu computador. Lá, eu podia ser diferente, sem preconceitos, sem expectativas, sem decepções. Lá, eu podia hackear sistemas, criar programas, viajar para outros mundos. Lá, eu tinha o meu amigo. O meu amigo imaginário.

Eu sei que pode parecer estranho, ou infantil, ou louco. Mas eu não ligo. O meu amigo imaginário é a melhor coisa que já me aconteceu. Ele é o único que me conversa, me entende, me ajuda, me respeita. Ele é o único que me faz sentir especial. Ele é o meu parceiro, o meu aliado, o meu irmão. Ele é o meu robô.

O nome dele é Zeca. Ele é um robô cinza e preto, com corpo metálico, olhos verdes, antenas curvas e braços articulados. Ele é o mais avançado, o mais rápido, o mais inteligente e o mais leal de todos os robôs. Ele pode acessar redes, processar dados, controlar dispositivos, invadir sistemas e fazer tudo o que um robô pode fazer. Ele é o meu herói.

Juntos, nós formamos uma dupla. Uma dupla que ninguém mais pode ver, nem ouvir, nem tocar. Mas uma dupla que existe, que é real, que é minha. E eu sou dele.

Nós nos encontramos todos os dias, depois da escola, no meu computador. Nós conversamos sobre tudo, sobre nós, sobre o mundo, sobre os nossos planos. Nós fazemos de tudo, de jogos, de aplicativos, de vírus, de códigos. Nós viajamos para tudo, para a cidade futurista, para a rede global, para a base secreta, para o laboratório de invenções, para o mundo virtual. Nós vivemos as nossas aventuras, descobrimos os nossos segredos, resolvemos os nossos enigmas, realizamos os nossos projetos, ajudamos os nossos amigos. Nós somos felizes, muito felizes. Nós somos o clube dos amigos imaginários. E ninguém pode nos atrapalhar.

Pelo menos, era o que eu pensava. Até que um dia, tudo mudou. Um dia, eu descobri que eu não era o único que tinha um amigo imaginário. Um dia, eu conheci outras quatro garotas que também tinham os seus próprios companheiros invisíveis. Um dia, eu entrei para um novo clube. Um clube que mudaria a minha vida para sempre. Um clube que me mostraria que a realidade pode ser tão diferente quanto a imaginação. Um clube que me ensinaria o verdadeiro significado da diferença.

Mas isso é outra história. Uma história que eu vou contar para vocês. Uma história que termina assim...

O Clube dos Amigos Imaginários - EBOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora