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A primeira coisa que noto assim que atravessamos o enorme amontoado de corais e algas é o enorme e escuro vale. É como se o recife acabasse na beira de um precipício, e depois dele... Não há nada além do imenso e meio assustador vazio.— O mar aberto. — Wyatt explica, me fazendo engolir em seco. Não há absolutamente nada depois daqui, tudo o que consigo ver são as sombras de alguns tubarões nadando de forma pacífica, quase no limite da minha visão. A maioria deles são tubarões brancos, mas alguns deles tem listras levemente mais escuras, características dos tubarões tristes, e alguns também são tubarões cabeça de martelo.
— Vamos ter que nadar para lá? — Forço a visão para encontrar alguma coisa além desse monte de "nada", mas é impossível ver alguma coisa. Será que vamos ter que nadar em mar aberto agora? Nessa imensidão assustadora?
— Não. Vamos até lá embaixo agora. — Wyatt aponta para baixo, me fazendo olhar para baixo e dar de cara com um monte de... Nada.
Tudo que vejo é outro enorme paredão, semelhante ao em que fica o túnel. A diferença é que esse é muito maior, indo tão fundo que a luz se perde na metade do caminho, me impossibilitando de ver o fundo do mar.
Abro a boca para dizer alguma coisa, mas Wyatt mergulha e começa a nadar lá para baixo rapidamente, e eu não tenho escolha a não ser segui-lo, batendo rapidamente a cauda de forma ritmada.
O paredão tem alguns veios mais claros, não são exatamente transparentes com o vidro marinho ou luminosos como os diamantes, então deve ser o quartzo beta do qual Wyatt falou.
À medida que descemos vai ficando mais escuro e frio. A pressão da água vai aumentando gradativamente e me deixa um pouco tonto. Meu corpo deve ter se adaptado a isso, porque é praticamente impossível um ser humano descer tantos metros assim sem ser esmagado pelo peso da água.
— Aqui, Luther. — Wyatt para de nadar, ficando na frente de outro túnel, bem menor e mais estreito dessa vez. Eu nado até lá e o sigo, já soltando outro suspiro, porque provavelmente vamos ter que nadar por mais dois séculos, mas depois de no máximo dois metros, o túnel acaba e a pressão da água se estabiliza, fazendo um paraíso subaquático se estender diante de nós.
— NOOOOSSA!! — Exclamo, tentando manter minha boca fechada. É simplesmente o lugar mais lindo que eu já vi. Há corais coloridos e peixinhos por toda a parte, mas meus olhos foram especificamente nas sereias e tritões que nadam tranquilamente pela colônia, brincando, conversando, rindo...
Sabe aquele filme "viagem ao centro da terra"? Onde existe um paraíso escondido debaixo dos nossos pés? Isso aqui é exatamente igual.
As casas são feitas de pedra polida e ficam no chão e nas paredes da colônia. Há diamantes gigantescos presos no teto, e é de lá que vem toda a claridade daqui de baixo.
Devo está tão atordoado com cada detalhe que nem sequer percebo Wyatt me chamando, só noto-o quando ele pega a minha mão e me puxa para a frente, praticamente me arrastando com um sorriso no rosto.
— Vem. Vou te mostrar tudo. — Ele Sussurra baixinho, esfregando o polegar no meu pulso de forma distraída.
Nós descemos para perto do chão, por onde umas espécies de ruas estão dispostas de forma reta e organizada. Não são exatamente ruas, mas trilhas largas entre o amontoado de corais coloridos e dos mais diversos formatos e tamanhos (acho que essas são as árvores daqui de baixo).
Ao passar por uma dupla de sereias, analiso as suas caudas, que são semelhantes a de Wyatt, exceto pelo fato de que são de um verde claro e meio apagado. Elas me analisam também, sussurrando uma para a outra bem baixinho.
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O BEIJO DO TRITÃO [COMPLETO]
FantasyPara Luther, aqueles 13 dias deveriam ser apenas uma excursão escolar para comemorar o fim das aulas. Ele nem sequer estava animado para isso, mas precisava admitir que o lago para onde iria era um dos mais belos pontos turísticos da região, apesar...