CAPÍTULO 03

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   A tarde passa até que um pouco rápido. O sol já está sumindo na linha das árvores quando enfim saímos da água. O pôr do sol aqui é muito lindo, e boa parte do céu é pintado com tons avermelhados e arroxeados, com pequenas manchas de um tom vibrante de laranja e rosa. As pequenas nuvens brancas deixam tudo ainda mais bonito.

     — Hora de comer, gente!! — uma das professoras anuncia, Balançando os braços para sinalizar para que todos os alunos que ainda estejam na água saiam.

       Enquanto caminho para fora do lago, balanço o cabelo para me livrar do excesso de umidade. O meu calção está grudado nas minhas coxas, então preciso puxa-lo para baixo constantemente.

      Algumas lâmpadas improvisadas foram dispersadas ao longo do acampamento, mas a minha barraca fica num escurinho confortável, alguns metros longe da última lâmpada.

      Mais duas mesas dobráveis foram colocadas juntas com a primeira. Nela há dezenas de tigelas com com as mais variadas comidas. Também trouxemos grelhas e churrasqueiras, mas como chegamos bastante tarde aqui, achamos melhor trazer a comida de hoje já feita.

     — Sirvam-se pessoal!! E não joguem lixo no chão. Se eu pegar algum espertinho preguiçoso espalhando lixo pela praia... — o diretor Halloran diz. A sua cara já não está mais branca de tanto protetor solar, mas em compensação, a sua camisa de botões está suja com o que parece ser molho de tomate.

      Mal escureceu, e um friozinho gostoso já se instalou no ambiente, ou talvez seja só um efeito por eu ainda está molhado.

     Espero algumas pessoas se servirem, antes de engolir a minha vergonha e andar até as mesas também. Observo por alguns instantes o que há nas tigelas, para então pegar um prato (que não é descartável) e colocar um pouco de arroz, bife grelhado, purê de batata e um pouquinho de lasanha. Molly, a nossa professora de artes, abre um pequeno e gentil sorriso pra mim, antes de me entregar um copinho com pavê com cobertura de granulados coloridos.

    — obrigado, professora. — Agradeço, devolvendo o sorriso.

     Não há cadeiras para todo mundo, então caminho em passos tranquilos e cuidadosos até a minha barraca. Preciso trocar de roupas para não sofrer nenhuma queimadura por fricção pela roupa molhada, mas acho que não terá problema se eu comer antes, já que são apenas alguns minutinhos a mais.

      Meus pés estão cheios de areia, Então não arrisco entrar para dentro da minha barraca. Sento-me na pontinha do colchonete e observo a minha comida, que está com a cara realmente boa.

      As risadas e conversas vão ficando cada vez mais altas enquanto a galera se diverte e come, mas eu fico feliz em apenas observar, enquanto devoro o meu próprio jantar. Está tudo muito bom, mas como com tranquilidade. Nós fomos divididos em grupos de 10 alunos para fazer uma revezamento sobre quem vai lavar e ajudar com a comida, mas com sorte, a minha vez de ajudar não será nos primeiros dias.

      Com a minha visão periférica, percebo a luz de um pequeno chalé no limite de onde consigo enxergar na praia. Parece ser uma pequena venda, e pra falar a verdade, não a tinha visto antes.

     A ilha no centro do lago fica bem imponente pela falta de luz, e ela desperta um pouco da minha curiosidade. Gostaria de saber como é lá, e talvez eu nade para lá amanhã.

      Voltando a minha atenção para a comida, deixo a lasanha por último porquê essa é a melhor parte do prato. Mastigo calmamente e tiro o cabelo novamente, algo que preciso fazer mínimo umas cinco vezes por minuto, mais por hábito mesmo.

      Quando enfim termino de comer, pego um par de havaianas dentro da minha barraca, antes de levantar e começar a andar para o centro do nosso enorme acampamento novamente, para deixar o prato e os talheres sujos.

      Depois de fazer isso, lavo no lago os meus pés sujos de areia, então volto para a minha barraca, pretendendo ler um pouco e escutar músicas pelas próximas horas.

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O BEIJO DO TRITÃO [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora