Percy pov's
O climão que estava naquela sala era tenebroso, quando entramos na sala, meu pai e a líder do complexo 6, Atena, ficaram se encarando da forma mais ameaçadora que possa existir por eternos 3 minutos, pode acreditar, eu contei.
Por incrível que pareça, quando vi a figura de pele e cabelos trançados negros quase soltei um suspiro de alívio, pelo menos a madame que faltava havia chegado para quebrar aquele constrangimento ali dentro que talvez só eu estivesse sentindo.
Meu pai veio até aqui para conversar sobre o tal boato das armas, a fofoca se espalhava rápido, isso que nosso complexo fica do outro lado de Manhattan. Acreditávamos que a única pessoa que mais pudesse ter respostas era Atena e sua equipe, infelizmente.
— O que quer aqui? — a mulher foi direto ao ponto.
— Sabe bem o porquê vim, os joguinhos podem ficar para outra hora.
O olhar de Atena se intercalou com o de uma moça de óculos ao seu lado. Virei-me para ver a garota atrás de mim, que revirou os olhos. Ô gentinha mal humorada, pelo amor.
— Não há mais informações das quais você já deva saber, somente que a compra de 180 caixas de armas foram feitas e levadas para um galpão bem mais afastado da cidade — então ela me olhou — Mas isso vocês já devem saber muito bem, não é?
— Como é? — perguntei, intrigado com o tom de acusação.
— Seu filho, Jackson, atrapalhou toda a minha conquista por informações quando chegou fazendo o maior alarde, espantando os homens que nos importavam. — ela se sentou na cadeira e cruzou os braços.
Ah.
Então é por isso que aquela mulher parecia estar mais azeda que o normal.— Qual é, me passaram o endereço e disseram que era só mais um bando de ladrões. Estávamos atoa e fomos até lá. — respondi.
— E você banca o justiceiro desde quando? — a garota atrás de mim disse com sarcasmo.
— Isso se chama tédio, coisa que você deve conhecer bem, já que não faz nada demais a não ser perseguir os outros, não é, Annabeth? — devolvi no mesmo tom de voz.
Eu tento ficar de boa com aquela menina, mas parece que tudo o que eu faço gera um ódio nela, estou começando a suspeitar que ela seja uma fã incubada minha.
— Canalha — ela diz irritada — Estraga a minha missão por puro capricho e vem querer me deixar no seu nível?
— Escuta aqui... — aponto para ela, mas sou cortado pelo meu pai.
— Chega! Não vim aqui pra ficar ouvindo discussão de dois adolescentes — ele se vira para Atena — Pelo o que Percy disse, as armas nas caixas não pareciam tão preocupantes.
— São armas — reforçou Annabeth.
— Mas eram inofensivas se comparadas com as que você deve ter no seu almoxarifado — a olhei e fingi uma expressão de dúvida — Espera, você sabe atirar?
— Vai se foder.
— Como sabem que eram inofensivas? — a mãe de Annabeth questionou, ignorando nossas trocas de farpas.
— Duas caixas ficaram para trás — respondi.
Ela parou, parecia estar pensando em algo e meu pai parecia fazer o mesmo. Annabeth e eu compartilhavamos a mesma expressão de desgosto. Como pode alguém ficar mais insuportável conforme o passar do tempo?
— Nos deixem a sós. — ordenou Atena, e eu e Annabeth logo saímos da sala.
~~
Fazia mais de duas horas que aqueles dois estavam na sala de reunião, porra, tinha tanto papo assim pra por em dia?
Mas aquilo não era da minha conta no momento, pode parecer que não estou preocupado com a possível disputa de gangues, mas eu estou, pode ter certeza. Annabeth deve pensar isso, digo isso por todas as ofensas que ela me dirigiu assim que saímos da sala.Fiz aquilo na noite da compra das armas porque me deram um endereço e fui, estava cumprindo ordens, mas se eu não invadisse, muito mais armas seria contrabandeadas naquela noite. Entendo a Annabeth querer ficar quieta e tirar o máximo de informações possíveis, mas aqueles dois não seriam tão burros ao ponto de contar o endereço, preço e tudo mais de mãos beijadas para quem quer que pudesse estar ouvindo, eles trabalham nesse meio e sabem como as coisas e espiões funcionam.
O complexo 6 era um dos mais ajeitados, eu confesso, não chegar a ser o complexo mais bonito, mas sim o mais prático e organizado. Atena parece ter essa tara em tudo estar milimetricamente certo, não estou julgando nem nada do tipo, só estou fazendo meu comentário de visitante que só veio aqui umas 3 vezes em toda a minha vida, até porque quanto mais o meu pai pudesse evitar vê-la, melhor. O por quê desse ódio vem de muito tempo, talvez pelo simplesmente fato deles serem totalmente o oposto um do outro e não se aguentam por muito tempo, aqui não tem essa de "os opostos se atraem", eu acho.
Vejo de longe Annabeth vindo na minha direção, com a única expressão que ela faz questão de me encarar, com seriedade e raiva.
— Vamos, estão nos chamando.
— Claro — digo e abro espaço para ela passar e estendo minhas mãos — Damas primeiro.
Eu rio com sarcasmo e ela revira os olhos.
— Você é insuportável, já te disseram isso?
— Esse elogio só você pode falar — mexo minhas sobrancelhas e ela me mostra o dedo do meio e vai em direção a sala.
Foi nós dois chegarmos que o clima ali dentro pesou de novo, estava começando a achar que o erro aqui éramos eu e Annabeth. Passou uns bons minutos até que Atena tomou a palavra e meu pai continuou em silêncio.
— Apolo descobriu onde está o caminhão e o motorista, ainda estão em Nova Iorque.
Que motorista? Eu não fazia a menor idéia, achei que esse cara já tinha metido o pé assim que eu apareci naquele galpão.
— E onde é? — perguntou Annabeth.
— Upper West Side.
— Como é? — eu e Annabeth falamos em coro.
Não quero paracer preconceituoso, longe disso, mas o que um cara que trabalha no contrabando de Manhattan vai estar fazendo em West Side, um bairro péssimo para ele se esconder, já que lá a monitoração e segurança é bem mais rígida.
— Quero que vá atrás de informações, sem muito alarde, faça aos poucos para não ser descoberta, mas também não demore muito.
— Sim senhora, começo amanhã? — questionou Annabeth.
— Sim, amanhã — Atena fez uma pausa — Mas você não vai sozinha.
Annabeth a olhou confusa e Atena começou a intercalar seu olhar dela para mim.
— Perseu Jackson irá com você. A missão é de vocês dois agora.
— Como é que é?! — falamos aos mesmo tempo, ambos incrédulos.
— Sem resmungos e sem "mas" — disse meu pai.
Eu não podia acreditar naquilo, aguentar aquela praga uma vez por ano já era difícil, quem dirá por vários dias seguidos. E acho que Annabeth pensava o mesmo que eu, de acordo com a expressão em seu rosto.
Já tive missões com pessoas de outros complexos, mas ela era uma das quais eu jamais pensei em trabalhar junto, não por nada, mas meu jeito de trabalhar é mais prático e ela quer fazer as coisas milimetricamente pensadas. Talvez esse jeito seja o mais adequado, mas o meu sempre funcionou.— Dispensados. — disse Atena.
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Our Downfall - PERCABETH
Fiksi PenggemarQuando uma simples proximidade de dois jovens de gangues rivais pode acabar deixando suas vidas e gangues em ruínas.