Aliados ou Inimigos?

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Muitas perguntas apareciam na minha cabeça. O que a frase, "Minha Bela" no anel que Melqui carregava, significa? Como Kelton sabia sobre eu e Melqui na piscina, e como ele sabia que estávamos na sala do diretor? E quem é a menina misteriosa que mora comigo e as meninas, porém ainda não vimos seu rosto?

Quanto mais penso, mais perdida fico. Sempre que eu ficava muito pensativa, Helena costumava conversar comigo, e eu desabafava minhas preocupações para ela. Sem ela aqui, estou sozinha. Gostaria muito de saber quem empurrou ela do prédio e por que fez isso.

Kelton, Melqui, Luísa e Esther, as pessoas que chamo de "amigos", são realmente, meus amigos? Será que posso confiar neles? Enquanto eu estava completamente pensativa sobre a escola, esqueci totalmente sobre minha investigação, referente a morte da Helena.

Estava muito cansada de tanto pensar, entre meus pensamentos, Kelton e Melqui eram alguns deles. Minha mente não parava de pensar neles e no incidente ontem a tarde na piscina.

Já estava na sala de aula, a professora de matemática tinha acabado de sair, e de novo, eu me prendia em pensamentos. Até ouvir meu nome ser chamado por uma pessoa que fazia parte da minha lista de coisas a me preocupar. Sua voz, mexia com minha cabeça.

-No que você tanto pensa? -Melqui, somente ele pra desviar minha atenção com suas conversas fiadas. -Já te observo faz tempo, e toda vez que te olho, está encarando o quadro branco sem qualquer expressão. -Sentava-se ao meu lado.

-Só estou organizando meus pensamentos. Ontem foi um dia agitado. -Mudei o assunto, tentando ser o mais discreta possível.

-Ainda bem que aquele cara ajudou a gente. É seu namorado? -Perguntou Melqui encarando-me sem parar.

-Namorado?! -Gritei repetindo a palavra com muita surpresa. -Claro que não! Ele é um amigo, ou conhecido... Sendo sincera, eu não sei. -Voltei a ficar pensativa depois de falar.

-Ele parecia legal. Não tinha medo e era bastante corajoso. Não importa o que vocês sejam, mas com certeza, pra ele, vocês são alguma coisa. -Melqui me confundia. Sempre que pensava está entendendo ele, eu voltava atrás com essa conclusão.

Na verdade, eu me sentia em dúvida sobre Kelton. Ainda estamos na segunda semana de aula, e muita coisa já aconteceu. Ele já me ajudou duas vezes, e eu nunca o retribui por isso. Não sei dizer se sou ou não um incômodo para ele.

Na verdade, eu gostaria muito de ter um confidente aqui no colégio, assim como Helena fazia comigo. Queria ter alguém, pra conversar, desabafar e ter com quem contar quando precisasse. Mas acho meio difícil.

Luísa e Esther já vivem no mundo delas, e por mais que se preocupem comigo, elas parecem já ter a mente muito cheia com alguma coisa que não sei o que é. Melqui é novo na escola, e ainda não o chamaria de amigo. Ele me parece ser o tipo de pessoa confiável, mas mesmo assim, não me sinto a vontade com ele ainda.

Já Kelton.... Eu gostaria de conversar com ele, mas não sei como fazer isso. Minha vergonha, era maior que minha solidão. Melqui saiu de perto de mim, quando eu a nossa conversa terminou. Se é que chamaria de conversa.

Para ele, parecia que a palavra vergonha não existia em seu vocabulário. Ele flertou com muita intimidade comigo na piscina, e hoje depois de tudo o que rolou, ele parecia se sentir a vontade perto de mim. Já eu, mentiria se dissesse que não gostei de ouvi-lo falar ontem, mas ainda contínuo me sentindo sozinha.

A aula da tarde já havia terminado, então antes de ir para o dormitório, decidir caminhar um pouco pela quadra.

-Naty, você vai com a gente para o quarto? -Luísa perguntou, segurando o braço de Esther, que falava no celular.

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