Garoto Maroto

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Enquanto corria na minha competição com Melqui, estando ajoelhada no meio da quadra e permaneci naquela posição. Meu joelho ficou lesionado e ferido. Sangrando um pouco, mas não sangrando mais que meu coração.

Victor estava lá. Diante de mim, o que me deixava apavorada. Sorrindo com aquela expressão que eu tanto odiava, aquele olhar de desdém e desumanidade.

-Sabe, te ver ajoelhada assim, me deixa ainda mais apaixonado, sabia Naty? -Dizia ao me provocar. Mas na verdade, tudo aquilo que ele acreditava está flertando, me causava nojo.

-Cala sua boca Victor. O que faz aqui? Não estava estudando fora da cidade? -Questionei irritada.

-Fui transferido. Cansei de lá, aquela cidadezinha no interior, não era pra mim. -Retrucava ele. -Quando soube que estava estudando aqui, eu fiquei muito feliz. Eu queria ficar mais perto de você, para me redimir. -Tocou no meu ombro, na mesma hora eu imediatamente tirei sua mão.

-Não toque em mim. Se pensa que vou esquecer tudo o que você me fez, está enganado! Seu desgraçado, você quase me matou. -Eu me controlava para não chorar. Eu não queria mostrar nenhuma fraqueza perto dele.

Naquele momento, Victor sorriu pra mim. A cerca de um ano atrás, eu acreditava que esse sorriso era a cura de toda minha aflição e angústia. Mas depois um curto período de tempo, descobri que esse sorriso, era um dos principais motivos de toda minha aflição e angústia.

-Com licença, odeio estragar esse clima adorável de vocês dois. Mas poderia fazer o favor de tirar as mãos da minha mulher? -De repente, andando em passos pesados e curtos, Melqui voltou até mim. Andando em minha direção, parecia confuso e incomodado com a situação entre mim e Victor.

-"Minha mulher" ? Quem é esse imbecil, Natalie? Arranjou um idiota pra te proteger quando eu te incomodasse? Você realmente não perde tempo. -Olhou para mim, e desviou o olhar para Melqui, que se aproximava ainda mais, lentamente.

-Imbecil? O único imbecil que vejo aqui é você. Que tipo de homem intimida uma mulher tão agressivamente? Afinal, quem você pensa que é? E você, -Desviou seu olhar para mim. -Por que não me chamou antes? -Reclamou comigo, me levantando do chão.

Melqui me levantou do chão cuidadosamente. Segurou-me pela cintura suavemente, e com um sorriso malicioso, desviou o olhar para Victor.

-Estão realmente juntos, Natalie? -Victor me questionou.

-Isso não é dá sua conta. Me deixe em paz Victor. Vamos... Amor. -Aquelas palavras, saíram da minha boca com tanta naturalidade que me fez presenciar uma cena que ainda não tinha visto.

Melqui, sorriu contente para mim. Sua expressão quando o chamei de "Amor", estava alegre e contente. E eu também, estava satisfeita com aquilo. Meus joelhos podiam está machucados, mas só de ser resgatada daquela forma por Melqui, de ser salva por ele sem nem ter pedido, foi o bastante para me deixar feliz, pelo resto daquele longo dia.

Depois daquela situação, Victor se distanciou de nós e pegou outro caminho. Melqui e eu fomos para a arquibancada. Assim que me deixou por alguns minutos sozinha, voltou com dois curativos e um pouco de álcool líquido.

-Me desculpe a demora. Te trouxe isso, vai ajudar com a ardência. -Falou suavemente. -Deixa que eu ponho pra você. -Tomou os objetos, e se prontificou para me ajudar.

Minha legging estava rasgada depois do incidente, então colocar os curativos foi fácil. Após a pequena dor causada pelo álcool, a ferida agora era mais fácil de cicatrizar.

-Você, não vai me perguntar quem era ele? -Questionei incrédula.

-Eu quero perguntar na verdade. Mas tô com medo de te deixar ainda mais magoada. Notei que aquele menino mexeu bastante com você. E eu não queria te fazer se sentir ainda pior. -Explicou-nos delicadamente.

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