Fernanda e Alane - A chama da discórdia.

festa líder

Alane point of view.

Na festa da líder Fernanda, mesmo com as desavenças dentro da casa, eu me encontrava imersa na atmosfera festiva, desfrutando do evento ao lado dos outros colegas. Na pista de dança, movia-me com entusiasmo ao som da música, acompanhada por Beatriz. O frio noturno acariciava minha pele enquanto executava passos no ritmo da melodia, indicando que a madrugada se estendia.

Meus olhos, porém, foram capturados pela performance sensual de Fernanda, a anfitriã da noite. Em sua dança provocante, ela se revelava como uma verdadeira "loba", atraindo olhares de todos ao redor. Fascinada, eu, que sempre nutriamos uma relação de ódio mútuo, não pude deixar de reconhecer a beleza singular que ela exibia naquele momento.

Absorta pela surpresa, fiquei boquiaberta, admirando seu lado felino que desconhecia. Apesar das hostilidades, confesso que algo em mim apreciava aquela nova faceta dela. Envolvida pela energia de Fernanda, percebi-me vibrando ao ritmo de seus movimentos, que pareciam ter o poder de encantar a todos.

Então, em um gesto inesperado, Fernanda desceu até o chão e fixou seu olhar nos meus. Instintivamente, mordi os lábios e sorri, ciente de que, naquele momento, estava vulnerável à sua habilidade de manipulação. A ironia da situação era inegável, pois, apesar do ódio mútuo, eu não conseguia negar a beleza e a sedução que emanavam dela naquela noite festiva.

Após o espetáculo vibrante de Fernanda na pista de dança, retomei meus passos, entregando-me novamente à música. Contudo, Beatriz interrompeu meu momento, puxando-me para buscar uma bebida. Sentia-me ligeiramente alterada, mesmo tendo bebido pouco; algo em meu estômago indicava que não devia desafiar seus limites naquela noite. Com alguma hesitação, optei por uma taça generosa de uma bebida alcoólica, duvidando que fosse servida recentemente.

Observando a multidão na pista de dança, meus olhos encontraram os escuros e brilhantes de Fernanda. Um sorriso escapou de seus lábios, direcionado a mim. Virei-me instintivamente para verificar se era destinado a outra pessoa, mas ao confirmar que era para mim, sorri de volta enquanto Beatriz ria incrédula da situação. Despertei do transe e a segui até um estofado próximo à mesa de comida.

Numa pausa da música, Beatriz comentou de forma audível, suas palavras flutuando sobre a melodia. "Estou doida ou você e Fernanda estavam flertando desde a dança dela no palco?" Bebeu sua bebida, e eu ri, jogando a cabeça para trás.

"Que nada, Fernanda me odeia, e eu a odeio ainda mais. Esse sorriso dela é como 'você escapou deste paredão, mas no próximo estará de novo'", fiz aspas com os dedos e gargalhei. "Fernanda só está feliz, é a primeira festa dela, ela gosta disso."

Beatriz permaneceu em silêncio, um alívio que agradeci mentalmente. Minha mente divagou sobre Fernanda; jamais imaginara achá-la sensual, capaz de despertar reações involuntárias em meu corpo. O transe foi quebrado quando Beatriz, decidindo ir ao banheiro, me puxou consigo, enfrentando a multidão animada na pista.

Caminhamos em direção ao interior da casa, onde Beatriz se dirigiu ao banheiro. Eu parei na porta, aguardando, e comecei a cantarolar a música em inglês que ainda ecoava lá fora. Subitamente, deparei-me com uma figura de um metro e sessenta e nove, me olhando como uma tigresa. Levei a mão ao peito instintivamente, surpresa, e a morena gargalhou.

"Amei sua peruca, tá aparecendo até a Ariel, combina com você." Talvez, apenas talvez, Fernanda estivesse um pouco alterada demais para elogiar desse jeito, mas sorri, apreciando o comentário.

"Obrigada, Fernanda. Adorei a performance. Eu não sabia que você dançava, especialmente porque sempre fez questão de demonstrar tudo, inclusive o quão chata é. Mas agora, a dança, não imaginava que tinha esse dom," alfinetei, fazendo-a revirar os olhos. O gesto involuntário dela causou borboletas em meu estômago, e mordi os lábios nervosamente.