𝐀𝐌𝐄𝐍𝐈𝐙𝐀𝐑 | Kei Tsukishima

Capítulo Um, [Nome].

24 de Junho, 2020

O trem aquela tarde estava estranhamente mais lotado que o de costume para à direção que [Nome] tomava. Eram por volta das 13 horas da tarde e a jovem adulta se via atrasada para seu estágio no colégio infantil da região onde morava. "Isso o que da estudar longe do trabalho, [Nome], sua idiota!", pensou enquanto se espremia por entre as pessoas para ficar mais próxima ha porta do vagão, afinal, desceria na estação seguinte.

Foi nesse instante então que pisou no pé de alguém, ofendeu-se mais um pouco mentalmente e olhou para cima buscando o rosto, provavelmente furioso, da pessoa na qual ferira.

— Sinto muito, senhor. — Falou educadamente mas logo achou o rosto de quem havia sofrido com essa situação.

Não era um senhor, na verdade era apenas um homem que aparentava ter a idade dela, tinha cabelos louros um pouco compridos e óculos de grau.

— Tudo bem. — Ele falou, mas não havia confiança em seu tom de voz.

Por um pequeno instante, [Nome] ponderou conhece-lo de algum lugar, mas, antes que pudesse perguntar qualquer coisa ao desconhecido, o trem parou, alertando-a de seu compromisso.

Forçou então um sorriso para o desconhecido e partiu rapidamente pelas portas do veículo, deixando-o para trás. Caminhou então o mais apressadamente que pode até finalmente parar escorada contra as portas da sala dos professores, 13:29 marcava o relógio, estava no horário.

— Perdão pela demora. — Bradou, abaixando-se em uma reverencia aos mais velhos.

— Poupe as desculpas, [Nome], só temos eu e você aqui. — A voz suave e gentil do seu colega de trabalho surgiu em seus ouvidos, acalmando-lhe o coração que palpitava rápido demais devido a corrida que tivera a pouco.

— Ah, graças aos deuses. — Puxou o ar com força, levantando o rosto vermelho. — Mesmo assim me desculpe pelo atraso, o trem estava lotado hoje, você nem imagina.

O mais velho então riu, pegando um pente sobre a mesa e estendendo para ela enquanto indicava com o olhar a bagunça que estavam os fios escuros da jovem.

— Obrigada, Suga-senpai. — Brincou, aceitando o pente.

O sinal então soou, indicando que todos os alunos e professores deveriam colocar-se dentro das salas de aula imediatamente e assim foi feito.

Algumas horas se passaram e o intervalo finalmente chegou, Sugawara, o professor principal da sala ordenou que todos pegassem seu lanche enquanto a "Tia [Nome]" ajudava aqueles que precisassem de auxilo com alguma coisa. Após alguns poucos minutos de organização a jovem ja estava sentada ao lado de seu amigo.

— Eu vi uma pessoa no trem hoje. — Comentou a Francesa, tirando uma risada do platinado.

— Nossa, sério? Difícil imaginar que você tenha visto alguém no trem em horário de pico. — Impedida de responder com alguma ofensa pelas presenças infantis no local, [Nome] apenas revirou os olhos.

— Não... vi uma pessoa que acho que conhecia.

— E quem seria? — Perguntou Sugawara, um pouco ccmais entretido na conversa.

— Tsukishima Kei. — Respondeu seca, encarando as próprias mãos por alguns instantes.

— Tem certeza?

— Bem, ao menos que exista outra pessoa com quase dois metros de altura, cabelos loiros, óculos de grau e olhos cor de mel que more nessa província, sim, tenho certeza.

— Ah, bem, isso ja faz tanto tempo, [Nome]. Imaginei que tivesse superado ele. — Falou o homem, com um tom preocupado.

— Eu superei. Desde a amizade ao namoro até aquela declaração infame na formatura e as ligações bêbado que se sucederam aos acontecimentos anteriores. Mas ainda é estranho reve-lo.

— Queria ter estado la quando você terminou com ele, sabe, pra te apoiar.

— Vamos só, deixar isso de lado.

Ela deu um pequeno sorriso e então uma pequena figura se aproximou estendendo um papel para eles.

— Tinha esquecido de entregar. — Afirmou um dos alunos.

— Ah, sim. A autorização do passeio. Muito obrigada.

[Nome] então fez seu trabalho, anexando mais uma autorização a lista dos alunos que compareceriam no museu no dia seguinte, deixando de lado aquela conversa ainda tão desconfortável sobre seu passado romântico.