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DE OLHO EM TUDO
— O apartamento da patinadora Mackenzie Ramirez foi invadido nesta tarde, enquanto ela estava no trabalho. Segundo as autoridades, foi encontrado na sala de jantar da patinadora, uma caixa com um presente inusitado e assustador.
Um sorriso largo se abriu em seus lábios, cobertos pelo tecido preto da balaclava. Ele caminhou até o sofá cinza e chique, sentando-se no mesmo como se estivesse em sua própria casa. Pegando o controle remoto, o homem, vestido de preto da cabeça aos pés, aumentou o volume da televisão de tela plana.
Na tela, imagens granuladas e tremidas feitas pela polícia, do presente inusitado e assustador que Mackenzie Ramirez recebeu. Um poema, aos olhos de muitos poderia ser romântico, mas para ele, era uma ameaça, e um coração. Sim, um coração de verdade. Humano.
— A polícia ainda se encontra no local do crime, buscando pistas de como o suspeito conseguiu entrar no apartamento da patinadora. — A repórter tomou fôlego, lendo o papel em sua mão. — O detetive McCarthy, acredita ser um crime relacionado ao Ceifador, já que a assinatura do poema deixado para a vítima, tinha a letra C, e por Mackenzie Ramirez ter encontrado o corpo do empresário Mason Michaels, no início do mês. O FBI está trabalhando juntamente com a polícia local, podendo tomar as rédeas da investigação, caso os crimes estejam relacionados.
O homem ergueu a balaclava, observando a imagem dos carros da polícia e do FBI estacionados por todo o lado em frente ao prédio de Mackenzie Ramirez. Ele umedeceu os lábios ressecados, apoiando a ponta da faca em seu joelho.
— Mackenzie ainda se encontra no local do crime, juntamente ao seu treinador, Scott Moir, e sua agente e empresária, London Campbell. Até o momento, nenhum dos três aceitou dar entrevista sobre o ocorrido. — A repórter ergueu a cabeça, os olhos fixos na câmera que a filmava. — Albert Frederik, porteiro do prédio, relatou que Mackenzie estava muito abalada quando chegou no apartamento dela, encontrando-a em estado de choque aos pés da mesa de jantar. Uma vizinha, Eleanor Silvie, diz que Mackenzie sempre foi uma ótima vizinha, carinhosa e educada, e que não entende o porquê disso está acontecendo.
— Ela é uma boa menina. Eu temo pela segurança dela, e nossa. Se esse homem conseguiu entrar no prédio, ninguém está seguro aqui — disse a senhora de cabelos grisalhos.
O Ceifador gargalhou, divertindo-se com as palavras do repórter, que noticiava a sua mais nova peripécia para todos os Estados Unidos. Levantando-se e dando a volta no sofá, ele abaixou a máscara preta, caminhando lentamente até o homem amarrado em uma cadeira, que tinha os olhos arregalados e murmurava precariamente, graças a mordaça em sua boca.
— Em breve voltaremos com mais informações sobre o ca... — O controle remoto voou até a televisão, derrubando-a no chão em um barulho alto e irritante.
Tinha conseguido o que queria: mostrar a todos, incluindo a Rainha do Gelo, que estava de olho em tudo, principalmente nela e seus lindos olhos castanhos. Nunca foi de se interessar por uma vítima, mas após saber que a patinadora mais famosa dos Estados Unidos tinha encontrado o corpo nojento de Michaels, ficou bastante interessado — atraído até, de uma forma muito boa e estranha por ela. O presente, um coração humano com um poema, foi a sua forma romântica e totalmente deturpada de se colocar presente na vida da patinadora. Conseguiu isso, além de aterrorizar a garota e colocar todas as autoridades em alerta. Ótimo.
Mackenzie é linda, talentosa e educada — com quem merecia, claro. Sabia que o lado rude e malvado dela era reservado para repórteres machistas e patinadores invejosos. Talvez, esse lado dela tenha ajudado em sua mais nova obsessão por ela. Mackenzie é linda, mas quando estava com os olhos inchados e vermelhos, repletos de lágrimas e medo, era a imagem mais bela do mundo. Poderia ficar o resto da sua vida admirando aquela versão aterrorizada da patinadora.
Ele apoiou as mãos nos ombros de George Kenney, os olhos fixos na televisão quebrada. Não iria doer, ou atrapalhar, se deixasse suas obrigações de lado, para brincar um pouquinho com Mackenzie Ramirez, colocar terror em sua vidinha perfeita e agitada de celebridade esportiva.
Mal havia voltado para a sua vida criminosa, após uma longa pausa de seis meses, e as coisas já estavam tediosas. Não era fácil localizar onze nomes, tramar o plano perfeito para encontrá-los, escolher onde e como os torturaria e mataria. Tudo isso a cada dois meses para que as autoridades não o encontrassem e estragassem os seus planos. Era cansativo, era longo e era chato. Um pouco de diversão seria muito bem-vinda, e Mackenzie Ramirez era uma ótima distração.
Os seus olhos voltaram para o homem inquieto na cadeira, que gritou muito desde que havia chegado na casa dele, prendido-o naquela cadeira e cortado o seu pau fora. E, infelizmente, ainda assim, não respondeu nenhuma de suas perguntas. Uma pena.
— Bom, meu querido — disse, tirando a balaclava e a colocando delicadamente sobre a sua mochila, recheada de armas e objetos de tortura. — Já que você não quer colaborar comigo, só me resta finalizar o meu trabalho, né...
Ao abaixar a mordaça, uma bola de cuspe voou em seu rosto, os olhos verdes reconhecendo as suas feições, completamente em choque.
— COMO PODE FAZER ISSO? O QUE QUER DE MIM?
O Ceifador revirou os olhos.
— Sério?! — Riu. — Já falamos sobre isso, não lembra? Eu estava cortando o seu pau... Lembrou? Pois é...
— SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA!
— Não, não mesmo. Você está me irritando, George. Se não vai me dar respostas, vou arrancar a sua língua fora.
— VAI A MERDA, MONSTRO!
O assassino respirou fundo e sacudiu os ombros. Certo. Hora de ir embora.
— Ninguém vai te salvar, ninguém vai sentir a sua falta... — Sorriu. — Não adianta gritar ou implorar pela sua vida inútil, George.
Sem esperar por uma resposta, o Ceifador ergueu a faca e passou o lado extremamente afiado na garganta de George Kenney, que arregalou os olhos e engasgou com o próprio sangue, cuspindo em seu próprio colo, já coberto por sangue, vômito e urina. Enquanto o empresário lentamente perdia a vida, debatendo-se sobre a cadeira, o Ceifador apenas o observou, os olhos brilhando e um sorriso satisfeito preso em seus lábios.
Como era bom estar de volta, como era bom aterrorizar a vida dos americanos; e como era maravilhoso vingar-se; sentenciar uma morte merecida.
— Bem-vindo pra mim, caralho — disse, limpando a faca nas roupas de George.
Ele encarou o rosto sem vida de George Kenney. Os olhos arregalados, em choque, sem vida, encarando o seu rosto. A boca entreaberta de onde resquícios de sangue escapavam pelas laterais. Um sorriso largo se abriu em seus lábios rachados, enquanto admirava o trabalho que havia feito em sua vítima.
Mais um nome riscado de sua lista extensa.
Só faltava mais dez.
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Midnight Rain (ATO I) • Bucky Barnes
Fiksi Penggemar𝑴𝑰𝑫𝑵𝑰𝑮𝑯𝑻 𝑹𝑨𝑰𝑵. 𝐃𝐔𝐎𝐋𝐎𝐆𝐈𝐀 '𝐈𝐍𝐕𝐈𝐂𝐓𝐎𝐒' ● 𝐀𝐓𝐎 𝐔𝐌 ⸻ Mackenzie Ramirez é uma das patinadoras artísticas mais condecoradas da história olímpica. Ela patinou no coração das pessoas em todo o mundo quando se tornou a mais jove...