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Cap 09 -  Do Hee se esforçava para acalentar o coração de Hana, enquanto o relógio teimosamente avançava suas mãos pelo tempo. Ele sussurrava palavras de conforto, tentando persuadi-la a permanecer em casa, mas Hana, com determinação suave, insistia que não poderia faltar aos compromissos.

Hana ergueu-se da cama, recolhendo suas vestes e a toalha como atos de preparação para enfrentar o dia. Em cada cômodo, uma sensação de vigilância a envolvia, uma lembrança constante da sombra indesejada de seu admirador secreto. Sob o calor do chuveiro, ela permitiu que as gotas d’água dissipassem as preocupações da noite anterior, deixando escapar suas tensões pelo ralo.

Entre os ecos de pensamentos perturbadores, ela desligou o chuveiro, envolvendo-se na suavidade da toalha como se fosse um abraço de tranquilidade. Vestiu-se com suas roupas familiares, cada peça uma armadura contra os desafios iminentes: calças cargo, um top branco e um casaco preto, escolhidos como uma expressão de sua personalidade.

Ao sair do banheiro, Hana agarrou sua bolsa, pronta para enfrentar o mundo lá fora. Ao lado de Do Hee, ela partiu em direção à faculdade, seus passos ecoando uma determinação resiliente, ainda que seu coração pulsasse com a incerteza sobre o desconhecido que a aguardava.

Os dias fluíram como páginas de um livro, e finalmente chegou o esperado dia da festa. Hana relutava em participar, envolta em um véu de medo e incerteza. Mesmo com o cessar das ameaças, seu coração ainda pulsava com o eco dos perigos passados. Ela temia o desconhecido, o que essa pessoa misteriosa poderia ser capaz de fazer.

Do Hee, com olhos cheios de preocupação e voz embargada pela urgência, implorava para que ela reconsiderasse. Seu desejo era que ela não se deixasse paralisar pelo medo, mas Hana, com um nó na garganta, debatia-se entre o desejo de evitar qualquer perigo e a pressão para se juntar à celebração.

Em meio ao turbilhão de emoções, Hana confrontava seus próprios receios, sem saber ao certo como seguir em frente. O temor do desconhecido pairava sobre ela como uma sombra persistente, obscurecendo sua visão do futuro.

Após um longo intervalo, Hana finalmente tomou a decisão de seguir adiante. No exato momento, como se fosse um presente dos céus, os vestidos delas chegaram. Com ansiedade palpável, elas abriram as embalagens e seguraram os vestidos, desejosas de ver como seriam.

Do Hee, conhecedora dos gostos refinados da amiga, selecionou um vestido longo e despretensioso. Era todo preto, sem detalhes exuberantes, apenas uma singela abertura na perna. Esse vestido não salientava as curvas de Hana, mas era exatamente do jeito que ela apreciava.

Por outro lado, o vestido de Do Hee era uma verdadeira obra de arte extravagante. Também preto, ele ostentava detalhes brancos em profusão. Com uma única alça longa e uma abertura na perna igualmente ousada, ele era um convite ao encantamento.

Contemplando o vestido com um brilho nos olhos, Do Hee exclamou - Vamos arrasar, amiga! Tenho plena certeza de que Mun se apaixonará por você assim que te ver vestida com essa peça de magia.

Hana fitou Do Hee e, com determinação, respondeu - Não desejo mais ele. Ele é parte do passado para mim. Mudando de assunto, vamos começar a nos arrumar às 19:00. A festa está marcada para as 20:00, certo?

Do Hee assentiu, ainda maravilhada com a beleza do vestido. Afinal, era impossível não se encantar diante de tamanha deslumbrância.

No entanto, Hana estava decidida a deixar sua história anterior para trás e seguir em frente. Ela não queria mais se prender ao passado e ao que aquele vestido simbolizava. Era hora de recomeçar e criar novas memórias.

Enquanto Do Hee ainda estava fascinada com a peça de magia que tinha em mãos, Hana começou a pesquisar outros vestidos. Ela queria algo que representasse sua nova fase, algo que a fizesse se sentir confiante e empoderada.

Após algumas horas de busca, Hana encontrou o vestido perfeito. Era um modelo elegante e sofisticado, com detalhes delicados e uma cor vibrante. Era exatamente o que ela precisava para se sentir radiante naquela noite especial.

Com o vestido escolhido, Hana sentiu um peso sendo tirado de seus ombros. Ela sabia que estava fazendo a escolha certa e que aquele vestido seria apenas o começo de uma jornada de autoaceitação e renovação.

A medida que a hora da festa se aproximava, Hana e Do Hee  se arrumaram juntas, compartilhando risadas e segredos. Elas estavam prontas para arrasar e se divertir ao máximo

Quando Hana e Do Hee adentraram aquele ambiente festivo, foram como estrelas que roubaram todos os olhares. No instante em que Hana tocou o solo da festa, os olhos de Mun se fixaram nela, incapazes de resistir à sua beleza deslumbrante. Ele se viu cativado por sua presença encantadora, um encanto que o transportou para um mundo de fascínio e admiração.

No entanto, o feitiço foi quebrado quando sua namorada se aproximou dele com palavras duras e ameaçadoras - Você ousou olhar para aquela vadia? Se seus olhos se voltarem para ela novamente, arrancarei-os sem piedade. Licença preciso tomar um pouco de ar.

Mun preferiu manter o silêncio, pois naquele momento ele percebeu que seu coração já não batia da mesma forma por Ga Yeong. A vontade de terminar o relacionamento se instalou em seu peito, pois a conexão que um dia existiu havia se dissipado.

Após algum tempo, Ga Yeong começou a agir de maneira estranha, o que despertou a inquietação em Mun. Passaram-se minutos e ela não retornava. Decidido, ele resolveu seguir o caminho que Ga Yeong havia tomado.

A chuva caía intensamente, como se o céu compartilhasse a tristeza de Mun. Ao deixar para trás a festa, seus olhos se depararam com uma cena que jamais desejaria presenciar. Ga Yeong estava traindo-o com seu melhor amigo, uma traição que as lágrimas, camufladas pela chuva, denunciaram em seu rosto.

Ao se virar, Ga Yeong foi surpreendida pela expressão de Mun, que revelava dor e decepção. Em um instante, ela compreendeu o que ele havia testemunhado, seu coração apertou-se e a culpa se fez presente.

Mun sentiu uma mistura de raiva e tristeza invadir seu ser. As palavras ameaçadoras de Ga Yeong ecoaram em sua mente, tornando-se vazias e sem significado diante da traição que presenciara. Ele permaneceu em silêncio, absorvendo a realidade cruel que se revelara diante de seus olhos.

Sem dizer uma palavra, Mun virou as costas e afastou-se lentamente. Cada passo naquela chuva intensa era como uma gota de água que lavava a dor e a decepção de seu coração partido. Ga Yeong tentou segui-lo, implorando por perdão e explicando-se, mas suas palavras caíram no vazio, perdidas na tempestade que agora estava dentro de Mun.

Enquanto caminhava pela rua molhada, Mun sentiu uma mistura de alívio e liberdade. A tristeza ainda estava presente, mas havia um fogo dentro dele, uma determinação de deixar para trás tudo o que o machucava. Ele sabia que merecia mais do que uma relação baseada em mentiras e traição

do gelo ao calorOnde histórias criam vida. Descubra agora