Eu me lembro até hoje do dia que eu acordei, uma hora eu estava num vazio escuro e frio para logo em seguida ver a luz do dia novamente, o calor do sol era seguido por diversas sensações e emoções, visões e uma severa dor de cabeça, foi nesse dia qu...
Muitos imaginariam a capital imperial de um jogo de fantasia sendo bem padrão aos jogos, a maioria estaria correta, mas acredito que muitos não pensariam em uma capital recheada de prédios magníficos e bondinhos passando de lá para cá juntamente de carruagens de diversas origens. Ao contrário do cenário esperado medieval, isso se assemelha a algo mais vitoriano, bem, eu quando escrevi esse mundo achei que seria mais interessante se fosse assim do que completamente medieval... Nunca fui muito fã da era em si. Mas o vitoriano era minha paixão, a era da exploração, revolução industrial e descobertas e foi por isso que escrevi esse mundo para se passar nessa época.
As ruas eram de pedras quadradas encaixadas com cuidado, as pessoas vestiam roupas decentes, até mesmo as mais pobres vestiam roupas, não algo incrível, mas roupas. As ruas eram lotadas de diversas pessoas andando de lá para cá, me fazia me sentir estranho ver esse mundo que eu escrevi estar tão vivo a minha frente, era como se eu estivesse sonhando... O que é comprovado como falso no momento que Hikari chama minha atenção.
- O que foi irmão? Parece que é a primeira vez que viés a capital imperial. – Ela remarca me olhando curiosamente.
Respiro profundamente e me recomponho, bem, não é a primeira vez do Hinoru, mas a minha é. Me ajeito no sofá da carruagem e viro meu olhar para a Hikari, ainda majéstica em seu vestido.
- A capital sempre me fascinou, quando eu a via antes... Mas estar aqui é diferente, eu sei que estive aqui antes, mas desde que recuperei as minhas memórias, as coisas tem sido tão novas. – Respondo com um certo grau de satisfação em minha voz.
- Melhor tentar deixar isso nas escondidas, muitas mais coisas irão te impressionar e se você abaixar sua guarda os outros irão ver como um sinal de fraqueza para usarem. – Ela boceja levemente enquanto cruza suas pernas. – E você tem que fazer o máximo possível para esconder o que sabe, se levarmos em conta que é real e não uma doença mental.
Apenas aceno com a minha cabeça enquanto espero a carruagem nos levarmos para a Academia, um lugar onde jovens nobres vivem sua pequena versão da nobreza, com o conselho estudantil tendo uma posição semelhante a realeza e os alunos tendo hierarquias entre si, pode parecer infantil, mas é ali que muitas conexões e a futura sociedade nobre se forma e se consolida, então é tratado com muita importância e seriedade.
Nossa carruagem para, com um servo abrindo a porta para mim e Hikari descer, sou agraciado com a vista da majéstica academia Imperial, uma porta gigante com um símbolo do leão da família real que leva a uma praça central aonde tem uma fonte de três camadas, cada camada contando a história da unificação do Império diante sua majestade e seus descendentes. Vejo muitos alunos nobres andando envolta de nós e alguns nos encarando com cuidado, acredito que já saibam que nós somos, afinal eu e Hikari somos os nobres mais importantes da parte sul do Império, nossa família é a que tem mais influência entre os nobres do sul, afinal, não faz muitos anos que o sul foi incluído no Império, então tem uma certa tensão no ar devido ao nossos status e família.
- Olha só, senão são os irmãos Kigae. – Ouço uma voz alegre e o som de uma madeira batendo no chão acompanhado de passo, me virando juntamente com a Hikari vemos uma velha face, uma amigável pelo menos.
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