"Eu digo: 'porque é tão bom?
tão bom ser má?'
Conseguindo o que eu quero garoto
Porque isso te deixa tão bravo?
...
Porque se é problema que você está procurando
Oh amor, aqui estou eu"Bad (feat. Vassy) - David Guetta
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TERÇA-FEIRA DE MANHÃ
Cornélio remexia a comida com o garfo sem muito interesse. Seus pensamentos estavam na tarde anterior, no dia anterior, no que ele fez e na garota estranha.
Claro que se sentia culpado, e o sentimento parecia que iria sufocá-lo. Se lembrava bem do real motivo para ter manchado o muro da escola: foi o que fizeram com Eugênia. Não conseguiu aceitar ou entender os motivos para terem feito aquilo, era demais para seu senso de justiça.
E apesar de todo o seu código de moral, havia pichado o muro do colégio. Se sentia realmente como um grande hipócrita.
Já tinham se passado quatro dias, e mesmo assim, Eugênia ainda não tinha pisado o pé outra vez no colégio. E ela não estava errada, qualquer pessoa ficaria traumatizada.
Agora, além de chateado, também estava muito preocupado.
— Cornélio, você está bem? — A voz de Inácio o trouxe de volta ao presente.
Ele levantou a cabeça e se lembrou de que estava no refeitório e que deveria estar comendo seu lanche. Inácio, Nathyaska e Tales o encararam, esperando pela reposta.
Porém, antes que ele pensasse em algo para responder, uma voz feminina e rouca anunciou:
— Ah, ele está ótimo! Não é garotão!? — Delfina se sentou ao lado de Cornélio e colocou a mão em seu ombro.
Todos se assustaram com a súbita aparição dela. E ao olhar para o rosto da garota, ele logo reconheceu a expressão presunçosa e travessa, expondo as intenções de Delfina.
Ele também olhou para a mão dela em seu ombro, com anéis em quase todos os dedos, observou as unhas pintadas com um esmalte azul escuro, e engoliu em seco.
Delfina abriu um sorriso desafiador e percebeu que todos sentados com o garoto olhavam para ela apreensivos, algo bem comum. Então analisou cada um dos rostos da mesa, e se deparou com um especialmente interessante.
— Meu Deus, Cornélio, você não tinha me dito que andava com a sonsa — Delfina comentou e encarou a garota em sua frente.
Mais cedo naquele dia, por conta de sua mais nova obsessão, Delfina foi atrás de informações sobre o garoto loiro que tinha encontrado no dia anterior.
O melhor de tudo é que nem precisou se esforçar muito, porque, aparentemente, qualquer garota naquele colégio conhecia um "moleque loiro e alto". Elas até queriam conversar com ela sobre ele, como se o garoto fosse um ídolo ou algo assim.
Claro, ele era bonito, de fato. Mas era bem sonso, como todos os seus outros amigos, na opinião de Delfina.
Porém, se tudo ocorresse de acordo com seus planos, os quais ela tinha bolado na noite anterior quando ficou até de madrugada com a cabeça a mil, ele se tornaria uma pessoa muito mais interessante. Ele tinha potencial.
— É Nathyaska — a garota retrucou.
Delfina voltou sua atenção para a sonsa em sua frente. O cabelo cacheado longo estava solto, caindo como uma cascata nas costas dela, a pele marrom de um tom avermelhado e profundo estava sempre muito bem hidratada e para a inveja de muitas outras garotas, Nathyaska parecia não ter um poro sequer aberto em seu rosto. Como se não bastasse, ela tinha um corpo que parecia ter saído de uma revista de moda, quase uma modelo.
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Rasgo No Meu Coração
Teen Fiction"Ela é o rasgo no meu coração" - Tear in my heart, Twenty one pilots. ---------- FICÇÃO ADOLESCENTE | +14 -------- Ele era apenas um garoto comum de dezessete anos. Veio do interior para acompanhar sua mãe que se mudou por causa do trabalho. Havia...