Capítulo 4 - Matilha Black

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Isaac acordou do que pensou ser um sonho. Um sonho onde um anjo vingador de olhos verdes e cabelos pretos rebeldes derrotava seu agressor e o guardava com carinho em seus braços o levando para longe da dor e do medo. Abrindo os olhos, ficou paralisado ao olhar para um rosto lindo aristocrático, com um queixo perfeito e simétrico, que tinha um formato meio lupino.

O seu anjo dormia relaxado, e Isaac teve que parar um tempo seu cérebro para observar que seu anjo também era muito sexy. Um corpo magro, mas musculoso que Isaac lembrava de artistas marciais asiáticos que assistia nos filmes de kung fu quando era pequeno. Pele morena como caramelo, cheia de cicatrizes de batalha, e algumas que ele reconheceu que eram parecidas como as suas. Isaac então relaxou, pois seu anjo vingador entendia pois tinha o mesmo passado de abuso que ele. Ou algo parecido.

Isaac percebeu que seu rosto estava perto do dele, e sentiu seu cheiro masculino que o acalmava, e o relaxava de um jeito que ele não se sentia em paz por muito tempo. Hesitante, Isaac estendeu sua mão até o cabelo do seu anjo, e começou a acariciar, em transe com o toque sedoso e fofo entre seus dedos.

Só voltou a si quando sentiu uma mão quente e pesada fazendo carinho em seus cachos castanhos, o fazendo fechar os olhos de contentamento, até abrir os olhos e encarar um par de olhos verdes que eram mais vividos e brilhantes que os seus, mas Isaac conseguia ver profunda tristeza, dor e cansaço naquelas órbitas esmeraldas.

- Você está bem filhote? – Harry perguntou com uma voz rouca de sono. Ele sempre teve o sono leve por causa de como ele viveu até recentemente, mas ele realmente derreteu com o carinho que o pequeno filhote ao seu lado fazia em sua cabeça.

- Graças ao meu anjo vingador. Obrigado por me salvar Harry. – Isaac falou com um sorriso honesto e aliviado e se aproximou do corpo que o salvou, e o abraçou encostando sua orelha no peito largo ouvindo o coração forte bater de forma calma, sentindo os braços fortes o puxarem para seu peito, retribuindo o carinho.

- Sempre que quiser, Isaac. Agora, a proposta que eu disse que ia oferecer a você. Não sei como dizer sutilmente. Eu sou um lobisomem alfa, e se você quiser, posso transformar você em um, e serei seu alfa, sua família e cuidarei e protegerei você com a minha vida, filhote. Você seria meu beta. Formaríamos uma conexão de lobo, onde você sempre me sentiria dentro de você, e eu sempre saberia sobre você na minha mente, sempre podendo encontrar você através da nossa conexão de matilha. Mas eu tenho que dizer as vantagens e desvantagens primeiro... – Isaac ouviu com seriedade enquanto Harry lhe oferecia a mordida, uma família, as vantagens de ser um lobisomem, e também os perigos e desvantagens, até o fato que ele era um bruxo com magia, e era meio famoso de um jeito que ele teve que escapar do seu pais de origem, até acabar nessa cidade e virar um lobisomem que ele matou e usou a mordida antes para virar um lobo, e pegar a faísca de alfa.

Isaac não interrompeu, e apenas olhava para os olhos verdes com honestidade total e medo de ser rejeitado, mas parecendo resignado se fosse acontecer. Isaac pegou a mão dele quando terminou de explicar, e levou aos lábios beijando com carinho.

- Faça. Me morda Harry. Eu quero ser sua família, seu beta, seu bando. Você me salvou quando ninguém percebeu, ou quis fazer nada. Você se ofereceu quando não precisava. Uma verdadeira família é algo que não tenho há muito tempo desde a morte da minha mãe e irmão mais velho. Eu quero ser seu lobo, alfa. – Isaac falou determinado e logo foi abraçado enquanto sentia as lágrimas caírem quentes em seu ombro, fazendo Isaac suspirar e abraçar forte o homem que desmoronava em seus braços.

- Eu também não tenho mais família, além de alguns poucos amigos. O resto me traiu, ou me usou, ou me tratou como uma criança soldado para lançar no inimigo. Isso vai doer quando eu morder você. Está preparado? – Harry cheirou seu filhote o acalmando, e se afastou segurando o rosto lindo em suas mãos que derreteu inclinando o rosto na sua mão.

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