Liberdade

Capítulo 3 - Uma vida pacífica

Harry estava guardando suas coisas na mochila normal que ele começou a usar, e estava prestes a sair da sala, ainda sentindo dois pares de olhos persistentes em suas costas, quando na porta depois que ele saiu, foi chamado por um par de ruiva e um cara alto e bonito, com uma expressão esnobe.

- Ei, Black. Eu sou Lydia Martin, esse é meu namorado Jackson Withmore, essa é Allison Argent. Como novatos, estão oficialmente convidados para a festa na minha casa, nesse fim de semana. Meu namorado como o capitão do time de lacrosse, vai precisar da festa para comemorar quando ele ganhar o jogo. Então topam? – Lydia, uma ruiva de cabelos longos, olhos castanhos, pele branca, que agia como uma rainha vadia, mas Harry conseguia ver o brilho inteligente no fundo dos olhos dela. Era uma máscara como ela estava agindo para se encaixar, e Harry gostou da ruiva. Algo nela ressoava com ele, e isso nunca era bom. Seja para melhor ou pior.

- Claro. Será bom fazer mais amizades, e não tenho nada planejado mesmo. Talvez eu descole um cara gostoso para transar na festa. – Harry respondeu com um ar divertido, fazendo a ruiva e o cara alto ao lado dela, ficarem surpresos, mas assentirem aceitando normalmente.

- Claro. Acho que será legal conhecer gente nova. – Allison falou com um tom doce, mas tinha um ar atrevido no olhar, que mostrava que ela não era a moça doce e recatada que tentava passar a imagem.

Harry queria revirar os olhos por dentro com tantas máscaras. Adolescentes. Hah, Harry zombou hipocritamente, se esquecendo de forma conveniente que ele também se encaixava em relação as máscaras.

Depois de trocarem os números de celulares, Harry conseguiu pegar um olhar furtivo entre Allison e Jackson quando Lydia não estava olhando e achou curioso que ele sentiu o cheiro de química entre os dois se conectar. Ah, um triângulo amoroso futuro.

Um drama adolescente é sempre divertido e caótico de assistir quando não é com você.

Indo até o refeitório, pegou seu almoço na cantina, e procurou uma mesa vazia, ou quase onde tinha apenas um garoto fofo e bonitinho de cabelo cacheado castanho e lindos olhos verdes, que parecia um filhote introvertido num canto. Algo mudou no andar de Harry antes de voltar ao normal e sentar na mesma mesa que o anjinho fofo.

Harry detectou os sinais familiares. Manchas roxas aparecendo por baixo do casaco de moletom, algumas cicatrizes no pescoço como se fosse estrangulado regularmente, o medo quando as pessoas passavam perto, barulhos altos, Harry quase podia se ver tremendo dentro do armário embaixo da escada depois de uma surra, e amaldiçoou seu complexo de salvar pessoas que a traidora sabe tudo um dia apelidou.

Mas ele não morreu, voltou a vida, venceu uma guerra, virou mestre da morte, um lobisomem e um alfa, para deixar passar uma vítima de abuso na sua frente e não fazer nada. Ele teria se conseguisse, um primeiro beta se tudo desse certo e um filhote pra criar. Ele estava achando sua casa meio silenciosa demais mesmo.

Para ele que viveu com os Weasley desde os 12 anos, cheio de gente e caos, sua casa parecia muito calada. Sem o carinha fofo perceber, deixou nele um feitiço de rastreamento, e continuou a comer sem se preocupar, mas logo começou a escanear os outros adolescentes ao seu redor, procurando novos candidatos a filhotes.

Ele era poderoso o suficiente, mas queria ter um bando só dele, sem precisar usar magia que o denunciasse aqui. Nesse canto do mundo, ele seria apenas Hadrian Black, o alfa lobisomem recrutando betas.

Terminando o horário, ele estava indo pro seu carro, até que sentiu os cheiros familiares de seus stalkers, assim como o cheiro de um novo lobo, e se perguntou se ele era amaldiçoado para sempre atrair atenção de qualquer coisa sobrenatural sempre que ele aparecia.