01. Quase

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Era uma noite um tanto fria em Seul. Chanyeol estava parado naquele beco mal iluminado, escorado na porta dos fundos de seu bar, que estava fechado para manutenção naquela noite, como toda segunda-feira.

O homem abriu a carteira de cigarros, tirando um do pacote e acendendo, tragando lentamente. Aquela brisa fria cortando seu rosto e os sons de passos que ouvia lhe diziam que algo fora do normal aconteceria, mas se lhe perguntassem o que exatamente, ele não chegaria nem perto do que de fato aconteceu nas horas seguintes daquela madrugada. 

O grandão franziu o cenho e segurou o tabaco com o indicador e o polegar, tragando profundamente e logo balançando para cair as cinzas, tentando entender o que estava acontecendo na entrada daquele beco, de onde vinham sussurros.

— Vai lá, droga. — ouviu um sussurro e logo um garoto saiu das sombras, sendo empurrado pelos amigos em direção daquele beco com um único ponto de luz, a lâmpada fraca da porta de saída de seu bar.

O garoto esguio vinha em sua direção, as mãos estendidas para frente com algumas notas e o corpo trêmulo, seu olhar direcionado apenas para o chão.

— E-eu… E-eu quero a sua… melhor mulher… — disse inseguro, ainda olhando para o chão, mas logo estranhando aquele longo silêncio.

O garoto subiu seu olhar devagar, até chegar nos olhos do homem, vendo-o lhe encarar com a sobrancelha erguida, dando a última tragada em seu cigarro e logo soprando a fumaça em seu rosto.

— Acho que está no lugar errado, moleque.

— N-não, é… é aqui. Eu quero o que eu pedi… — suspirou longamente e então silabou “me ajude”, de forma que apenas o homem entendesse.

— Certo, se é o que quer, então entre no meu bar, mas aviso que, se há alguém o esperando, ficará aqui a noite inteira, pois hoje será um cliente especial do meu bar. 

— A-ah, certo. Meus amigos não irão me esperar. — deu um riso nervoso.

Chanyeol abriu a porta e direcionou com a mão a entrada, para que o garoto passasse antes dele.

O local estava escuro, vazio e estranhamente assustador naquela noite.

— Você sabe o quanto é perigoso fazer uma coisa dessas? Quer acabar numa caçamba de lixo na manhã seguinte? — ditou bravo, ligando as luzes do bar e tirando seu casaco, ficando apenas com parte de sua roupa social. 

Sua blusa puxado para um tom de lavanda, a calça social cinza, o colete também cinza e sua gravata num roxo escuro, que do lado de fora daquele local parecia preto. 

— E-eu não tive escolha, meus amigos me desafiaram. Agora só me deixe ficar aqui alguns minutos e então eu vou embora. — pediu quase fazendo um bico, vendo o mais velho revirar os olhos.

— Qual seu nome?

— Baekhyun e… e o seu?

— Park Chanyeol. — suspirou e foi para trás do balcão do bar. 

— Por que não tem ninguém aqui além de você? — perguntou, sentando em uma banqueta do bar.

— O bar não abre às segundas-feiras, apenas eu fico aqui para um… expediente interno, digamos desta forma. Mas garanto uma coisa, de tudo que já me aconteceu em uma segunda-feira, nada chega perto de um garoto pedindo por sexo. 

— Já disse que meus amigos me desafiaram. — fechou a cara, bufando.

— Que porra de amigos são esses?! Se eu fosse um cafetão de fato você estaria morto, garoto. Não é assim que se consegue esse tipo de coisa. — xingou, levantando as mangas até a altura dos cotovelos, lavando as mãos em seguida. 

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