Tropeçando para trás no inverno (SukuIta) - | TRADUÇÃO |

Você não entende?

"Eu preciso falar com você."

Yuji pensou ter visto Fushiguro observando a disputa de força entre ele e o técnico da equipe de atletismo, já que eles não se falaram desde que seu sensei considerou o caso de Yuji algo que valia a pena manter o controle indiretamente. Ele não prestou muita atenção à presença de Fushiguro quando percebeu como já era tarde. Ele praticamente bateu nas paredes e contornou os alunos e os cantos ao correr pelos corredores de sua escola para pegar suas coisas na sala do clube, então o pensamento dos dois se cruzando já havia se infiltrado no fundo de sua mente. 

Mas realmente, que outro motivo Fushiguro poderia ter para visitar sua escola se não fosse para falar com ele? Yuji não notou mais nada que justificasse a visita de um feiticeiro, mas, novamente, ele não estava se esforçando para procurá-lo. Na verdade, foi bem o contrário.

Embora ele estivesse pensando em continuar passando pelo outro adolescente para chegar ao seu destino antes do pôr do sol, ele sabia que não deveria enfrentar essa situação evitando. Fushiguro encontraria uma maneira de falar com ele de uma forma ou de outra. Seria melhor diminuir o ritmo e pelo menos reconhecer o feiticeiro do que ser perseguido pelos seus cães.

"E aí, cara?" Sua pergunta saiu entre pequenos suspiros por ar. Ele não estava necessariamente sem fôlego, mas Yuji ainda precisava se ajustar à súbita redução de velocidade. 

“Estou procurando um objeto amaldiçoado que foi mantido nas dependências desta escola.”

“Um objeto amaldiçoado? Como um objeto cheio de energia amaldiçoada?” O nome falava por si. Yuji voltou para o campus, apenas para balançar a cabeça com a ideia de sua escola mundana hospedar qualquer coisa relacionada à ideia de maldições e feiticeiros. “Por que a escola manteria algo assim?”

Fushiguro gesticulou para os dois ficarem perto da parede de tijolos que delineava a borda do campus para sair do caminho do tráfego de pedestres. Mesmo com as costas temporariamente viradas, Yuji conseguia imaginar as sobrancelhas do outro adolescente se unindo para acompanhar o suspiro que saía de sua boca.

“Objetos amaldiçoados poderosos que são selados adequadamente podem atuar como talismãs para afastar maldições menores em um determinado local. Esta prática está desatualizada e não é recomendada porque com o passar dos anos, os selos desaparecem e o objeto começará a atrair maldições.”

"Huh. Acho que isso faz sentido.”

Mas o que isso tem a ver com ele?

Enquanto Yuji falava, Fushiguro enfiou a mão no bolso em busca do celular. Com um clique no botão e alguns toques depois, o dispositivo foi girado para conceder a Yuji uma visão completa da tela. Ele estava vendo a imagem de uma pequena caixa retangular forrada com tecido. Dentro, um item longo e cilíndrico repousava no centro. Estava firmemente encadernado em camadas de papel envelhecido com todos os tipos de símbolos rabiscados nele. Com o assunto atual da conversa, Yuji foi levado a adivinhar que estava olhando para um objeto amaldiçoado. 

"Esse? Você tem?"

"Não." De onde isso veio? Yuji não tinha visto aquele objeto até hoje, muito menos tinha ideia de onde ele poderia estar guardado na escola. "Eu não. Por que você pensaria...?

“Não minta. Posso sentir sua energia em você. Fushiguro apontou um dedo acusatório primeiro para Yuji, depois para sua bolsa. “Entregue antes que alguém se machuque.”

Então por que se preocupar em perguntar se ele já pensava...?

Não.