Capítulo 1: Uma flor desabrochando em meio ao caos

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E para aquela criança que vive dentro de mim, eu ainda mantenho nossa promessa... não desistiremos do que nos fazem coloridos por dentro.

...

Digo para aqueles que querem me conhecer por inteiro que sou um universo de coisas simples e complexas.

Adoro vinho nos fins de tarde, escuto um bom e velho jazz enquanto danço lentamente pela sala vazia e solitária.
Somente eu, minha única companhia.

Prefiro ficar deitada em uma rede na varanda, apreciando o vasto e lindo céu azul, pensando em mil possibilidades prováveis e improváveis.

Festas nunca me interessaram, nem lugares barulhentos, ou pessoas rasas e sem caráter, com suas próprias noções sobre "viver".

Entendo que tenho apenas 17 anos.
Sou uma adolescente comum como todos os outros, e tenho muito a aprender e a ensinar também. Porém, mesmo assim, temos algo que nos fazem únicos, sejam elas atitudes, palavras ou hobbies... Sendo todas boas ou ruins.
Não sei dizer o que tenho de diferente, restam as pessoas que escolheram a mim parar estar ao lado, explicar.

Costumo dizer que cada parte de mim é arte, mas isso não significa que eu seja como aquelas obras em museus. Sou como pinturas incompletas, mas que tem seu valor.
Acabo que sou uma pintura meio complicada de se decifrar, mas bonita de se admirar. Digo também que sou poesia, uma que diria: "Ela sorri tanto, e cada sorriso, é uma cicatriz que está eternizada em sua alma."

Isso parece melancólico, mas não necessariamente triste.

Mesmo sendo uma pessoa bastante machucada, ainda posso ver beleza em pequenas coisas. Em flores, cartas, declarações, pequenos atos de amor, fins de tarde, som do mar...
Vivo em um mundo louco, onde atrocidades são normalizadas e o amor esfriado.

Me pergunto como as coisas se transformaram nisso...não que sempre tudo foi incrível e encantador. Acredito que as pessoas, a medida que evoluíam, foram se tornando mais donas de si, esquecendo o bom senso e o respeito pelo próximo.

Quero envelhecer e ensinar aos meus futuros netos a maneira leve e simples de viver e amar... ensinar que podemos ser diferentes, mais amorosos, empáticos, compreensivos, verdadeiros, carinhosos, mas que sabemos impor limites e sermos fortes. Também ser luz na vida de alguém, e ser cura, assim como dizem que sou.

Não sou a melhor pessoa para falar de amor, logo eu que não tive muita sorte nele, mas mesmo assim, nunca o deixei de acreditar.
O amor, não precisa ser necessariamente algo entre casal, assim como almas gêmeas. Podemos encontrar o amor, num aroma, numa flor, numa memória, num abraço, num sorriso, num olhar, numa comida, numa sensação...
Acredito que eu já tenha encontrado a minha...Não tenho muito o que dizer, pois palavras não seriam suficientes para descrevê-la, mas afirmo que é quem me faz sorrir o coração.

...

Hoje está chovendo, é como se as doces lágrimas das nuvens caíssem pelo meu rosto e escorrerem pela minha alma.
As vezes me indentifico com o céu, e também vou dormir chovendo...
A chuva é de tudo relaxante, suas gotas ligeiras levam junto a elas, pensamentos...

O frio inebriante que faz nesses dias, é como se estivessem sussurrando para que eu me enrole numa coberta quentinha e comece um novo livro ou veja minha série favorita.
Amo dias chuvosos e como eles me trazem paz, mesmo num cenário nublado e com tudo, triste.
É nele que posso pensar na pessoa que fui e no que me fez ser quem sou, também sinto um pouco de felicidade ao me cobrir e sentir o calor do meu próprio corpo me esquentar, e curtir minha vasta solitude.

No meu dia-a-dia não faço muito, mas o suficiente para que minha cabeça não se consuma dos pensamentos que me torturam...
Tento então ser criativa e fazer coisas que me faça viajar em outras realidades e esquecer da minha própria.
Pinturas, poesias, desenhos, músicas, mensagens, livros... Todas essas pequenas coisas me têm de corpo e alma, e consequentemente me deixam muito feliz.

Porém, nem sempre tenho a sorte de me entreter.
Em momentos como os dias chuvosos acabo a refletir sobre tudo e sobre nada, essas quais me fazem invejar o céu e imitá-lo. Vivo a dançar sorridente sobre meu caos e destruição constante, onde meu coração está em estilhaços, minha mente sempre está a se torturar e minha alma grita em agonia.
E mesmo em meio de tudo isso, encontro motivos nos quais ser forte o suficiente para me levantar.

Eu sei, pareço louca, e eu realmente sou, vivo na minha loucura, porque a normalidade é tediosa.
Rir sem motivo, dançar sem ritmo, correr sem destino, falar bobagens engraçadas...
São todas as coisas que ainda me deixam feliz em ser eu, e essa sou eu, uma garota meio sem juízo mas com suas responsabilidades, que tem um mundo de novas descobertas a oferecer.

Peço que não tenha pena de mim, sou o que sou hoje pelo meu passado, que hoje virou história, algumas não são legais de se contar, outras ainda me doem o coração, mas tem as especiais que sorrio apenas em lembrar.
Sem elas, não teria os pensamentos que tenho hoje, não me considero madura, mas tenho consciência suficiente para saber sobre o certo e o errado.
Acredito que nós seres humanos nunca páramos de aprender, a vida sempre dá um jeito de nos dar uma lição em momentos inesperados, seja nós, velhos ou jovens.

Nas madrugadas onde meus pensamentos decidem me atormentar, mantendo meu sono distante e minha saúde por um triz.
Aqueles pensamento ansiosos, que fazem o coração acelerar, as mãos suar e o corpo estremecer, mas não de maneira boa...

Nas noites de insônia, ou quando não quero dormir, penso em palavras e as escrevo, não importa muito o que eu sinta naquele momento, escrever sempre foi e será minha paixão.
Escrevo sobre tudo o que me vem em mente, seja elas poesias, textos, declarações ou apenas trechos de minhas canções favoritas... Sou incapaz de expressar em palavras ditas meus sentimentos, então as escrevo, e a cada letra terá uma parte de mim, pois faço com todo amor que existe em meu ser.

Sobre mim? Então... Sou inexplicável, mas simples...um completo paradoxo.
Amo falar, porém adoro o silêncio.
Faço outros sorrir ou quando estão a chorar, dou meu ombro para que não se sintam sozinhos, porém choro só, para que não se preocupem comigo.
Me doou para curar outras pessoas, e me machuco no processo, porém tudo valhe a pena, com um sorriso genuíno de gratidão.
Amo as tempestades e dançar á baixo da chuva, sentindo todo o peso de suas gotas suprir a dor da minha insignificância.
Rio desesperadamente, mas meus olhos refletem minha doce alma machucada.
Mostro confiança, mas tenho inúmeros pensamentos inseguros.

Sou comum, uma garota besta como qualquer outra.
Idiotice faz parte de mim, me mostro tola na maior parte do tempo.
Sou um poço de coisas sem explicação.
Tentando sempre dar o meu melhor, para ser enfim o orgulho de alguém.
A minha insuficiência é explícita, e eu sinto que sou incapaz de ser boa o suficiente para alguém.
Tenho medo de incomodar os outros com meu jeito de ser, por mais que ame como sou.

Sendo introvertida e odiando lugares com pessoas, tenho em meu coração gente que nunca quero que saia de lá, que me curam um pouco a cada dia, mesmo que eu mesma abra minhas feridas com minhas próprias críticas.
Pessoas me desgostam e concordo com elas, mas acredito que não sou tão importante assim para que você tenha pensamentos de desgosto pela minha pessoa.

Pequenas coisas me afetam, sou sensível demais, apesar de me mostrar sempre brava e irritada, assim como também sou feliz em pequenos atos.
Feliz apenas por ouvirem uma música e lembrarem de mim, feliz por alguém dizer que viu algo que gosto e me recordar...
Não é preciso de muito para me ver sorrir, basta que seja feito de coração.

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