Capítulo 4: A teoria do meu caos

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Podemos vivenciar o inferno numa madrugada triste.
Um bombardeio de pensamentos intrusos destroem sua mente e consequentemente todo seu corpo...
Lágrimas que escorrem pelo seu rosto queimam mais que fogo, seu corpo afundando, sobrecarregado de angústia.
Seus olhos embaçados e marejados, sua mente te torturando a cada segundo da sua existência.

Você sangra, e muitas vezes cometemos o erro de sangrar em quem não nos feriu...
E isso dói ainda mais.
Ficamos sozinhos, sem rumo, sonhos destruídos, exaustão constante lhe toma por inteiro, não tem mais forças de tentar, ou de se levantar.

Dizem que se cairmos devemos levantar e seguir de cabeça erguida, mas a cada vez que caímos se torna mais difícil se reerguer pelo simples fato de que você se machuca a cada tropeço, e sangra ainda mais.

Podemos sim melhorar, mas é um processo tão doloroso...
Cada um tem sua maneira de superar algo, uns mais rápido que outros, mas nunca deixa de ser um processo difícil e torturante.

Ainda acho que ter uma faca cravada em meu estômago doeria muito, mas muito menos...

Meus gritos de socorro ecoam em meu consciente, estremece meus ossos, me deixam frágil, vulnerável...
Me sinto tão cansada, não quero morrer, mas viver não me parece mais tão excitante...

Meu coração pulsa por todo meu corpo dor e agonia.
Criando expectativas e esperança em algo vazio e sem salvação, e isso me mata ainda mais...

A ansiedade me agita por dentro e me paralisia por fora, minha mente em pensamentos ágeis me atacam sempre que acham conveniente.
E mesmo estando assim, ainda que minha alma esteja tão esgotada da tristeza diária, quer tanto fazer outros sorrirem...

Dizem que amam falar comigo, que sou um anjo, que tenho uma capacidade incrível de curar até às mais profundas feridas...
Mas eu não entendo...
Como posso curar outras pessoas e não conseguir me curar?
Como posso proteger as pessoas sem nem eu mesma consigo me proteger?
Como posso ser como analgésico para eles se eu mesma me machuco?
Como? Como?

Eu sou tão fraca, por isso sou fria...crio uma barreira de proteção para não me machucar, mas é tudo em vão, porque sempre que eu levanto a mais forte e segura barreira sempre chega alguém e a destrói.
Toda maldita vez...

Eu me isolo, me escondo, reprimo todos os meus pensamentos venenosos, chorando em silêncio para não incomodar...
Não tenho pressa, passo por cada segundo dentro meu inferno, na esperança de um dia conseguir sair de lá...

Dançando em meio ao meu caos, contando ao céu sobre minhas tormentas e ele desaba junto a mim em uma tempestade forte e intensa.
Muitas vezes me odeio pelo que eu me faço pensar, por me autodestruir, é como se eu cometesse suicídio sem me matar.

É desgastante, é deprimente, é doloroso, e só gostaria de um abraço verdadeiro e cheio de cura que me envolvesse por inteiro, e dar meu último suspiro de dor, para enfim conseguir me sentir realmente bem.

Acho que é por isso que sou poetisa...minha dor vira uma linda e melancólica expressão de arte.
Eu fico feliz, quando apreciam meu trabalho, a maneira como uso as palavras para descrever meu caos...

Talvez...eu tenha perdido o resto do meu juízo.
Eu sinto muito, caro leitor.
Não espero que se identifique comigo, espero que nunca passe por isso...
Mas se passou ou ainda passa...
Quero ao menos que com a minha inexperiente maneira de escrever, faça você não se sentir tão sozinho em sua tempestade.

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