Para o teu desespero

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O odor dor feromônios desprimorosos de alfas e ômegas se misturava no grande salão, damas e cavalheiros da alta nobreza circulavam de lá para cá causando-lhe um desprezível enjôo, os olhares nada discretos sob si eram de pura curiosidade, podia sentir em seu âmago o quão curiosos estavam, e ele não sentia necessidade alguma de contar o real motivo por trás daquele baile; A melhor orquestra de toda a Roma também estava ali tocando para si uma solene melodia que o entediava.

Por Deus, se pudesse jamais estaria ali.

Tudo fôra um plano da cabeça dum desajustado que se intitulava melhor amigo do imperador e seu braço direito,Conde Kisame de Hoshigake, um homem alto cuja paciência se assemelhava a de um leão rodeando sua presa, educado, bondoso e muito amigável, tudo que Kakuzu não era e nunca seria, o azulado estava ali, plantado a seu lado esperando qualquer ordem ou comentário que sua majestade pudesse soltar, sabia do chateiamento de seu amigo, mas de toda forma não podia fazer nada, de certo que ele havia feito uma promessa a seu pai no leito de morte, dizendo que nunca amaria ou deixaria ser iludido por um sentimento amoroso, mas já estava fora de questão aquele compromisso, era chegada a hora de fazer um herdeiro.

Os diversos lustres espalhados pelo teto, tochas nas colunas e paredes iluminavam o ambiente refletindo um brilho encantador sob o chão de mármore branca fria que se perdia em meio ao público residente ali, alguns "toc toc's" irritantes das sandálias femininas estralando por ali mesclava-se ao som agoniante das conversas paralelas,no centro daquela loucura se encontrava a autoridade máxima do império em toda sua glória, o imperador trajava uma toga azul escuro do melhor linho fornecido na região um himation preto nas costas,e sandálias de couro claro, os cabelos longos e escuros permitiam um vislumbre elegante da face imperial enquanto músculos salientes adornavam o corpo moreno.

Estava tudo bem, até a bendita trombeta tocar anunciado que um dos poucos convidados de honra acabava por chegar, foram convidados 270 nobres para o evento, mas dentre ele apenas 20 eram realmente necessários na ocasião, o homem que tocara o instrumento se aproximou mas ao meio do salão para atingir o campo de visão do grande soberano, atrás de si vinham duas pessoas, um quase não se podia dizer o subgênero, mas o outro com certeza era um ômega,um glorioso e inigualável ômega, ele vestia uma túnica com fenda na perna esquerda, era na cor verde feita com cetim, e sandálias de couro que galgavam suas pernas até as panturrilhas, um olhar selvagem residia de suas íris púrpuras cortando o ar e fazendo o coração de Kakuzu errar uma batida, que ousadia, olhar o imperador nos olhos e chegar atrasado num baile, era pedir pra ser decapitado.

-apresentando a vossa majestade, Deus do império, O duque Asami de Yaburame e seu filho, Hidan de Yaburame- o servisal com a trombeta na mão se curvou mas uma vez.

- Saúdamos a ti ó Deus que zela pela gloriosa Roma, e imploramos o teu perdão por nosso delito- os albinos igualmente se curvaram com suas cabeças baixas,os olhares julgavam com deboche os dois, algumas mulheres cochichavam sobre o tecido requintado da roupa do ômega, outras comentavam sobre a audácia do atraso alheio, mas uma coisa era certa, as damas ficaram indignadas em perceber a troca de olhares entre o soberano e o futuro duque.

-têm o meu perdão- apoiou a cabeça em sua mão, a qual se sustenta no braço sob o trono- mas que não se repita- por fim, os três ergueram os corpos, o anunciador fôra para um lado e pai e filho para outro.

Os burburinhos eram nítidos e venenosos mas Hidan não se importou sua postura era animada e convencida, como tivesse conseguido algo, já seu pai estava indignado enquanto caminhavam de braços dados rumo a um garçom para pegarem bebidas.

-Eu só posso ter desonrado a minha religião!- o albino beta encolheu os ombros e corou violentamente pelos olhares, perto do ômega ele era só um homem baixinho e gordo- por que Jashin tinha que me dar um filho que se atrasa para tudo?- num revirar de olhos o mas novo pegou uma taça de suco de uva, a bebida indicada para ômegas, outro empregado tomou a frente e ofereceu uma taça de vinho ao beta, que prontamente pegou.

-Não faça drama papai- bebericou o suco- ao menos eu roubei toda a atenção, veja como as mulheres me olham- o beta lançou-lhe um olhar indignado e Hidan sorriu fazendo um brinde unilateral com seu pai- terei de ser misericordioso e não ficar perambulando pelo salão -Sussurrou risonho cutucando o braço alheio

-Como podes ser tão confiante quando até as paredes cochicham sobre ti?-Foi a vez de ele beber de seu cálice.

-É simples meu senhor- se largou do braço alheio- eu nasci pra isso - riu fininho para o provocar-Falarei com Deidara por alguns minutos, aprecie a festa!- se afastou indo rumo ao espaço onde seu amigo estava, tão belo quanto si, Deidara trajava uma túnica Branca formal sem fendas, sandálias de couro que trançavam-se nas pernas, seu noivo, Obito de Uchiha, ria de algo leviano enquanto o loiro estava emburrado, notou sua aproximação e tratou de deixar o alfa sozinho e ir de encontro a si, ele parecia estar realmente aborrecido.

-Boa noite vossa graça- reverenciou Hidan usando o honorífico correspondente ao título de Obito, que era um duque e passaria a ser de Deidara também assim que se casassem- devo perguntar sobre sua raivosa expressão ou seria indelicado?- ofereceu o braço para o outro que prontamente aceitou, começando a se afastarem dali.

-Seria indelicado -Respondeu amuado.

-Oh, então não perguntarei -prosseguiu andando.

-Seu plano deu realmente certo hm?- observou em redor notando que eram fielmente observados, foi então que seu olhar identificou pela visão periférica que não só pessoas simples lhes davam ibope, mas também o imperador, um arrepio subiu sua espinha então ele se virou para o albino -Deus! Por que tens que ser assim?- questionou temeroso

-hm? Até tu me tomas Deidara?- suspirou o encarando.

-Não estou falando disso, vossa majestade não para de nos olhar- mordeu o lábio inferior e observou o chão.

Hidan não era um exemplo de sanidade, então simplesmente olhou na direção do alfa, e realmente, ele lhe observava, se encaram e um frio castigou o estômago do albino, as mãos tremeram e suaram frio, a garganta involuntariamente engoliu seco e quando ele iria parar de olhar o homem lançou um sorriso de canto que fez as pobres pernas alvas fraquejarem e um rubor facial se formar, não teve tempo de pensar muito, uma música começou a tocar e com ela vinheram dois alfas na direção da dupla ômega, bloqueando a visão.

-Boas noites -só um deles disse e Hidan expressou o puro desgosto por terem lhe interrompido- gostariam de dançar?

-Oh não! de surpresas já basta!-Deidara puxou Hidan para fora da confusão dançante que começava a se formar, o que diabos ele havia visto?

Serás minha imperatrizOnde histórias criam vida. Descubra agora