ARTUR ALBUQUERQUE
Agosto
A fazenda estava em festa comemorando mais uma colheita muito produtiva.
Os negócios tinham crescido muito nos últimos meses e agora estavam sendo passados gradativamente para Antônio, já que Aloísio estava em campanha eleitoral para a prefeitura de Alta Colina.
A noite estava bonita, sem nuvens e fresca. A fogueira crepitava alto, enquanto os violeiros puxavam as modas antigas, fazendo as pessoas se jogarem na dança.
Girei mamãe em meus braços sem perdermos o ritmo da música animada, arrancando seus sorrisos sinceros e leves. Quem a via tão tranquila naquela noite sequer imaginava o quanto ela era mulher forte e atenta, ciente de cada movimento que acontecia no nosso império, sem nunca perder o tato para resolver situações complexas que ocorriam constantemente.
— Sabe — ela comentou, como quem não quer nada —, estava olhando o tanto de moça bonita nos prestigiando esta noite. Filhas de fazendeiros da região, moças da cidade, filhas dos nossos funcionários e, principalmente, uma certa ruiva linda que infelizmente é filha do prefeito. — Fez careta ao mencionar o homem, mas sorriu, circulando a minha cintura ao voltar a falar: — E você aqui, perdendo tempo com a sua velha mãe. Por que não tira uma delas para dançar e comece a providenciar os meus netinhos, hein? Estou ficando velha, preciso ser avó dos seus filhos logo.
Ri, alisando o rosto com algumas linhas de expressão, mas extremamente bonito. Apertei meus braços ao redor do corpo estreito, dizendo, despreocupado:
— A senhora não está feliz com os seus três netos espoletas? A Aurora acabou de nascer.
Com três tapinhas no meu rosto, respondeu com os olhos brilhantes:
— Eu não tive três filhos para ficarem me regulando netos. Quero essa casa cheia de Albuquerquinhos. E seus eu quero pelo menos uns quatro.
Gargalhei, tirando-a do chão em um abraço apertado, fazendo-a gritar:
— Me põe no chão, menino.
Demorei mais alguns segundos a irritando, mas fiz o que pediu. Mamãe ajeitou a camisa de botão e, em seguida, fez o mesmo com a minha.
— Mas falando sério, filho, está na hora de pousar esse coração em um terreno seguro. É um menino de ouro, mas chega dessa vida boêmia que você e Antônio tinham.
Fiz uma careta só para vê-la brava.
— Vou pensar no seu caso, Dona Marta.
— Pensa com carinho. Quero estar bem nova ainda para cuidar dos meus dez netos — respondeu, me fazendo rir. Uma creche só para os herdeiros Albuquerque seria pouco para ela. Segurou as laterais do meu rosto, forçando-me a abaixar a testa para que ela pousasse um beijo carinhoso antes de se afastar. — Agora vou me juntar ao restante dos convidados.
Assenti, vendo-a se afastar.
Peguei o copo de cerveja que abandonei antes de tirar a mamãe para dançar, pensando enquanto o enchia novamente.
Meus irmãos dançavam com suas esposas, felizes e radiantes. Aloísio, embora fosse o mais impetuoso de nós três, se tornava outro homem quando estava com Luiza. Mais leve e bem-humorado.
Antônio perdeu completamente a postura de libertino que sustentava antes da chegada de Marcela. Agora, além de rendido, ele era um pai babão, homem de família.
Eu os admirava como casais, mas isso não queria dizer que eu estava buscando por alguém. A verdade era que aos 27 anos eu gostava da liberdade de ser solteiro.
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[DEGUSTAÇÃO] - A PROTEGIDA DO COWBOY | FAMÍLIA ALBUQUERQUE: LIVRO 3
ChickLitCASAMENTO POR CONVENIÊNCIA + SLOW BURN + MOCINHO PROTETOR + MOCINHA INDEFESA E DESBRAVADORA + HOT Artur é o caçula dos irmãos Albuquerque. Um veterinário descomplicado, tranquilo e apaixonado pela fazenda. Desejado pelas mulheres de toda a região, n...