FEMALE LONELINESS

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     Cecilia

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     Cecilia

— Fui no ct hoje cedo.

— Sério? — meu marido perguntou, engolindo sua comida com certa dificuldade.

Estamos jantando em mais um restaurante caro da grande São Paulo. Era quase uma tradição nossa termos momentos assim antes dele viajar em busca de outro título. Daqui dois dias ele junto com os outros iam disputar a supercopa.

— Aham. Fiquei te esperando por horas para almoçamos. — digo, deixando o garfo no prato. — No final acabei indo embora, uma menina estranha disse que te avisaria.

— Quem? — ele perguntou, me encarando seriamente.

— Não me lembro do nome dela. — minto, dando os ombros. — Mas era alguém da comissão, amor.

Ele me olhou confuso fingindo também não saber de quem eu estava falando. Da mesma maneira que tinha mentido para ele não suspeitar que eu soubesse do seu caso, já que o portuguese me conhece o suficiente para saber que não me recordo de nomes de pessoas comuns.

— Provavelmente foi a Saad. Não converso muito com ela. — ele disse, em tom de voz calmo.

— Fiquei surpresa ao saber que tinha alguém novo na comissão. — digo, encarando seus olhos castanhos. — Por que não me contou?

— Acabei esquecendo, querida. — ele disse, pegando sua taça de vinho. — Toda a final do brasileirão e a renovação do meu contrato.

Assenti com a cabeça sentindo ele me ferir apenas com uma frase, outra mentira, trapaça e enganação. Não sabia por quanto tempo aguentaria manter a pose fingindo que não estou perdendo completamente minha cabeça.

— O que você tem? está distante o jantar todo. — ele perguntou, nitidamente confuso pelo meu silêncio repentino.

— Estou apenas pensando como vou conviver dois dias sem você. — minto, bebendo outra taça de vinho.

— Nem me fale, odeio dormir em hotéis e principalmente sem você. — ele me disse, colocando sua mão por cima da minha e alisando ela de um jeito gentil. — Eu te amo muito, Ceci.

Sinto o meu coração apertar forte. Assisto o técnico a mentir na minha frente como se eu fosse uma pobre garota, como se eu não pudesse enxergar o homem desprezível que ele se tornava a cada dia.

— Eu também te amo. — sussurro, mordo os lábios em uma forma de munição por ser uma grande tola e não conseguir mentir igual a ele. eu ainda amava ele e muito. — Posso te pedir por algo?

— Claro, meu amor. — ele disse, me dando aquele olhar amoroso.

Gostaria de acreditar em suas palavras, que de fato ele me amava ainda, mas a única coisa que passava na minha cabeça era se ele também olhava assim para ela?

MAD WOMAN - JOAQUIN PIQUEREZ Onde histórias criam vida. Descubra agora