Lillie acordava de um sonho estranho, parecia ser uma conversa, mas não sabia se era entre ela e mais alguém. Ou se era entre outras pessoas e o cérebro dela só imaginou isso. Talvez tenha sido porque ela tivesse assistido um filme de luta com magias e muita fantasia ontem. É, talvez tenha sido isso mesmo, sem sombra de dúvidas, o Aidan não parava de falar sobre então certamente deve ter ficado na cabeça dela, pelo menos era o que ela pensava ser. Mas o mais intrigante, fora aquela gritaria que ela escutou em seu sonho, por que ela ouvira tudo aquilo? Por que tanto ódio, quem teria tanto ódio de alguém assim?
Ela ainda estava deitada, de olhos fechados, tentava voltar a dormir, afinal ainda eram três e cinquenta e sete da manhã, ainda tinha alguns minutos antes de acordar para ir para a escola. Era seu último ano, e já estava se preparando para se mudar e ir estudar na faculdade de moda a qual tinha conseguido uma bolsa ao fazer uma prova teórica e prática se passasse de ano.
Ela tenta a vaga desde o ano passado, quando recebeu o e-mail de que podia ter a chance de conseguir uma bolsa lá, com tudo pago, incluso dormitório mobilhado e restaurante livre, ela não perdeu a chance. Se inscreveu o mais rápido que pôde quando viu o e-mail — trinta e um segundos depois de receber o mesmo — pegou a prova e já tinha marcado o que ela teria que estudar.
Ela já esperava que iria passar, mas não se deixou abalar e estudou mais do que podia, ela precisava passar nessa prova para ir para a segunda fase com perfeição, ela sabia que precisava ser destaque, mesmo sendo modesta. E claro que ela passou, e a segunda fase foi o mais díficil para ela, criar uma roupa do zero, com o tema "o atual passado futuro". Ela pensou em duas formas de fazer esse projeto, um conjunto ou um vestido, no fim ela fez ambos.
Um completava o outro, ela se abusou e criou um sobretudo roxo com bordados para combinar com o conjunto. O vestido era um tomara-que-caia, borbado à mão com detalhes perolados sutis que davam toda a diferença na roupa, cada detalhe era diferente, era o "toque especial da Lillie" o qual a sua mãe havia apelidado. O vestido estava pronto, ela só precisaria de uma modelo para usá-lo. Ele passaria por um teste prático em uma passarela feita para estas estilistas que sonham em entrar no mundo da moda.
Mesmo assim, mesmo tentando pensar em coisas bestas para pegar no sono o quanto antes, ela não conseguia. Ela continuava acordada, e só tinham se passado alguns poucos minutos desde aquele sonho estranho a ter acordado, e talvez agora ela nem precisasse mais dormir. Então sem mais nada para fazer, se levantou, foi lavar o seu rosto, e em seguida foi beber água. Voltou ao quarto e novamente deitada na cama, ficou pensativa sobre o que tinha sonhado. Foi tão esquisito, ela não sabia o que significava, e por isso decidiu pesquisar na internet, mas concluiu que nada explicava isso, talvez o sonho dela fosse tão específico que nenhuma outra pessoa já havia tido antes.
De qualquer forma ela seguiu com sua rotina da manhã, tomou banho, lavou o cabelo, secou, foi tomar seu café da manhã, escovou os seus dentes, e ficou esperando seu irmão mais velho sair do quarto correndo desesperado para saírem de casa e irem para a escola. E foi tudo nessa ordem, em alguns poucos minutos ela ouviu o som de passos fortes descendo as escadas quase como se alguém estivesse tropeçando em algum degrau e caindo de cara no chão, o que claramente já aconteceu algumas vezes, mas não foi o caso dessa.
— Filha, espera um pouco! - ouve-se uma voz adulta feminina vindo da sala, era a mãe adotiva de Lillie, Cibele. - Leve isso para os seus professores, diga a eles que é um presente para o fim do ano letivo.
— Tá bem, mãe, eu vou. - Lillie diz com um sorriso simples, sem mostrar os dentes.
— Pegou seu lanche? - Cibele pergunta.
— O Aidan vai passar na cozinha antes então ele pega, a senhora já sabe disso.
— É que ele esquece as vezes né.
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ellym
FantasyUm grupo de adolescentes conectados pelo destino são chamados para uma "viagem para outro mundo". Guiados apenas pelos seus instintos eles vão, sem se questionar ou relutar sobre seus sentimentos. Ao acordarem, eles estão num lugar que eles nunca ha...