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[Nome] acordou pontualmente às 5 horas da manhã para começar a se preparar. Iriam à cidade vizinha buscar suprimentos e materiais necessários. As listas haviam sido entregues um dia antes e, ao que tudo indicava, seria uma expedição de um dia inteiro.

Precisavam de armas, munições, itens hospitalares, comidas, materiais e plantas... suspirou. Seria difícil, mas nada que não pudessem conseguir.

A mulher levantou-se da cama, indo diretamente até o seu armário e pegando o uniforme militar, que consistia em uma regata cinza, uma calça camuflada, coturnos pretos e uma gandola quente o suficiente para a temperatura que fazia lá fora.

O inverno se aproximava e a busca por mantimentos era mais do que necessária. A comunidade era grande e precisava de muitas provisões mesmo com todas as plantações e criações que tinham. Nada era garantido e a luta por sobrevivência se tornava cada vez mais feroz.

A tenente parou por alguns instantes para se olhar no espelho. O mundo como conheciam não existia mais. As pessoas que amavam, haviam morrido em algum momento. Só restou aos sobreviventes se unirem em comunidades. [Nome] sabia sobre todas, mas sempre evitou que as outras soubessem sobre a dela.

Principalmente eles e o governo.

Nunca teve muito tempo para pensar sobre como a vida mudou de forma drástica e abrupta. Um experimento que havia dado errado, um laboratório abandonado. Adolescentes inconsequentes cruzando as placas de 'Não ultrapasse!', 'Perigo!', 'Material Tóxico. Mantenha distância.'. Sempre foi algo com o qual brincavam. Eles riam na cara do perigo, sem pesar as consequências de suas ações e aquela brincadeira havia levado ao fim do mundo.

Suspirou outra vez, enquanto fitava sua própria imagem refletida. Não havia mudado muito, mas suas feições envelheceram mais do que deveriam. O tempo que passou lutando contra a praga e outros seres humanos cobrava seu preço.

Será que eles iriam reconhecê-la, mesmo que as mudanças fossem poucas?

Mesmo que lutasse contra tudo para se manter longe dos gêmeos e de tudo o que a ligasse à antiga vida, uma parte de si lutava contra, querendo encontrá-los e pedir perdão por ter desaparecido e ter se passado por morta.

Rosnou, antes de dar as costas para o quarto e ir para a sala de reuniões, onde os outros a encontrariam.

Tinha um mau pressentimento sobre o que poderia acontecer. A mesma sensação ruim de quando haviam sido pegas rondando a antiga universidade. Seu estômago estava embrulhado e uma dor incomoda se fazia presente atrás de seus olhos. Precisava de cafeína e logo.

Para a sua felicidade, assim que cruzou as portas, Lin já estava ali, assim como Loh e Bia. O cheiro de café recém passado aliviou um pouco a tensão de seus ombros, assim como a dor. Sorriu para os amigos, se aproximando.

"Bom dia, [Nome]." Lin foi o primeiro a cumprimentá-lo, já lhe alcançando uma xícara.

"Bom dia. Não sabe o quanto estava precisando disso." assim que a cafeína desceu-lhe pela garganta, o incômodo atrás dos olhos desapareceu como um passe de mágica. "Como estão os preparativos?" perguntou para as outras duas que se sentaram.

"Quase tudo pronto, só precisamos passar no arsenal e podemos sair." Loh encarou a amiga. "Aqui. A relação de soldados para a missão."

[Nome] pegou o papel, lendo rapidamente e fazendo uma careta. Haviam quinze pessoas ao todo.

"Vamos diminuir isso aqui. Nove são o suficiente. Com todas aquelas pessoas soltas por aí, um grupo grande só chamará atenção." Bia iria protestar, mas a tenente ergueu a mão. "Serão nove e nos dividiremos em três trios. Cada uma de nós vai liderar um. Vamos em três carros também."

N'oublie Pas de Vivre (Irmãos Miya X Leitora - Apocalipse Zumbi AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora