segunda dose: fora de controle

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espero que gostem e aproveitem bem.
boa leitura 🤟




𝚂𝚎𝚐𝚞𝚗𝚍𝚊 𝚍𝚘𝚜𝚎: 𝘧𝘰𝘳𝘢 𝘥𝘦 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘳𝘰𝘭𝘦.

A pequena claridade entrou pela fresta da cortina, a exaustão corporal da noite passada foi tão grande que por instantes esqueceu como havia parado ali em um colchão no chão. Tateou pelo celular em algum lugar embaixo do edredom que estava mais esticado no tapete do quarto do que sobre ele.

― Ainda é cedo - suspirou espreguiçando o tronco.

Ao olhar para o lado, o de cabelos rosados - agora perfeitamente bagunçados - estava completamente estirado de qualquer jeito em cima da cama, no estado que ficou ontem provavelmente deve ter desistido de insistir para que dormisse na cama dele. Com certeza não acordaria tão cedo.

O moreno fez sua higiene matinal e desceu para se alimentar. O café da manhã tava posto na mesa, algumas frutas, pão, bolo, suco. Sua mente era um tanto quanto avoada logo de manhã, passava a funcionar corretamente apenas depois de um bom café, pegou uma fatia do bolo no centro, parecia ser de milho pelo aroma, levou até a boca com uma mordida generosa. O marasmo em seus olhos evaporou, era divino, fofinho e com uma camada cremosa no meio. A primeira fatia mal acabou e logo outra veio em seguida, outra, outra e outra. Tinha o sabor de um bolo caseiro e pela perfeição só poderia ser feito por uma pessoa, que aliás, deve ter levantado bem cedinho.

Uma risada calorosa ecoou dos fundos da casa, onde Megumi ainda não conhecia, seria uma ótima hora para se habituar aos comodos. Foi guiado pelo som até a área de lazer, havia uma piscina no quintal e mais as laterais um jardim com uma pequena horta. A moça segurava uma mangueira cobrindo com água todas as plantas, o irmão mais novo também estava lá ajudando, ou brincando com a terra.

― Gumi! - o pequeno sacudiu um dos braços ao vê-lo de longe.

― Levantou cedo - proferiu ela concentrada nas plantas.

― Olha quem fala - caminhou até eles ― Costuma levantar cedo assim?

― É bom, não acha? - riu gentilmente ― Torna o dia mais produtivo.

Concordou com a cabeça, poucas pessoas pensavam assim, ele também gostava de descansar a mente e o corpo para o outro dia, mas a sensação de cumprir com seus deveres era gratificante. Saber que uma pessoa alguns anos mais velha que ele também tinha essa visão, significava que seu caminho estava certo, ainda mais vindo dela, nitidamente inteligente, dedicada, cuidadosa, atenciosa e... tão atraente.

― Yuji ainda não acordou? - perguntou.

Seu subconsciente fixamente atento aos detalhes ficou desnorteado em meio à tantas virtudes.

― Ele 'ta hipono... hopiniti...hi...

― Hipnotizado você quer dizer? - sugeriu ao garotinho que acentiu com um pequeno joia com a mão.

― D-desculpe - alisou a testa ― Ele ainda está no quarto.

― Vou acordar ele - desligou o registro da mangueira.

― Deixa eu acordar, por favorzinho! - implorou o mais novo com um bico.

― Consegue subir as escadas sozinho? - questionou vendo-o balançar a cabeça positivamente ― Tenha cuidado e lave as mãos primeiro.

Correu com a cara mais sapeca possível, esperto o suficiente para subir as escadas sozinho, mas certamente não tão obediente para lavar as mãos sujas e deixar de esfrega-las no rosto do irmão.
Megumi sugeriu a ela ajuda com as plantas, ser prestativo era quase um dom dele, foi aceito de bom grado. Começou jogando um pouco de fertilizante nas flores rasteiras, depositava o produto em cada uma delas enquanto a moça organizava as que ficavam penduradas nos vasos, em um suporte de madeira agarrado na parede. A visão panorâmica chamou a atenção de suas pupilas, com o canto de olho percebeu que as pernas dela se tornaram um pouco mais proximas dele. Franziu o cenho repudiando com todas as forças o pensamento ligeiro surgido em sua mente, o vestido claro, colado nas curvas acima, desafiava seus valores internos.

𝙎𝘼𝘽𝙊𝙍 𝙑𝙄𝙉𝙃𝙊 𝙏𝙄𝙉𝙏𝙊,  megumi f.Onde histórias criam vida. Descubra agora