❝ Eis a natureza humana em ação, o culpado culpando todos menos a si mesmo. ❞- Dale Carnegie.
OS INSTINTOS PRIMITIVOS do homem sempre foram voltados para a autopreservação, óbvio. Afinal, quem gostaria de colocar a si mesmo em uma situação de risco...
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[𝟎𝟎𝟑]. Aperitivos, fofocas e tentativas de assassinato;
Skyler, 5 anos atrás, Thunder Bay.
— Eu odeio isso. — Murmuro, inclinando-me em direção a Levi e me apoiando em seu ombro para ajustar o pequeno e delicado salto de tiras em meu pé esquerdo. — Esses eventos beneficentes são um saco.
— Nem me fale. — Revira os olhos, colocando sua taça vazia na mesa de aperitivos a nossa frente. — Meu pai me obrigou a vir, como sempre.
Solto um riso nasal, afastando-me dele e levando minhas mãos até a alça fina de meu vestido de seda verde, alinhando-o em meu corpo. Seguro minha pequena bolsa de diamantes com firmeza, impedindo-a de cair conforme me movia.
Conversas fúteis e uma leve música clássica ecoavam por todo o salão de festa, fazendo-me desviar a atenção aqui e acolá para assistir a todos que transitavam.
— Qual foi a chantagem da vez?
— Acho que está mais para ameaça. — Murmurou pensativo. — Disse que iria me tirar do time.
Cesso meus movimentos em minhas vestes e o encaro de canto de olho, levemente surpresa. Sei perfeitamente o quanto Levi odeia eventos sociais como este, e sei também que seu pai utilizaria dessa mesma ameaça para conseguir o que quer. Ele sabe o que o basquete significa para seu filho.
— Ele sabe que funciona, e continuará usando isto por um bom tempo. — Continuou. — O foda é que eu preciso continuar me destacando para entrar no time no ensino médio.
— Quando nós estivermos no ensino médio, os cavaleiros não estarão mais aqui. — Pontuo, na tentativa de consolá-lo. — Eles vão precisar de você no time.
Levi parece refletir por alguns instantes, franzindo o cenho e traçando seu olhar para minha direção depois de breves segundos. Estranho sua atitude.
— Você está me chamando de tapa-buraco?
Prendo a respiração por um breve segundo, segurando a risada enquanto fitava sua face com o cenho enrugado.
— Não...? — Meu tom saiu com um breve resquício de dúvidas, fazendo os olhos se meu amigo arregalaram-se.
— Skyler!
Solto a risada presa em minha garganta, negando brevemente com a cabeça.
— Qual é, você sabe que é bom. — Digo, ainda entre risos. — E sabe que vai conseguir essa vaga independente do que o seu pai pensa.
— Quem sabe. — Murmura, esticando o pescoço para os lados em busca de algo, provavelmente um garçom. — Pelo menos eu vou ter você. Onde estão os garçons?
Solto uma risada sem humor, ignorando a última fala alheia de meu amigo.
— Não é como se eu tivesse muita escolha. Eles sequer me deixam falar.