𝟑𝟓. 𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐅𝐈𝐕𝐄

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𝐞𝐬𝐜𝐨𝐥𝐚 𝐝𝐨 𝐦𝐚𝐥, 𝐩𝐚𝐢𝐱𝐨𝐧𝐢𝐭𝐞𝐬 𝐞 𝐣𝐨𝐞𝐥𝐡𝐚𝐝𝐚𝐬║-Lina anda logo! - berrou Annabeth do corredor. - Já estamos atrasadas.

Dei um último laço mal feito em meu coturno e corri na direção da porta, quando me dei conta de algo.

- Alguém viu meu gorro? - berrei alto.

Annabeth grunhiu de irritação por estarmos atrasadas. Algo cinza e felpudo veio voando em minha direção e eu peguei.

- Obrigada.

- De nada. - o som saiu abafado pois Thalia ainda estava no banheiro.

Sai para o corredor e no exato momento em que terminei de ajeitar meu gorro na cabeça, a Diretora Smith dobrou a esquina do corredor, e nos chamou apressada.

- Venham meninas, a tia de vocês já chegou.

Thalia fechou a porta do quarto e trancou bem, me dando a chave em seguida, e eu prendi ela em meu colar. Seguimos na direção da saída do colégio, onde Percy e sua mãe nos esperavam.

Um pouco de insistência aqui, um pouco de mágica acolá, e uma boa quantidade de névoa nos permitiu passar o ano escolar fora do acampamento. Fora ideia de Thalia, e então Annabeth, eu e ela nos mudamos para um colégio interno no Brooklyn, somente para garotas.

Não passava o ano fora do acampamento desde que tinha chegado lá. Estava sendo uma experiência interessante. Era incrivelmente bom ter um computador, uma TV e um appzinho mágico chamado Spotify, mas era igualmente estranho estar longe de casa.

Mesmo com tudo de bom que havia no mundo normal, estava sentindo uma sensação estranha. As vezes ela vinha em ondas. Haviam dias em que eu me sentia esplendidamente bem, como se nada no mundo pudesse me afetar, mas haviam dias que um simples zumbido de mosquito me dava dor de cabeça, e tudo parecia querer dar errado. Hoje era um dia desses. Algo estranho se revirava dentro de mim, mas não conseguia saber exatamente o que isso queria dizer.

Contornamos os corredores confusos do colégio e saímos para fora, onde Percy e a Senhora Jackson  já nos esperavam. A história era que éramos todos primos e que estávamos saindo para uma viagem de família.

Na verdade, estávamos indo em direção a uma escola, que possivelmente era uma armadilha mortal, para encontrar Grover que tinha nos mandado um pedido de socorro. Talvez a sensação ruim viesse daí.

A viagem de Nova York para Bar Harbor durava oito horas e apesar de não encontrar Percy a meses, não conversamos basicamente nada. Estávamos muito nervosos para isso.

Enquanto isso, como se para compensar nosso silêncio, a Senhora Jackson conversava sem parar, contando cada episódio vergonhoso que já aconteceu na vida de Percy.

Ele parecia afundar mais e mais no banco a cada história.

Chegamos a Bar Harbor ao anoitecer. Thalia olhou pela janela e disse:

- Ah, sim! Isso vai ser divertido.

Infelizmente, a definição de diversão de Thalia era um pouco assustadora. Westover Hall era um castelo digno de filme de terror. Todo construído com pedras pretas, com torres e janelas em fenda, e com um conjunto de portas de carvalho imponentes.

Para ajudar com a vibe macabra, a escola ficava sobre um penhasco nevado que dava para uma floresta de um lado e para uma queda de uns 30 metros no oceano no outro lado.

- Vocês têm certeza de que não querem que eu espere? - Sally perguntou para o filho.

- Não, mãe, obrigado, - disse Percy - Não sei quanto tempo vai levar. Vai dar tudo certo.

𝐋𝐈𝐓𝐓𝐋𝐄 𝐒𝐔𝐍 || ᵖᵉʳᶜʸ  ʲᵃᶜᵏˢᵒⁿ  ᵃⁿᵈ  ᵗʰᵉ  ᵒˡʸᵐᵖⁱᵃⁿˢOnde histórias criam vida. Descubra agora