𝟓𝟗. 𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐅𝐈𝐅𝐓𝐘 𝐍𝐈𝐍𝐄

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𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐦𝐚̃𝐞 𝐚𝐭𝐚𝐜𝐚 𝐧𝐨𝐯𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞║Como se fosse meu pior pesadelo, estávamos completamente perdidos em menos de cinco minutos.

Quando meus olhos se ajustaram à escuridão, o túnel em que estávamos definitivamente não era o túnel de meus sonhos. Ao invés de paredes e teto de pedra, estávamos em um corredor circular como um esgoto, feito de tijolos vermelhos e espaços preenchidos por barras de ferro de três metros. Tentei parar de tremer enquanto sacava a lanterna da mochila. Pelo menos não era tão escuro quanto tinha imaginado.

Percy jogou a luz de sua lanterna por um dos buracos, mas nada era visível. Mesmo com a lanterna, era só uma escuridão infinita. Jurei ter ouvido sussurros e murmúrios, mas me forcei a esquecer. Ninguém mais parecia ter ouvido nada e eu já tive minha cota de loucura por uma vida.

Annabeth sugeriu que ficássemos sempre seguindo a parede da esquerda para que não nos perdêssemos.

- Se mantivermos uma mão na parede da esquerda e segui-la, - disse ela - devemos ser capazes de encontrar o nosso caminho de volta invertendo o curso.

Como se tivesse ouvido seu plano, a parede esquerda simplesmente desapareceu. Agora nós estávamos em uma câmara circular com oito túneis, sem nenhuma ideia de como ou quando entramos lá.

- Hum, por qual caminho viemos? - Grover perguntou nervosamente.

- Apenas dê meia volta. - Annabeth disse.

Cada um de nós se virou em uma direção diferente. Eu teria rido se não estivesse desesperada. Não havia mais volta. Nada que nos indicasse como voltar para casa. Me forcei a continuar respirando em um ritmo normal.

- Paredes da esquerda são más. - disse Tyson. - Qual o caminho agora?

Annabeth inspecionou os oito túneis com a lanterna. Eles pareciam exatamente iguais, percebi com um quê de desespero. Haviam se passado o que? Três minutos? Eu já estava desesperada, perdida e sentindo falta da luz do dia.

- Por ali. - disse Annie.

- Como você sabe? - questionou Percy.

- Raciocínio dedutivo.

- Então... você está adivinhando.

- Apenas venha. - ela falou.

Eu repreendi Percy com o olhar. Essa missão já era complicada o bastante sem ficarmos duvidando de Annabeth.

Seguimos pelo túnel que ela indicou. Ele foi ficando cada vez mais estreito e apertado, muito rápido. As paredes de tijolo viraram cimento e logo o teto era tão baixo que tínhamos de arquear as costas. Tyson engatinhava para conseguir se mover.

Grover fazia ruídos altos, hiperventilando e se desesperando.

- Eu não posso mais aguentar isso. - ele sussurrou. - Já chegamos?

Não pude evitar um risinho com a pergunta.

- Nós estamos aqui em baixo por talvez cinco minutos. - Annabeth disse a ele.

- Foi mais do que isso. - insistiu Grover. - E por que Pan estaria aqui embaixo? Este é o oposto da natureza!

Eu concordava com Grover, certamente sentia como se já tivessem passado bem mais de cinco minutos. Com um arrepio, me lembrei de como havíamos ficado uma hora presos no Labirinto ontem. Quanto tempo já havia se passado no mundo exterior?

O túnel estava ficando tão estreito que achei que fossemos morrer asfixiados, bem quando ele se tornou um enorme salão de novo. Iluminamos a sala com as lanternas e Percy murmurou:

𝐋𝐈𝐓𝐓𝐋𝐄 𝐒𝐔𝐍 || ᵖᵉʳᶜʸ  ʲᵃᶜᵏˢᵒⁿ  ᵃⁿᵈ  ᵗʰᵉ  ᵒˡʸᵐᵖⁱᵃⁿˢOnde histórias criam vida. Descubra agora