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Bárbara Baldwin - Ponto de vistaLondres, Reino unido

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Bárbara Baldwin - Ponto de vista
Londres, Reino unido

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- Senhorita Baldwin, o George enfiou o dedo molhado no meu ouvido de novo!

Girei o corpo, dando as costas para o quadro negro mais uma vez e me deparando com quinze pares de olhos brilhantes. Meus alunos haviam ficado exatos dois minutos sem chamar meu nome. Esse era o novo recorde!

- George, querido... - chamei o pequeno, que estava sentado na penúltima fileira.

Todos os outros olharam para a criança em questão, esperando para ver o que aconteceria com ele. Era uma cena engraçada, apesar de eu já a ter presenciado incontáveis vezes.

O garoto gordinho e de cabelos enrolados era um dos que mais exigia minhas pequenas broncas, mas eu o estimava profundamente. Em apenas pouco mais de um mês, aquelas figurinhas diante de mim conquistaram meu coração da forma mais pura possível.

- Sim, professora?

- Posso ir até sua carteira e enfiar meu dedo molhado em seu ouvido? - perguntei, com um sorriso manso no rosto.

George arregalou os olhos, abrindo a boca em um perfeito
"O" ao perceber o absurdo que eu havia dito. As outras crianças pareciam igualmente pasmas, e tive que me segurar para não rir de suas expressões confusas.

- Não, professora - o pequeno respondeu, movendo a cabeça freneticamente para os lados de forma incisiva.

- E por que não? - mantive o questionamento, franzindo o cenho.

- Porque eu não gosto - George resmungou, fazendo um beicinho involuntário.

Suas bochechas estavam avermelhadas pela atenção que estava recebendo, e tive vontade de apertá-las enquanto fingia estar pensativa, ponderando o que ele havia me dito.

- Ora, e por que você faria ao Thomas algo que não gosta que façam contigo?

Minha dúvida pareceu deixá-lo desconcertado. Eu sabia que muitos educadores tradicionais não concordavam com minha abordagem, mas eu sempre achei mais justo fazer os pequenos pensarem sobre suas atitudes do que simplesmente puni-los. É assim que criamos cidadãos críticos e não indivíduos alienados.

Percebendo que George não sabia o que me responder, pousei o giz que segurava em minha mesa e abri um sorriso sincero.

- Que tal você pedir desculpas ao seu colega para continuarmos a aula, querido?

- É uma boa ideia - Thomas se pronunciou, com um olhar inocente enquanto erguia os ombrinhos.

- Tudo bem - o de cabelos cacheados disse, se virando para o lado em busca de encarar o ruivo. - Me desculpe por ter enfiado o dedo molhado no seu ouvido, Thommy. Isso não foi legal.

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