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Victor Miller - Ponto de vistaLondres, Reino Unido

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Victor Miller - Ponto de vista
Londres, Reino Unido

Um, dois, três... quatro.

Quatro copos espatifados no chão graças à minha falta de equilíbrio. Eu podia sentir os olhos de Creed queimando minhas costas, mas mesmo assim ousei me virar e lhe dar um sorriso amarelo.

- Ops.

- É o caralho, Victor - o rapaz rosnou, com aquela expressão irritada que só ele sabia fazer. - Você está olhando para 37 libras a menos na nossa conta.

Ajeitei a caixa imensa que carregava nos braços, fazendo uma careta enquanto me afastava da estante do bar. Ao passar por meu sócio, murmurei o quão caros eram aqueles malditos copos, mas isso só serviu para deixá-lo mais bravo e tive que apressar o passo para não apanhar com a prancheta que ele tinha em mãos.

Ao chegar em meu escritório, suspirei aliviado por deixar o que eu segurava sobre a mesa.

Segunda-feira era sempre o dia mais cansativo, física e emocionalmente. Eu e Creed éramos donos de uma grande boate de Londres, e naquele período da semana organizávamos tudo o que foi tirado do lugar ou, ainda, deteriorado durante as noitadas. Pessoas bêbadas podem ser bem destrutivas quando querem, acreditem.

Entretanto, o maior motivo de eu odiar tanto as segundas era justamente o mau humor do meu sócio. Depois de quatro anos com esse empreendimento, ele ainda não sabia lidar com o meu... modo de trabalhar. Alguns podem me chamar de preguiçoso ou desastrado, mas eu gosto de me denominar divertido. Tenho um estilo peculiar, apenas, enquanto Creed é todo organizado e neurótico com planejamentos.

Lembrando-me disso, corri para tirar os objetos de dentro daquela caixa antes que o garoto viesse puxar minha orelha de novo. Nada mais do que algumas peças de roupas, relógios e até mesmo celulares, que as pessoas haviam deixado para trás após uma noite de bebedeira.

Totalmente desanimado para procurar os donos, resolvi fazer da caixa o novo lar daqueles pertences - pelo menos até alguém ligar em busca deles.

- Miller... - Paul me chamou da porta, e em seus dedos estava pendurada uma pequena sacola plástica. - Acharam esse aqui no banheiro.

Abri ligeiramente os braços, sinalizando para que nosso segurança me jogasse o que quer que fosse o objeto. Com um sorriso de lado, o homem me lançou a sacola.

Entretanto, foram necessários apenas alguns segundos para que ela estivesse no chão e uma expressão de nojo preenchesse minha face.

- Por que diabos você me deu isso, cara?! - perguntei indignado, fingindo um vômito imaginário.

Paul riu da minha cara, dando de ombros e deixando o escritório enquanto eu olhava, enojado, para aquela sacola aos meus pés. Chutei-a para longe, ainda escandalizado.

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