Capítulo 4

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Então, continuei correndo, perguntando-me o motivo, e mais ainda, por que esse homem me perseguia? O que fiz para merecer isso? Num vazio inexplicável, as ruas desprovidas de testemunhas, a ausência de qualquer outra alma no beco. Quando passei por aqui antes, será que ignorei as pessoas que transitavam? Sempre esteve tão deserto?

Ao olhar para trás, meu perseguidor havia sumido, iludindo-me com um falso alívio. Descuidado, percebi que num mundo anormal, uma perseguição também seria incomum. O homem ressurgiu atrás de mim, criando um tornado de fogo, do qual me afastei ao sentir o calor na pele.

- Pouco sutil... - murmurei para mim mesmo.

Ao girar para fugir novamente, uma surpresa aguardava-me: outro homem encapuzado, réplica exata do primeiro, cercando-me. Recostei-me na parede, estrategicamente posicionando-me para visualizar ambas as saídas do beco. Os dois perseguidores permaneciam estáticos, e cruzei os braços, observando atentamente.

Meu corpo, um pouco robusto, não abraçava habilidades em combate ou o uso dos poderes deste mundo. Ao contrário de outros alunos que facilmente dominavam suas habilidades únicas, eu continuava desprovido de tal capacidade

O poder deles envolvia fogo, mas o método do segundo perseguidor permanecia um mistério. Contemplando a possibilidade de subir, imaginei um salto até o telhado, embora a altura me inquietasse, nunca havia tentado um salto tão alto.

Vislumbrando o chão, uma pequena e bela pedra capturou minha atenção. Talvez jogá-la para distrair o homem da direita fosse uma saída. Os dois permaneciam imóveis, como se estivessem em comunicação invisível, prontos para atacar suspeitas.

Resolvi arriscar. Agachei-me para pegar a pedra, quando ambos os perseguidores lançaram rajadas de fogo em minha direção, cobrindo o beco. Num instante, tudo se iluminou, mas, surpreendentemente, o ataque parou antes de me atingir.

- Ufa... Essa foi por pouco. - uma voz feminina, familiar daquele mesmo dia.

- Li? De onde você surgiu?

Ela havia interrompido os ataques com um campo de força invisível. A presença dela me trouxe certo alívio.

- Você mandou aquela mensagem, e eu vi o tornado de fogo. Então, eu vim. O que está fazendo agachado aí?

- Estava planejando acertar a cabeça daquele cara ali com essa pedra. - Levantei-me, mostrando a pedra em minha mão.

Os ataques cessaram, e Li desfez o campo de força. Um losango verde flutuante surgiu diante dela; ela o segurou e o lançou ao chão. A terra se ergueu aos pés do homem da direita, imobilizando-o. O outro saltou para escapar, enfrentando um losango marrom lançado como uma estaca. Este tocou de raspão antes do homem desaparecer entre chamas, e o losango voltou com um pedaço de sua roupa.

- Droga... Bom, pelo menos, capturamos um... - Li, insatisfeita, perdeu o brilho ao ver que o homem anteriormente capturado também havia desaparecido.

- Obrigado por me salvar, Li. - Sorri levemente, tentando reconfortá-la pelo escape dos perseguidores, o que surtiu efeito.

- Não foi nada demais, eu estava por perto e tal! - Ela sorriu, feliz com minhas palavras.

- Os seus espinhos trouxeram uma parte da roupa dele.

Li olhou para o pedaço de pano, como se tivesse esquecido disso. Era vermelho com preto e exibia alguns símbolos estranhos.

- Estranho... Será que são parte de alguma organização criminosa, talvez um culto?

- Quem sabe... - Olhei ao redor; nenhuma movimentação nas janelas, sem pessoas caminhando. - Não acha estranho que mais ninguém apareceu até agora?

Outer 1: AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora