Amigos

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Já se passaram alguns meses desde o incidente, o oceano já não era mais o mesmo. Rei Stormys estava fraco por causa da perda de seu filho, afinal, após meses de busca o próprio não foi encontrado.

Sebastian, outrora, estava bastante gratificado com os acontecimentos. Finalmente ele seria o mais bonito dentre os 7 mares, já que seu irmão havia sumido, e ele sabia onde ele estava. Em risos, Sebastian caminhava pelo palácio enquanto os demais pareciam estar sem cor nem vida.

- Como você consegue, Seba? - Dizia Cloudy, herdeiro do trono. Seus olhos pareciam cansados de tanto chorar.

- Eu simplesmente aceitei, Clou. Infelizmente Charlie não voltará... Sinto falta dele, mas preciso demonstrar que sou forte para vocês. Todas as noites choro em desespero.

- Ainda tenho esperanças. Sei que encontraremos Char novamente! - Dizia Cloudy pondo um sorriso no rosto enquanto Sebastian, fingindo, fez o mesmo.

Infelizmente o rei já não era mais o mesmo. Seu corpo havia emagrecido enquanto seus cabelos pareciam mais grisalhos que o normal. Havia cansado de dar ordens, parecia estar aceitando, mas ao mesmo tempo com esperanças. O rei chorava as escondidas, afinal alguém com um ego de seu porte era algo inimaginável demonstrar fraquezas, principalmente ele sendo o Rei.

Naquela mesma noite, Sebastian havia saído até ir de encontro com sua tia. Seu plano finalmente seria posto em prática. Ambos riam enquanto comiam camarões vivos enquanto alguns peixes estavam presos, completamente assustados.

- Precisamos firmar a nossa lealdade, Seba. Uma lealdade de tia para seu sobrinho favorito! - Sorria de montão a velha Vikkie enquanto bebia sangue de lula. Ela parecia bastante animada juntamente ao seu sobrinho.

- Sério, tia? Você sabe que sou leal a ti, e lembrarei de ti quando pegar o tritão! - Dizia Sebastian, bastante empolgado. - Sempre fora mais a minha mãe do que Esmeralda, afinal, depois que Charlie nasceu ignorou completamente seus outros filhos

- Esmeralda não soube dar valor ao filho que tem. Tu és grandioso, Sebastian. Oh, não vamos esquecer! - Estalou seus dedos e então um papel surgiu com um local vazio de assinatura. - Assine. Assim provaremos lealdade um com o outro e seremos invencíveis!

Sebastian deu uma gota de seu sangue para sua tia para que por fim fizessem um pacto de sangue. Sua tia estava mais feliz do que nunca, e Sebastian também fazia o mesmo.


No amanhecer, Linfu estava à beira do mar enquanto observava as ondas, entretanto era algo completamente estranho. O formato das ondas estava completamente diferente, parecia um ar triste e cansado. O mover do mar não era mais o mesmo. O que estava acontecendo? Pensava Linfu.

Sua família estava desestruturada. Sua mãe completamente arrasada enquanto seu pai fingia que a vida seguia. Seus irmãos nem colocavam um sorriso no rosto, afinal, seu próprio irmão havia sumido junto ao príncipe dos 7 mares.

- Linfu! - Surgia Charlie bastante alegre e o abraçava por trás, mas Linfu não movia um músculo. Estava imóvel e sombrio, Charlie não estava reconhecendo seu prórpio amigo. - Aconteceu algo? Por que você está assim?

Smarty estava voando pelo local e vira os dois a conversar, onde então aproximou-se para partilhar da conversa.

- Nada está bem, Charlie! Se você ao menos parasse de ser egoísta e saísse do seu mundinho feliz, saberia oque estava acontecendo. Eu não vejo minha família há meses! Você pode estar feliz com isso, mas eu não estou! Será que não percebe? Cada minuto aqui é um sofrimento. Meus pais, Charlie... Meus pais estão lá!

- L-Linfu... Me perdoe, eu não sabia que você estava passando por algo tão ruim... - Charlie o respondia bastante infeliz.

- Obvio que estou! Se você me entende, irá sair um pouco de seu mundo e abrir a sua mente. Somente você está feliz aqui! Eu quero minha família! Quero minha vida de volta! - Linfu deu um empurrão em Charlie o fazendo cair sentado no chão enquanto sairia correndo, queria se isolar.

- Deixe-o, Char... Ele necessita de um tempo para ele. Mas ele está certo, você precisava sair um pouco da sua cachola e pensar ao seu redor se todos estavam felizes com isso. - Dizia Smarty, pousando sobre o joelho de Charlie.

- Você tem razão, Smarty... Eu fui mesmo um tolo... Meu próprio amigo precisando de ajuda e apoio e eu aqui sem fazer absolutamente nada...

Charlie por fim levantou e caminhou até o palácio de Nathaniel, o grande príncipe. O próprio parecia melancólico, e o príncipe havia notado isso.

- Charlie! Estava procurando v-... Está tudo bem? - Nathan se aproximava lentamente de seu amado, pondo seu braço envolta do pescoço do garoto.

- É o Linfu, Nathan... Ele sente falta da família dele...

- Bem, podemos resolver isso num instante. Onde ele mora? - Respondia Nathan, faria o possível para deixar um sorriso no rosto de Charlie.

- B-Bem... Ainda não me recordo bem por causa do acidente, tantas coisas aconteceram... - Charlie estava com medo de revelar que era um sereio e que Linfu era um polvo, afinal, ele aprendeu nesses meses que isso não faz o menor sentido para os humanos.

- Entendo... Passa o dia hoje com o Linfu, creio que ele necessitará de seu melhor amigo mais do que nunca.

- Você tem razão, Nath! Farei isso! - Charlie então havia corrido para ir de encontro ao seu melhor amigo, Nathan conseguiu deixar um sorriso no rosto de Charlie para ajudar Linfu.

Linfu estava bastante afastado do palácio, ele caminhava no cais próximo ao mar enquanto respirava fundo melancólico. Sentou-se alí enquanto fechava os olhos sentindo a brisa do vento mexer seus cabelos.

No fundo do mar, o plano de Sebastian finalmente iria entrar em ação. Rei Stormys estava fraco e não conseguia usar o potencial de seu poder. Foi então que Charlie adentrou a sala do trono e aproximava-se de seu pai com um enorme sorriso no rosto e parecia estar cansado de tanto nadar - qual fingia isso - sua voz estava bastante ofegante.

- Pai! Charlie! Achei o Charlie!

- O QUÊ? VOCÊ TEM CERTEZA, SEBASTIAN?

O rei levantou-se e caminhou para o centro da sala do trono, ele gritava chamando os guardas. Enquanto isso, Sebastia havia nadado até o trono, onde por fim sentou-se e segurou o tridente.

- Sim, papai. Que tal vê-lo morto? Pode ir visitá-lo... - Sebastian apontou o tridente para Stormys e um enorme raio sairia dalí, atingindo-o no peito o fazendo ser lançado longe. Os guardas finalmente haviam chegado e observado toda aquela situação, onde prostaram-se contra Sebastian. Entretanto, o tridente estava nas mãos de um dos descendentes do rei, ou seja, o tridente estava tão forte quanto. Ao levantá-lo, uma enorme luz surgiu naquela sala, e então os guardas ajoelharam-se para o novo rei. Estavam sendo controlados!

- Prendam aquele velho inútil! Na cela mais podre dos 7 mares! - E assim os guardas fizeram. Carregaram Stormys inconsciente para longe, enquanto o próprio ria e lançava seus poderes para cima.

O mar agora estava mais violento do que nunca. Ondas enormes desabavam na margem do mar, e mais a frente chegando a destruir algumas casas de palhas de cidadãos pobres, e um enorme vento surgia.

Linfu ao abrir seus olhos foi nocauteado com uma enorme onda, e isso também o puxou para fundo do mar. A corrente de retorno estava bastante forte. O garoto gritava de dor enquanto seu corpo parecia se modificar, ficando menor. Linfu o Polvo estava voltando, seu corpo estava voltando a ser de um polvo!

Quando Charlie finalmente havia chegado no cais, não havia mais nada a não ser a água que havia invadido e coberto os troncos. Não havia nenhum sinal de Linfu!

the mermaidOnde histórias criam vida. Descubra agora