05. Onda de Sentimentos

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Senti falta disso, dessa minha euforia enquanto tocava um instrumento do meu conforto, meu coração acelerou de alegria e sorri como nunca antes, sentir a nostalgia que essa música trás foi algo mágico como se não fosse desse mundo.
Infelizmente a música acabou mas ainda estava feliz, passei com os olhos em todos que ali estavam, todos aplaudiam e assobiavam; logo na porta vejo o lipe e o samuel, eles também aplaudiam, e como sempre vi também o Leo encostado na parede com os braços cruzados e sua cabeça também encostada, ele me olhava com um brilho no olhar e junto um sorriso; eu abri um sorriso para ele enquanto acenava, derrepente o cara que tocava o rebolo se aproximou e começou a me elogiar, fiquei totalmente sem jeito, mas quando voltei os meus olhos para Leo ele já não estava ali.
Os meninos continuaram a cantar e tocar, mas eu peguei meu ukulele e saí, enquanto saia lipe me grita de uma mesinha aonde os três estavam, me aproximei e peguei um banquinho da mesa ao lado.

- Vocês arrasaram lá encima! - Lipe estava dizendo enquanto eu sentava - O Chris canta tão bem, não sei o que faz naquela cafeteria.
- Lembro do Rafa dizer a mesma coisa - eu disse - Mas o Chris não consegue ver esse talento dele.
- Que pena.
- Me lembro também de você cantar Pedro - disse Samuel - No show de talentos da escola você cantou muito bem.
- VOCÊ CANTA?! COMO EU NÃO SABIA DISSO?? - alarmou Lipe
- Que nada, e isso faz anos já - Na minha visão periférica eu via Leo olhando para mim, e por instinto sinto que ele sorria com a descoberta toda.
- Eu acho que ele poderia revelar sua voz para nós. - disse Leo, me virei pra ele com uma cara de espanto junto com raiva.
- Boa ideia! Vou falar pro Chris - disse o Lipe já correndo na direção dele.
- QUE, NÃO. Ô LIPE - Eu estava prestes a me levantar, porém o Leo me puxou para o banco e fez com que eu me deitasse um pouco para trás, bem próximo dele.
- Relaxa loirinho, cê vai mandar bem nisso, confio no cê - ele disse no meu ouvido com um braço no meu ombro.
- E essa gíria aí? - disse me virando pra ele.
- Você se acostuma. Olha lá, sua deixa.

Eu me virei para os garotos e o lipe falava no ouvido de Chris e logo olharam para mim, o Chris me chamava e o Lipe estava com um sorriso de criança atentada para mim, o Leo deu um pequeno empurrãozinho e eu me levantei da cadeira, fiquei sem opção e segui até eles; Lipe voltou ao seu lugar e eu disse uma música para o cara do rebolo e ele disse ao outros, peguei meu ukulele de volta e sentei ao banco que havia perto do microfone, eu tremia e meu coração batia muito rápido, respirei fundo e comecei a cantar "Eu Sou Feliz Assim".

Assim que acabei soltei um suspiro, abri os olhos e veio o som de aplausos e assobios, ouvi o Lipe gritando mais alto que todos os sons e não contive a risada; eu sai junto com o Chris e o Rafa fomos até a mesa aonde eles estavam.

- AMIGO DO CÉU, VOCÊ CANTA MUITO BEM!! - chegou o Lipe em mim super animado - ARREPIEI ÓH.
- Não é pra tanto - solto um leve riso, eu olhei para a mesa e vi que Leo não estava.
- Meu irmão aqui manda bem demais - Rafa diz enquanto colocava seu braço em meu ombro.
- Aliás...Cadê o Leo?
- Ele foi lá fora, acho que pra fumar. - Samuel me responde.

Eu fui até lá fora, dei de cara com casais se beijando ou coisa do gênero, procurei por Leo em todo canto para achar ele encostado na parede do lado do bar, que era um beco que levava aos banheiros públicos.

- Ah você ta aqui. - Ele vira o seu rosto para o meu, com um cigarro entre os lábios.
- Loirinho, o que faz aqui?
- Você saiu...
- Ficou preocupado e quis me ver é? - Ele virou o rosto após para soltar a fumaça, jogou o cigarro em um lixo que tinha ali perto e novamente se encostou.
"Que muleque convencido" - pensei - Tá arrumando o que aqui?
- Só vim pra fumar só e tomar um vento, lá dentro tá calor pra cacete.
- Sei..não sabia que fumava. - Olhei pra ele e vi ele com a cabeça para cima e olhos fechados, um sorriso tão lindo surgiu, mas ele logo vira para mim.
- Por que não nos conhecemos melhor então, loirinho? - Ele se vira para mim, com as mãos nos bolsos e próximo de mim, esse canalha tá obviamente me provocando.
- Qual é dessa obsessão por mim em?
- Desculpa, mas acredito que é difícil não ser obcecado por você. - Que muleke canalha mano, como que ele consegue mexer comigo dessa maneira?! Eu virei o rosto para não estampar um sorriso no meu rosto, comecei a sussurrar ofensas para ele para que eu me acalmasse.
- Então mocinho, como serei recompensado por você depois de me deixar assim? - Ele fez com que eu me movesse e ficasse de costas na parede, uma de suas mãos ficou ao lado de minha cabeça.
- Do que você tá falando?.. - Ele pegou a minha mão e a levou para seu peito aonde localizava seu coração, pude sentir os seus batimentos rápidos.
- Você mexe comigo de uma maneira surpreendente, e isso faz com que eu me segure cada vez mais... - Não sei como estou me deixando levar por ele, esse sentimento vindo atona depois de meses faz com que eu fique assustado de certo modo.

Derrepente ouvimos uma briga vindo do bar, tívemos que correr até lá; chegamos com a cena de um velho gordo caído no chão e o Samuel gritando com ele junto com o Chris e o Rafa, Lipe tava atrás deles de braços cruzados com um semblante meio assustado.

- Ei, o que houve?? - eu disse após me aproximar de Lipe, Leo estava logo atrás de mim.
- Esse velho cafajeste me assediou, Sam ficou puto e deu um soco nele, e acredito que os outros dois estão pra segurar ele pra não ser preso.

Os seguranças de lá apareceram junto com o dono, eles tiraram o cara de lá e tudo ficou barulhento novamente com as pessoas fofocando sobre a cena.

- Você tá legal? - Lipe disse ao se aproximar de Samuel - Parece que machucou a mão...
- Ah, relaxa tô bem, ele não fez nada contigo, fez?
- Tô bem, o canalha só apertou minha bunda e flertou comigo. Vem, vamos limpar sua mão. - Lipe pega Samuel pelo braço e o levou para o banheiro local.
- Caraca que bagunça foi essa. - Comentou Chris.
- É puro instinto do Samuel isso - disse - Lipe vive sendo cantado por esses caras e o Samuel sempre os xinga, mas nada tão extremo.
- Eles tem algo? - Leo derrepente pergunta.
- Acho que não, bem, não pela parte do Lipe. - respondi - eles cresceram juntos mas sempre achei que Samuel tava afim do Lipe.

Logo após o bate papo, Lipe, Sam, Rafa e Chris seguiram para suas casas, já eu fui a praia mas como um cachorro o Leo foi junto comigo.
Nós estávamos sentado na areia, eu tocava uma melodia no meu ukulele e Leo observava o mar.
Assim que parei a música ele fez questão de deitar com sua cabeça no meu colo, seu rosto permanecia virado para o mar.

- Oxi garoto. - disse
- Silêncio, deixa eu descansar um pouco. - ele disse, Leo suspirava bastante, não resistir em começar a fazer cafuné nos seus cabelos e logo me lembrei de quão macios eram.
- Viu... - falei quebrando o silêncio. - O que quis dizer aquela hora?..
- Deixa pra lá, só continua com o carinho.

Dei um leve tapinha em sua cabeça, ele soltou um leve riso. E então ficamos ali, eu apreciando a vista do mar e ele dormindo em meu colo, sinto que ele está trazendo a paz que tanto procurei.
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