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25 de setembro de 2006

— Acorda, mamãe! Acorda! O sol já apareceu. Você disse que quando o sol aparecesse seria o meu aniversário. Anda, mamãe! Acorda vai!

Sentada em cima da cama da minha mamãe, eu tentava acordá-la apressadamente com umas sacudidas em seu ombro, enquanto ela dormia de lado e virada de costas para mim.

É meu aniversário, e hoje ela me prometeu que iríamos sair para passear e comprar meu presente.

Ela começou a se mexer na cama, virando-se diretamente pra mim. Em seguida, mamãe esfregou seus olhos já começando a despertar, e logo eles foram de encontro aos meus.

Sem perceber, um sorriso começou a surgir em meu rosto e , no mesmo instante, ela abriu um sorriso sem mostrar os dentes também.

Em fração de segundos, senti suas mãos envolverem minha cintura, e logo me jogou por cima de seu corpo, passando-me para o outro lado da cama.

— Feliz aniversário, minha garota sapeca! – Diz, com o seu rosto enterrado na curvatura do meu pescoço, causando um som um pouco abafado, enquanto seus braços começavam a fazer cócegas na minha barriga. Então eu iniciei uma série de gargalhadas.

— Chega mamãe, chega! Eu vou fazer xixi nas calças! – Digo, ainda em altas risadas e me debatendo com braços e pernas na cama, quase acertando a barriga da minha mamãe com uma joelhada.

Agora ela estava sentada na cama, me encarando entre risadas do momento divertido, enquanto ainda fazia movimentos rápidos e agoniantes em meu corpo.

— Ma-mamãe...Você sabe que...eu não... gosto de cosquinhas – Tentava falar, mas era quase impossível completar a frase direito sem dar uma risada sequer.

Soltei um suspiro de alívio e senti meu corpo relaxar na cama , assim que ela tirou suas mãos de mim, mas o sorriso ainda continuava estampado em nossos rostos.

— Eu sei disso, mas eu precisava acordar ouvindo a gargalhada mais gostosa desse mundo – Ela se inclinou um pouco para baixo deixando um beijo apertado em minha bochecha.

Depois , nós duas começamos a nos encarar sem falar mais nada, parecia que o mundo tinha congelado em nós.

Eu estava tão vidrada em seus olhos ,que era como se eu pudesse enxergar além da cor de sua íris, a qual possuía um tom de verde-escuro.

Era como se eu pudesse ver o seu olhar interior.

E o que eu vi? Bom, eu não consegui decifrar, só sei que meu corpo respondeu com uma pontada forte em meu peito.

— Mamãe...– Choraminguei. Depois, coloquei a mão em meu peito esquerdo.

Meu rosto continha aquela típica expressão de quando alguém já está prestes a chorar.

— O que houve, filha? - Ela saiu do transe. Seus olhos começaram a ficar confusos e perdidos, deixando bem clara a sua preocupação.

— Coração tá dodói – Senti a minha vista começando a embaçar, devido às lágrimas que se formavam

— O que? – Notei um leve desespero em sua voz — O que você está sentindo?

— Eu não sei – Engoli o choro ao sentir que a dor estava passando — Do nada começou a doer, não sei explicar, mas agora está passando.

— Deve ter sido gases, filha – Ela começou a massagear meu peito, mas ainda manteve sua expressão preocupada.

— Coração solta pum?– Falei, e ela começou a rir.  Isso foi bom , pois tirou a tensão que estava em seu rosto.

EM CHAMAS🔥 - Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora