Rebekah Parker
Depois de uns dez minutos que minha mãe havia saído do quarto, Edward abre a porta e entra.
— Rebekah, eu sei que você está pensando que eu...
— Calado! — Ordeno.
— Rebekah...
Olho para ele com os olhos semi-cerrados, e ele para no meio da palavra.
Ficamos alguns minutos olhando um para o outro, até que ele se vira e vai até a cama para se sentar. Estou sentada na poltrona, observando ele, e antes que ele se sente na cama eu falo:
— NÃO ouse se sentar, nesta maldita CAMA.
— Eu sei que está com raiva mas...
Faço menção com a mão, para ele calar a boca. O silêncio paira outra vez sobre o quarto. Depois de um tempo, eu pergunto:
— Você está bem?
— Como? — Ele perguntou confuso.
— Estou te perguntando se está bem, está sentindo alguma coisa? Falta de ar? Corpo pesado? Batimentos acelerados? Está vendo alucinações? O seu membro está bem?
— Espera, você está muito rápida. — Ele fala, parecendo confuso.
— Só me diz como você está? Está bem?
— Eu acredito que estou.
— Acredita? Não está com o corpo pesado?
Ele pensa por alguns segundos.
— Estou.
— Falta de ar?
— Não.
— Respiração pesada?
— Um pouco, mas creio que seja por causa dos últimos acontecimentos, dos quais eu não faço a mínima ideia do que aconteceu, mas de alguma forma, eu sei que estou ferrado.
— Sim, você está ferrado. Mas, você está vendo as coisas um pouco confusas? Talvez alucinações?
— Não, acredito que não, apesar de tudo ter ficado um pouco confuso depois do jantar. Mas, porque você está fazendo essas perguntas?
— Nada de mais, depois você vai ficar sabendo. — Continuo. — Uma última pergunta, o seu membro está bem?
— O que? — Ele pergunta, sem entender a que eu acabei de me referir.
— Estou perguntando se o seu pau, está bem?
— Acredito que sim, mas o que ele tem a ver, com as suas perguntas sobre eu estar bem ou não?
— Bem, nada, mas ao mesmo tempo tudo. Você irá descobrir tudo mais tarde.— Continuo — Então, como foi a conversa com meu pai ?
— Não foi ruim, como eu imaginava. Ele até está feliz que estamos juntos, mas disse que iria me matar se eu te machucasse.
Solto um suspiro.
— Você entende alguma coisa do que acabou de acontecer? — Perguntei.
— Sinceramente, não. Estou me sentindo totalmente aéreo, talvez esse momento seja apenas um sonho.
" Eu realmente queria que fosse". Pensei.
— E você não está curioso para saber o que acabou de acontecer?
— Estou, mas acho que já liguei os pontos e entendi alguma coisa.
— O que exatamente você entendeu? — Perguntei.
— Bom, senti alguém tocar meu corpo, e achei que fosse você, mesmo sentindo o perfume diferente, e sabendo que algo além do perfume não estava certo. — Ele continua. — Tudo estava escuro, e quando ficou claro, descobrir que estava na cama com... — Ele deu uma pausa. — Você sabe com quem, e não com você.
— A minha mãe me disse que você não tem culpa pelo que aconteceu.
— Mesmo?
— Sim, e mesmo assim, mesmo sabendo que você não tem culpa, eu estou com muita raiva de você.
— Querida, eu posso explicar. Acredito de verdade que posso.
— Tem certeza que pode?
— Na verdade não, mas...
— Realmente não precisa, Edward. Já me cansei de desculpas por hoje. — Continuo. — A minha mãe irá contar a verdade sobre o que aconteceu aqui hoje, para o meu pai. Mas, antes ela irá conversar com você em particular, e explicar o motivo pelo qual fez isso.
— Entendo, então como fica as coisas entre agente?
— Eu quero dar um tempo.
— Mas...
— Preciso de um tempo para pensar Edward. Não está nada certo sobre o nosso futuro, estaremos dando um tempo separados, mas para todos os efeitos, vamos fingir que está tudo bem entre nós. Só até que a minha mãe contar a verdade para o meu pai?
— E quanto ao nosso voo de amanhã, de volta para Chicago?
— Eu irei com você, é claro, não posso me dar o luxo de não ir. Afinal eu trabalho para você.
Ele não fala nada, parece triste . Me levanto da poltrona e caminho na direção da porta.
— Antes de irmos embora, peço que vá e converse com minha mãe.
— Farei isso.
Coloco a mão na maçaneta da porta para abri-la.
— Ah! E mais uma coisa.
Me viro para ele outra vez. E ele me olha nos olhos. Sinto uma pontada no coração. Talvez tristeza. Não! É algo mais intenso, sem dúvida, é ódio que eu estou sentindo nesse momento. Sei que ele não é realmente culpado, mas, não consigo tirar aquela maldita cena da cabeça. E sinceramente, acho que talvez eu não consiga tirá-la.
— Não ouse voltar a colocar os pés nessa cama, jamais. — Falo por fim.
— Como?
— Isso mesmo, querido. O melhor conselho que eu posso lhe dar nesse momento, é que você durma no chão. — Continuo. — Também não quero que use esses lençóis.
Ele abre a boca para falar mas eu não o deixo.
— Edward Adams, se eu sonhar que você está dormindo nessa maldita cama ou usando os lençóis que estão sobre ela, nós terminamos de vez. — Continuo — Bem, é apenas isso. Espero que tenha uma péssima noite e durma muito bem, nesse chão duro.
Saio do quarto dele e vou para o meu. Assim, que chego no meu quarto, me jogo na cama, quase chorando de raiva, mas eu resisto a minha vontade de chorar. Eu não consigo entender como as coisas chegaram a este ponto, estávamos tão bem, e em questão de minutos, tudo foi por água abaixo.
Eu não consigo ficar com raiva da minha mãe, mas estou tão desapontada que não sei o que fazer. Também estou desapontada com o meu pai, já que ele deu o ponta pé inicial para todo esse desastre.
No dia seguinte, me levanto, tomo banho e faço minha higiene pessoal, depois peço para Nancy me trazer café na cama, pois não estou com vontade de ir lá embaixo, e olhar para a minha família e fingir que está tudo bem.
Enquanto Nancy prepara o meu café, visto uma roupa e termino de ajeitar minhas malas. Alguns minutos depois termino de tomar café da manhã, desço com as malas. E vou ver os meus pais, me despeço do meu pai, e da minha mãe, mesmo estando receosa e com mágoa dela. Edward faz o mesmo, ele parece estar com muita raiva da minha mãe, mal olha para ela. Diferente da minha mãe, que parece estar procurando um buraco para enfiar a cara.
Fico me perguntando, como será que foi a conversa entre eles, mas não estou com muita vontade de perguntar para nenhum dos dois.
Ficamos um pouco na sala de estar, até dar o nosso horário e finalmente irmos para o Aeroporto. Eu e Edward, vamos à viagem toda sem nos falar, ele até tentou, mas eu olhava para ele com um olhar assassino, e ele acabava desistindo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quase Vinte Anos A Mais
RomanceRebekah Parker, é uma estudante de administração, ela vai para Chicago, e lá se apaixona pelo melhor amigo do pai.