| 5 | Um espetáculo à parte

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| Alexandre Nero |

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| Alexandre Nero |

Mas que porra tinha acabado de acontecer? Ou melhor, até onde nós iríamos se meu celular não tivesse nos interrompido? Provavelmente até o motel mais próximo, ou até o beco mais próximo a julgar pela nossa intensidade. O gosto da sua boca ainda estava na minha, seu cheiro delicioso permanecia em meu olfato, as minhas mãos ainda podiam sentir sua presença sob elas devido a força com que eu toquei seu corpo. Com relação à situação dentro das minhas calças eu não preciso nem entrar em maiores detalhes.

Que tipo de maldição é essa mulher? Chegou como um furacão e arrastou a minha sanidade através dos paralelepípedos de Santa Teresa, e por pouco não enfiou minha dignidade entre o trilho e o bondinho do tradicional bairro. Ela é ousada, é segura de si, ela sabe que é uma grande gostosa e não tem um pingo de pudor, mas isso eu já sabia, por tudo o que aquela janela já me mostrou, especialmente nas duas ocasiões em que ela me pegou no flagra a observando.

"JA-NE-LA"

A palavra recém saída de seus lábios mudos reverberava na minha mente, girava em círculos tal qual o próprio fenômeno atmosférico que usei para adjetivar a mulher. Era tão mais fácil partir para os finalmente e depois cada um seguir com a sua vida normalmente, afinal a audiência do meu relacionamento ainda estava em recesso, e sem falar no cara com quem ela passou a noite se esfregando, eles pareciam bem íntimos para não ser algo próximo de se tornar sério. Mas ao invés disso ela queria brincar comigo.

Desgraçada.

Observei ela rebolar aquela bunda enquanto se distanciava de mim e indo no encalço daquele cara, fechei minhas mãos em punho quando uma possibilidade começou a atormentar o meu juízo, talvez seu convite fosse para uma maldita sessão de voyeurismo, estava na cara que ela não iria para casa sozinha, ela realmente deve adorar uma plateia. Uma porra que eu ia ficar olhando ela fodendo com um imbecil qualquer, ela que arrumasse outra clientela.

Fui ao banheiro na tentativa de acalmar meus ânimos, jogar uma água no rosto e me livrar de qualquer prova de que eu estava aos amassos com alguém. Senti meu celular tocar novamente, droga, a Nina. Ela havia me ligado, contou uma história sem pé e nem cabeça sobre bolsas esquecidas, cartões de créditos e aplicativos de bancos bloqueados, ou eram apenas os meus neurônios incapazes de fazer as sinapses necessárias para que eu compreendesse adequadamente, já que no momento quem pensava era a cabeça de baixo, mas eu lembro que precisava fazer um pix.

"Oi, filha! Já vou fazer o pix, me manda a chave!", falei quando atendi a nova chamada.

"Pai, eu já mandei no Whats App faz o maior tempão, antes mesmo de te ligar a primeira vez, não escutou nada do que eu disse não foi?"

"Muito barulho aqui, não tinha entendido direito, amor. Vou fazer agora, te mando o comprovante. Beijo"

"Beijo, pai! Te amo!", a chamada foi encerrada e eu finalmente fiz o pix de um valor considerável para a boate em que minha filha e minha irmã estavam, mas por Deus, como podem gastar tanto dinheiro em uma única noite?

Janela Indiscreta | GNOnde histórias criam vida. Descubra agora