|12| Sorriso familiar

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| Giovanna Antonelli |

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| Giovanna Antonelli |

Franzi a testa tentando ajustar meus olhos à claridade naquele início de manhã. Por um instante me senti desorientada, a cabeça parecia pesada demais, tentei me mexer na cama e só então me dei conta da presença quente de outro corpo ao meu redor, um braço possessivo agarrado na minha cintura que me apertou ainda mais quando tentei, desesperada, sair daquela espécie de conchinha.

"Huuum... Só mais um pouquinho", a voz sonolenta atingiu meus ouvidos.

Alexandre estava ali na minha cama, deitado ao meu lado, seminu e de pau duro, em plena segunda-feira, numa preguiça matinal sem tamanho, como se pertencesse àquele lugar tanto quanto eu. Uma onda de pânico subiu dentro de mim, tão intensa que consegui sentir meu coração bater violentamente contra o peito.

Não, não, não. Isso não poderia estar acontecendo.

A princípio eu procurava explicações na minha mente e não encontrava uma sequência lógica dos acontecimentos, e o fato de minha bunda estar roçando levemente contra a sua excitação não me ajudava em nada. Levantei quando consegui me desvencilhar do seu abraço, me colocando de pé ao lado da cama. Aos poucos minha consciência foi voltando e eu fui tendo flashes do final da noite passada quando ultrapassei meu limite em uma bebida que raramente consumia.

Lembrei do vinho compartilhado, da pizza, da conversa sobre sexo, da risada marcante dele e da insistência em colocar uma música ambiente na maldita hora em que eu aceitei abrir a segunda garrafa de vinho no quarto. Recordei suas mãos firmes passeando pelo meu corpo numa massagem deliciosa e o calor dos nossos corpos juntos que se intensificou à medida que a noite avançava.

Olhei para a mesinha de cabeceira e vi as duas taças e a garrafa de vinho bem abaixo da metade, quando na verdade sua proposta inicial havia sido "só mais uma tacinha e depois eu vou embora", perdi o controle e agora ele continuava aqui, sendo espaçoso e invasivo, desafiando todas as minhas regras, absolutamente todas, desde o momento em que me procurou no dia anterior.

Que ódio.

Andei de um lado para o outro no quarto, vestindo só uma calcinha, visivelmente nervosa, com as minhas mãos aflitas enfiadas nos meus cabelos. O homem deitado na minha cama continuava de olhos fechados balbuciando preguiçosamente, pensei ter ouvido um "volta pra cama", mas era muita petulância. Alcancei o travesseiro que tinha caído ao chão quando eu me levantei e desferi quatro golpes em Alexandre sincronizados com cada palavra dita entredentes: "LEVANTAAGORASEUFOLGADO"

— Ou, ou! — ele protestava se defendendo das travesseiradas – Tá maluca, acordar alguém assim? Quase morri do coração.

— E o espaçoso queria que eu acordasse como? Anda, veste as suas roupas e vaza daqui!

— Podia ter me acordado com uns beijinhos.

Ele levantou rapidamente e já estava me agarrando, cheirando meu pescoço, a barba fazendo minha pele arrepiar, meus mamilos expostos ficando durinhos com o contato. Ele tinha cheiro de banho tomado, o cheiro do meu sabonete.

Janela Indiscreta | GNOnde histórias criam vida. Descubra agora