Capítulo 1

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Dalila

Eu estava à procura de emprego. Fui demitida do meu antigo, na verdade eu me demiti, não aguentava mais aquele lugar. Trabalhar com pessoas sendo seu chefe não é nem um pouco fácil e divertido. Eu trabalhava como secretária de uma empresa, não é muito conhecida, mas pagava bem. Hoje acordei bem cedo e comecei a entregar currículo, uma amiga me falou que havia uma cafeteria há procura por funcionários, ela falou que eles pagam bem, então não custava nada ir até lá conferir.

Eu cheguei na cafeteria lá pela metade da manhã, confesso que passei aqui pois estou cansada de caminhar. Quando entrei no local, muito aconchegante, bem iluminado, me surpreendi com o tanto de pessoas, pois estamos na metade da semana e no meio da manhã. Fiquei olhando os detalhes do local, talvez sejam esses detalhes que deixam o lugar tão aconchegante. As paredes são pintadas em um tom de marrom bem claro, com alguns desenhos de xícaras, bolos e grãos de café, o ambiente é bem silencioso. Um ótimo lugar para ler.

Me aproximo do balcão, o mesmo era de madeira em um tom bem escuro. O homem que estava no caixa me comprimetou. Ele é alto, com os cabelos castanhos arrumados para o lado, seus olhos são bem escuros quase pretos, ele vestia o uniforme do local.

— Bom dia, eu gostaria de saber sobre a vaga de funcionário. - lhe dou um sorriso simpático.

— Claro, eu irei chamar o gerente, um minuto por favor.

Ele coloca café em uma xícara e entrega ao homem que estava ao meu lado, confesso que nem havia reparado nele.

— Gostaria de um café? — ele me olha com a jarra de café na mão.

— Sim, por favor — me sento em um dos banquinhos que havia ali.

O moço coloca uma xícara ha minha frente e despeja o café, após isso ele vai para uma área de funcionários. Eu estava bebendo meu café, quando recebi uma mensagem, era Sarah, ela queria saber se eu já havia encontrado algum emprego, a respondo rapidamente e fico mexendo em meu celular.

— Me desculpe a intromissão, mas não pude deixar de ouvir que está procurando emprego.

Olho para o lado, era aquele homem que o funcionário serviu café alguns minutos atrás. Parei para o observar melhor, ele usava um terno preto. Me permito olhar para seu rosto ele tem olhos escuros e sombrios, como a noite, seus cabelos castanhos escuros. Seu rosto não era muito fino. Ele é muito atraente. Saio do meu transe e balanço de leve a cabeça para organizar meus pensamentos.

— Me desculpa, como? — pergunto com uma expressão muito confusa.

— Eu estou procurando uma secretária, que trabalhe o dia todo. — ele me encara e eu fico mais confusa do que antes. — me desculpe onde estão meus modos, muito prazer me chamo Allan, Allan Ribeiro. — ele estende a mão e dá um leve sorriso quase imperceptível.

— O prazer é meu, me chamo Dalila... Dalila Barbosa. — Seguro em sua mão e a aperto de leve.

— Bom senhorita Barbosa, podemos conversar sobre o emprego? — ele solta minha mão.

— Claro.

Ele se levanta e eu o sigo, Allan senta em uma mesa um pouco mais afastada das pessoas, me sento em sua frente. Ele me encara e tomando um gole de café, eu fico apenas brincando com meus dedos em volta da alça da xícara. Então ele começa a falar.

— Sua função será cuidar da minha agenda do dia, reuniões, viagens, eventos, presentes para pessoas em seus aniversários, compromissos em geral. Todos os dias da semana.

— Apenas isso?

— Apenas. — fiquei um pouco receoso em aceitar, por isso não consegui me segurar — por que?

Percebo que a pergunta pegou Allan de surpresa, apenas pelo leve levantar de suas sobrancelhas interrogativas. E sabia que já era tarde para que parássemos por aqui e fazer de conta que não estamos conversando.

— Pois quando você entrou nesta cafeteria eu percebi, pelo modo de você andar, que és uma mulher confiante e decidida, e não merece perder seu tempo em um lugar qualquer como este.

No começo fiquei sem saber o que fazer ou falar, por isso fiquei em silêncio pensando, eu poderia aceitar ou trabalhar como garçonete, nesta cafeteria por exemplo. Mas entre tantas pessoas esse homem misterioso e estranho, que eu sei apenas seu nome, me escolheu para trabalhar para ele. Após alguns minutos decido jogar tudo pra cima, o que eu tinha a perder? O que eu teria a ganhar? Provavelmente eu ganharia o melhor salário entre todos os lugares que eu entreguei currículos. Bom como a Sarah diz "quem não arrisca não petisca" não é mesmo? Penso por alguns minutos.

— Tudo bem, eu aceito trabalhar para o senhor.

Ele dá um sorriso de canto, levemente perceptível, Allan pega em seu bolso um papel retangular e estende para mim.

— Por favor entre em contato com este número, lhe pediremos algumas informações, haverá um carro te esperando amanhã de manhã às seis horas em frente a sua casa para levá-la até minha residência.

Ele se levanta deixando uma quantia de dinheiro, para pagar seu café, olho a quantia e ele pisca para mim, logo entendo que ele estava pagando o meu café também. Dou uma olhada melhor no papel que Allan havia me entregado, suspiro profundamente. No cartão havia a logo de sua empresa, logo abaixo tinha dois números de telefone, era um cartão simples como qualquer outro cartão de empresários. Onde eu me meti? Saio da cafeteria e sigo meu caminho para casa.

Entre o Caos e o InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora