Capítulo 2

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Dalila

Eu acordei muito atrasada, fiquei enrolando na cama depois que o despertador tocou e não levantei. Após tomar um banho rápido, para acordar, coloco uma roupa apresentável. Uma camisa social marrom claro, um colete marrom escuro, a calça se aproximava do tom do colete mas tinha algumas listras horizontais e um cinto de couro. Coloco um salto não muito alto que dá contraste com o resto da roupa, e levo um casaco caso esfrie.

Sai as praças comendo uma torrada e um café em um copo descartável nas mãos, quando chego na entrada do meu prédio há um homem parado ao lado de um carro preto, ele falou que está ali a mando de Allan e que está encarregado de me levar até a casa de seu chefe. Ele pede para eu entrar no carro e assim faço, termino de tomar meu café, a casa de Allan não era muito longe da cidade, ficava a alguns quilômetros, mas comparado a onde eu moro, é do outro lado da cidade.

Quando saio do carro me deparo com uma mansão, era muito grande, o jardim era enorme e muito bem cuidado com uma fonte à frente da casa e uma rotatória ao redor. Saio do carro e o homem que me trouxe pede para eu o acompanhar e assim faço, confesso que estava um pouco nervosa, quando entro na casa fico mais surpresa do que havia ficado antes. Eu estava na entrada da casa, era maior do que por fora, com toda a certeza eu me perderia facilmente aqui, as paredes eram pintadas em um tom claro de marrom quase branco, os móveis eram combinados nas cores e designer, havia algumas plantas em locais específicos. Me distraí tanto olhando os móveis que nem percebi que já estava em outro cômodo, era uma espécie de sala.

— Seu casaco, senhorita. — uma empregada chega perto de mim pegando meu copo de café já vazio e meu casaco.

— Por favor espere aqui. — o motorista pediu e saiu.

Esperei por alguns minutos, enquanto isso fiquei olhando os quadros que haviam ali, de vários tamanhos e cores. Eu estava fascinada com o lugar, seria um sonho morar em uma casa como está, aposto que apenas um quadro desta parede vale muito mais que meu apartamento inteiro. Fiquei encarando por um tempo um quadro em específico que era bem diferente dos outros, havia algumas borboletas nele, era um quadro abstrato.

— Me desculpe a demora.

Levo um pequeno susto, me viro em direção a voz, Allan estava com um terno parecido com o de ontem. Ele pediu que eu me sentasse e me ofereceu uma bebida. Álcool. Recusei, eu bebendo tão cedo assim não sairia nada de bom disso.

— Bom vamos começar nosso trabalho. — ele me entrega um tablet e se senta em uma poltrona — já há algumas coisas organizadas, mas gostaria que você organizasse da maneira que achar melhor.

Eu apenas aceno com a cabeça, ele se levanta, deixando seu copo com resto de uísque em uma mesa ao lado da poltrona, e começa a ir em direção a saída, eu apenas o sigo com minha bolsa e o tablet que ele havia me entregado. Estávamos saindo da casa e indo em direção ao carro onde eu havia saído minutos antes, ele entrou e fez sinal para que eu entrar também. Estávamos indo em uma direção desconhecida para mim, eu tinha vergonha de olhar para Allan então foquei em olhar pela janela a paisagem.

— Eu quero que você participe de todos os meus compromissos que estarão em minha agenda. — ele fala calmamente, eu viro meu rosto em sua direção.

— E o que precisarei fazer durante esses compromissos?

Falo em um tom baixo, eu estava um pouco nervosa, não sabia o que fazer com minhas mãos suadas.

— Quero que observe todos à minha volta, o que estão fazendo naquele momento. E que me auxilie em tudo o que eu precisar, desde me levar um documento até um copo de água.

— Se não for muita invasão, eu poderia saber o objetivo disso?- ele dá uma risada fraca.

— Às vezes, o cérebro, com tantas coisas para pensar, não percebe erros. É isso que quero, que cuide para que tudo corra perfeitamente bem.

                                                                                       ♡♡♡

Depois de ficar horas parada na mesma posição, de pé, em uma reunião chata onde havia apenas homens reclamando sobre tudo e todos. Além do mais, a maioria machista, que ficava me olhando de cima a baixo me medindo e me comendo com os olhos. Eu precisava urgentemente pegar um ar, perguntei a Allan, discretamente, se no momento ele precisaria de meus serviços, ele falou que não, então me liberou para espairecer.

Quando saí da sala fui direto em direção a saída. Comecei a caminhar pelo local, era até agradável, não havia muito barulho apesar de ser uma cidade urbana. Depois de caminhar alguns minutos decidi me sentar em um dos vários bancos de madeira, que havia ali.

"Respire fundo, este é apenas seu primeiro dia de muitos"

Fecho meus olhos e inspiro e espiro, tentando relaxar, sentindo o ar de início de primavera. Mas logo minha breve paz vai embora.

— Com licença.

Olho para o lado, há um homem de terno, cabelos e olhos pretos, muito parecido com Allan, a mudança entre eles é muito pequena, mas dá para perceber.

— Quem é você? Precisa de alguma coisa?

Ele me pergunta com uma feição preocupada. Eu devo estar com uma cara de idiota nesse momento, eu olho confusa pra ele, sua feição muda de preocupação para séria.

— Desculpe, onde estão meus modos. — ele me oferece um sorriso de canto — muito prazer, Jackson Ribeiro.

Ele estende a mão para mim, eu olho para sua ação, um pouco chocada, confesso, eles são muito parecidos.

— Muito prazer, Dalila Barbosa. — aperto sua mão.

— Senhorita Barbosa o que faz aqui?

Me levanto, em sinal de respeito, ele deve ser dono desta empresa também, postura e comportamento Dalila.

— Eu estou aqui...

— Ela está aqui trabalhando para mim, irmãozinho.

Sou interrompida por Allan. Ele se aproxima, com seu ar de superior, a cabeça estendida. Sempre. Ele se aproxima de nós, Jackson dá um sorriso de canto. É impressão minha ou todos os Ribeiro 's tem esse sorrisinho de superioridade. Jackson olha para Allan e depois para mim, dos pés à cabeça.

— Você arrumou um novo brinquedinho querido irmão?

Espera como assim um novo brinquedo? quem esse cara pensa que é para me chamar desta forma. Estava prestes a falar umas poucas e boas para ele quando Allan fala.

— Não seu idiota, está é minha secretária.

Suspirei de alívio, para a minha sorte Allan me interrompeu, devo tomar cuidado com o que falo para certas pessoas, confesso não ser muito boa em comunicação e nunca me dei bem com as pessoas em geral. Allan se aproxima, ficando ao meu lado. Vergonha. A única coisa que eu sinto neste momento, minhas bochechas devem estar mais vermelhas do que um pimentão. Meu senhor, eu só queria um buraco pra me jogar dentro, e nunca mais sair, neste momento.

                                                                                      ♡♡♡

Após este evento de vergonha diante dos irmãos Ribeiro, os mais temidos da cidade, por razões desconhecidas, por mim, e mais reuniões o motorista de Allan me leva para casa.

Cansada, vou direto para o banheiro tomar um banho para relaxar. Após um longo banho, me deito na cama pronta para dormir quando recebo uma notificação. Sarah. Abro a mensagem. Porque ela me mete nessas coisas?

Entre o Caos e o InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora