Epílogo

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Observei com um largo sorriso satisfeito a mulher assinar o papel que estava sobre a mesa, confesso que fiquei um pouquinho surpresa com o fato dela saber escrever perfeitamente, jurava que ela era analfabeta, mas enfim, não importava agora.

Quando terminou se virou em minha direção com os olhos verdes sérios, ficou ereta. Ela cerrou seus olhos como quem perguntava, satisfeita?

E sim eu estava muitíssimo satisfeita.

Eu somente abri um sorriso largo e bati palminhas com as mãos animada.

— Podem se beijar — o homem careca e simpático que fazia a cerimônia falou olhando encantado para oque imaginou ser um novo casal.

Olhei de solaio para a mulher ao meu lado com nojo por um segundo, foi inevitável, sério, eu não beijaria ela. Não demorou muito para que eu me ligasse, tinha que fingir afinal tudo isso era um teatro, que graça teria se não achassem que eu estava realmente apaixonada por ela? Lancei um sorriso amarelo em sua direção, Maren olhava ao redor totalmente alheia provavelmente pensando em esterco de cavalo ou em algo que pessoas ignorantes pensam quando estão pensando em algo.

— Maren é tímida, não gosta de beijos —  disse ao homem.

— Mas o primeiro beijo de um casal gera sorte no casamento —  ele era alto e muito, muito magro, tinha um olhar gentil, não devia ser do texas pois não tinha o típico sotaque.

Nossas testemunhas que eu havia abordado na rua concordaram com sua fala.

Ao olhar ao redor percebi que todas as pessoas na sala olhavam para mim e Maren com expectativa, menos a mesma que estava distraída.

— Maren me beije — resmunguei entre dentes para ela que me olhou cheia de tédio.

Ela me deu um selinho com muita má vontade após se afastar eu estava indignada. Ela devia estar se sentindo privilegiada por estar se casando com uma Costello e por estar tirando minha virgindade lésbica da boca. Ao ver minha expressão vi que a mulher estava se segurando para não revirar os olhos.

Coisa típica dela, qualquer dia, seus olhos iam ficar para sempre revirados.

                           ☆  ☆ ☆

O homem com cabelos escuros cheios estava ao lado da escada que levava até o segundo cômodo da casa. Ele estava com o rosto avermelhado e um olhar indignado. Eu queria sorrir mas somente levantei ainda mais o nariz enquanto segurava mais forte a cintura de Maren. Já ela estava como uma estátua, expressão séria e olhar firme.

— Eu estou apaixonada por ela, e não existe nada que o senhor possa fazer para acabar com nosso lindo amor —  engui minha mão, a que estava com o anel dourado — Estamos casadas.

Meu pai abriu a boca em um "O" perfeito e deixou seu copo de água com açúcar cair no chão.

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