Como será que foi a pandemia na casa da Luiza e da Valentina?
CAPÍTULO ÚNICO
Sábado de quarentena, um dia lindo, cheio de luz. Um dia depois em que comemoramos nosso segundo dia dos amores enamorados, desde que reatamos de vez. E sobre comemorar a gente entende e muito bem, de todos os jeitos e desde sempre. Bom, mas sobre hoje...
13 de junho, para muita gente é só mais um dia comum, depois dos dia dos namorados, quase ninguém se lembra dele... Treze de junho é o dia de Santo Antônio. É aquele mesmo, o casamenteiro, o que fica de ponta cabeça no pote de arroz, ou dentro de um copo d'água, coitado. Não sei se iria gostar de ficar assim, só para que alguém consiga um matrimônio, é quase uma tortura... Quase não, é uma tortura, mas como ele já está acostumado, eu não ia me furtar ao desejo de ao menos tentar... Olha vê se me desculpa viu Santo Antônio, mas lá vai.
Meio copo de água, não vai afogar o coitado.
Ri dos meus próximos pensamentos, às vezes nem acredito que eu esteja fazendo esse tipo de coisa, é... essa quarentena precisa realmente acabar. Por favor, coronavírus, já chega. Sempre ouvi falar que se fizesse essa simpatia e rezasse com fé o casamento saía. Eu tenho fé, sei rezar, e já tenho alguém perfeito. 99% de chances de dar certo. Todas as pessoas que conhecem a história de Santo Antônio, enquanto o casamento era considerado um acordo comercial, ele falava da importância do amor em seus sermões, confiam cem por cento nele, eu sou uma dessas pessoas. Talvez ele esteja pensando que eu já estou com meio caminho andado, mas eu quero percorrer a outra metade desse caminho, e de verdade não custa absolutamente nada tentar.
Resolvi acender uma vela também, tudo bem que de lá de dentro do copo com água, talvez ele nem veja, mas a intenção é a melhor, eu juro.
"Oi Santo Antônio, bom aqui estou eu. Me desculpa ter que deixar o senhor aí de ponta cabeça, mas pensei que todo mundo faz e então poxa, por que não? Qualquer coisa pensa que nem eu e não fique bravo sim? Bom, então, é... Eu gostaria de me casar. Sim, eu sei que isso praticamente já acontece, mas eu quero o casamento de papel passado e tudo. Teria condições de me ajudar nessa? Eu tiro o senhor do copo e ainda faço um altar maneiro pra te colocar. Também vou à uma missa para agradecer. Isso lógico assim que o coronavírus for embora do Brasil, e a aproveitando teria como pedir que São Judas Tadeu ajude nessa do corona? Sei que é o Santo das causas impossíveis e acredite está quase isso. Obrigada. Obrigada também pelo amor da minha vida que está esparramada lá no quarto dormindo feito um anjo, mas acorda como um furacão. Bem, amém Deus lhe pague, quero dizer Deus abençoe... Todos nós, valeu, desculpa de novo, mas pra sair já sabe né... Meu casamento. Em nome do pai, do filho e do Espírito Santo, amém."
Voltei para o quarto e encontrei Luiza deitada do mesmo jeito que eu a tinha deixado, esparramada em nossa cama, com os cabelos lhe cobrindo o rosto. Resolvi deixá-la dormir, e fui tomar meu banho, depois das novas obrigações na editora e as questões da pandemia, minhas manhãs de quarentena perderam-se na rotina, uma vez que eu já não desço mais para levar a Julieta à rua enquanto caminho até a padaria, com todas as devidas precauções é claro. Ainda estamos nos adaptando.
Tomei um banho demorado, e voltei a passar pelo quarto, ela ainda dormia, haja sono para uma mulher só. Fui até a cozinha, parte do plano casamento no papel é alimentar bem a minha mulher não é? Fiz um café forte e com canela, preparei uma bandeja com as comidas que ela mais gostava e decorei com um girassol, sempre tínhamos alguns de decoração pela casa. Catei um do corredor e pronto, estava lindo.
— Bom dia, meu amor! — A saudei assim que entrei no quarto e a vi sentada na beirada da cama.
— Oi meu amor! — Sorriu e os olhos amendoados ficaram espremidos. — Bom dia!

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Acervo Valu
FanfictionAqui publicarei uma série de oneshots com temas diversos sobre Valentina e Luiza de Stupid Wife.