01- Hogwarts é uma casa.

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Rachel Black, o nome que assombrava a maioria dos professores fazia dois anos,  a filha de Sirius, era um estrondo em Hogwarts desde que havia chegado.

(1991)

- Rachel Black! - Dumbledore gritou no salão.

- Que inferno, eu não sou surda. - Disse seguindo até o chapéu seletor, arrancando alguns olhares.

- Hum.. você é durona, rebelde.. muito rebelde. - O chapéu seletor começou. - Mas você tem uma ousadia aí dentro, uma coragem.. Grifinoria! - Dumbledore me olhou por cima do óculos.

- Parabéns pelo cargo, segunda Grifinoria com esse sobrenome. - Resmungou se sentando na mesa.

(1993)

- Olha por onde anda!
- Desculpe, não foi minha intenção esbarrar em você!
- Nunca é a intenção de ninguém se esbarrar em mim. - Ergui meu olhar para o garoto em minha frente.

Harry Potter.
O garoto da testa rachada, cabelos revoltosos, óculos redondo e literalmente, o que todas as meninas de Hogwarts eram apaixonadas.
Ele não era feio, realmente, mas, não tinha visto tudo aquilo que elas falavam ainda.

- Estou atrasado.. você não está também?
- Agora eu estou, se Harry Potter não tivesse me visto matando aula. - Me virei seguindo o caminho oposto que fazia antes, vendo o míope vir atrás de mim.

Ele andou do meu lado, mas não disse uma palavra sequer. Como eu imaginava, sem carisma algum.

- Estão atrasados! - A professora praticamente berrou.

- Você não conseguiu ver isso em sua bola de cristal? - Arqueei as duas sombrancelhas encarando a mulher em minha frente.

- Façam uma dupla, você e Harry.
- É por isso que eu odeio isso aqui, nada pode ser sozinho. - Joguei minha mochila em um canto da cadeira.

- Bebam o chá e troquem as xícaras. - Fiz o pedido e troquei de xícara com o garoto em minha frente.
- Tá conseguindo entender alguma coisa? - Ele questionou.

- Nada.
- Deixem me ver! - A professora pediu e nós entregamos as duas xícaras para ela.

Que deixou as mesmas caírem no chão.

- Não pode ser!
- O quê?
- Eu vi um desses a anos.. agora dois?! É estranho demais.
- Do que está falando?
- Um sinistro!

- O que é isso?
- É o agouro da morte. - Murmurei.

(...)

- Você não está preocupada? - Dei um salto ao ver Harry atrás de mim.

- Com você me seguindo? É, estou um pouquinho.
- Não! Com o sinistro.. e eu não estou te seguindo.
- Harry, minha vida é uma morte em si, não me preocupo com o que aquela maluca acha. - Ele me olhou, indignado.

- Vamos para Defesa Contra a Arte das Trevas.. se isso te alivia. - Bati a porta do meu armário.

(...)

Lupin me olhava estranho. Muito estranho, tinha até um pouco de medo.. não que eu não estivesse acostumada.
Funcionava assim quando seu pai estava preso há muitos anos, todos te olhavam indiferente.

- Hoje a aula será sobre, bicho papão! Dentro desse armário, contem o maior medo de vocês, ele se transforma ao ver! Vamos, formem uma fila.
Assisti todos fazerem o pedido, sem mover um músculo.

- Rachel! Colabore!
- Nhe.. tem um desse na minha cama todo dia. Não tô afim de que todos vejam.
- Você se bate com um bicho papão todo dia?
- Nada que eu não esteja acostumada.
- Faça as honras então. - Revirei os olhos.

Quando a porta se abriu pude ver, tudo que eu via, embaixo da minha cama todos os dias. Os Malfoys ( sem Draco, mas ainda eram ele.)
O loiro me olhou do outro lado.

- Ridikullus! - Ele tomou outra forma.
- Experiência é tudo professor. - Me joguei em um canto da sala.

Todos foram até que engraçados, até chegar no Potter.. seu maior medo era um dementador? Remus tomou sua frente antes que o rapaz tivesse ação e a aula encerrou ali.

Dei graças aos céus pois ia conseguir terminar a atividade atrasada de Snape.
Me sentei em uma árvore, a que eu ficava todos os dias, ninguém nunca ia lá.

Ficávamos só eu, eu e Fred.

Fred era meu melhor amigo, a única pessoa que não me olhava diferente e achava minha vida maneira. Eu gostava muito daquele ruivo.. gostava de George também, mas era mais próxima do outro gêmeo.

- Essa dama está sozinha?
- Oi, Fred. - Sorri levemente.
- O que está fazendo?
- Poções. Sabe que Snape me odeia.
- Todos os professores te odeiam.. - Olhei para ele indignada.

- Sabe muito bem o que eu acho sobre sua postura.
- Já tivemos essa conversa, essa sou eu, sou arrogante, sei que sou.. mas ninguém nunca foi muito simpático comigo também. - Ergui meu olhar para ele.

- Não tem ninguém mais parecida com o foragido Sirius do que eu e eu gosto! Gosto de parecer o meu pai, embora todos me odeiem.
- Não te odeio.
- Exceto você e George.

Fomos interrompidos por um pigarreio.

- A gente pode conversar?
- Eu vou realmente pedir uma medida protetiva contra você, Harry.
- Por favor. - Olhei para Fred, antes de assentir revirando os olhos.

- Leva minhas coisas pra comunal?.. Beijos, amo você.
Beijei sua bochecha antes que o mesmo pudesse responder.

- Achei que não tivesse sentimentos. - Disse o rapaz quando começamos a andar.

- Se me chamou aqui para falar o quanto eu sou arrogante, era melhor ter avisado, tem pessoas na sua frente.
- Não.. eu e meus amigos.
- Trio de ouro?
- Chamam a gente assim? - Dei de ombros.

- A gente queria falar com você sobre o sinistro. - Eu revirei os olhos, impaciente, mas antes que eu pudesse falar nos batemos com Hermione e Ronald.

- Ah, encontrou ela.
- Abracadabra.
- Você não parece nada com o que Fred diz.
- Avisa a ele que tem gente na fila? - Olhei para Harry que respirou fundo.

- Fala, Hermione.
- Sobre o sinistro..
- Eu não acredito, vocês tão ligados, né?
- Como?
- Eu não acredito, é tudo uma baboseira! Essa professora no máximo usa alguma coisa trouxa. - Deu de ombros.

- Eu avisei, ela não escuta ninguém. E você devia ficar longe dela Harry, é uma Black.
- Algum problema, Weasley? - Olhei séria para ele.

- Ron, ela não vai fazer nada aqui em Hogwarts.
- Eu posso só te lançar uma maldição agora.. literalmente só a consequência me impede. - Vi ele estremecer.

- Brincadeirinha. Hogwarts é uma casa de família. Agora sério, me deixa em paz.

𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐂𝐘 • 𝐇𝐀𝐑𝐑𝐘 𝐉. 𝐏𝐎𝐓𝐓𝐄𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora