02- Eu adoro o perigo.

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HARRY POTTER

- Ela é maluca, Harry. - Ron sibilou enquanto seguíamos para a comunal.

- Odeio ter que dizer isso, mas, Ron está certo, não podemos esperar nada de muito bom vindo de.. - Hermione olhou para a garota parada na escada do corredor.

O maxilar trincado, o cabelo que sempre estava preso gerava uma curiosidade de como seria ela com eles soltos, ela analisava cada pessoa com a mesma expressão de sempre.. gostaria de saber como era o sorriso dela e como eu não havia reparado muito na filha de Sirius antes.

- Vindo de Rachel.. ela é perigosa.
- Eu adoro o perigo. - Murmurei fazendo minha amiga arregalar os olhos.

- O que está havendo?
- Neville deve ter esquecido a senha. - Ron disse.

- Ei, estou aqui!
- A mulher gorda, sumiu.. poof. - Rachel disse, estava agora sentada no corrimão.

- Vai cair daí. - Ela se jogou para trás, mas no momento que eu fiz impulso de ir segurar ela a mesma voltou.
- Só faço o que eu sei que vai dar certo. - Girou seu canivete em suas mãos.
- Porque você tem um canivete? Não é proibido?
- Calado, Potter.

Precisamos encontrá-la – disse Dumbledore. –  McGonagall, por favor
localize o Sr. Filch imediatamente e diga-lhe que procure a Mulher Gorda em todos os quadros do castelo.

– Vai precisar de sorte! – disse uma voz gargalhante. Era Pirraça, o poltergeist, sobrevoando professores e alunos, encantado, como sempre, à vista de desastres e preocupações.

– Que é que você quer dizer com isso, Pirraça? – perguntou Dumbledore
calmamente e o sorriso do poltergeist empalideceu um pouco. Ele não se atrevia a atormentar o diretor. Em vez disso, adotou uma voz untuosa que não era nada melhor do que a sua gargalhada escandalosa.

– Vergonha, Sr. Diretor. Não quer ser vista. Está horrorosa. Eu a vi correndo por uma paisagem no quarto andar, Sr. Diretor, se escondendo entre as árvores. Chorando de cortar o coração – informou ele, satisfeito. – Coitada – acrescentou em tom pouco convincente.

Ela disse quem foi que fez isso? – perguntou Dumbledore em voz baixa.
– Ah, disse, Sr. Diretor – respondeu Pirraça com ar de quem carrega uma grande bomba nos braços. – Ele ficou furioso porque ela não quis deixá-lo entrar, entende. – Pirraça deu uma cambalhota no ar e sorriu para Dumbledore entre as próprias
pernas.

– Tem um gênio danado, esse tal de Sirius Black. - Involuntariamente todos viraram para Rachel, que parou com seu canivete em mãos.

- É, fui eu, ajudei meu pai a entrar aqui e esfaquear a mulher gorda tirando assim a paz da minha cama.. booh! Ah, que saco! Black é uma família, tá? Tô cansada de ser culpada por tudo esse ano. - Pulou do corrimão seguindo escada a baixo.

(...)

Dumbledore fez com que todos nós dormissemos no salão principal, mas, o que me assustou foi que eu não havia visto Rachel.

- Harry, aonde vai?
- Rachel, eu não a vi.
- Você não pode sair assim! Sirius está atrás de você!
- Vou com capa. - Peguei o pano passando por cima de mim e assim saindo do salão.

Considerando o tamanho de Hogwarts eu não andei muito para encontrar a menina sentada embaixo da mesma árvore de sempre, sua varinha iluminava o lugar com um feitiço.

- Quem está aí?
- Você é bem sensitiva. - Murmurei tirando a capa. - Porque está sozinha?

- Porque eu gosto, quem te mandou aqui? Se foi Minerva, diga a ela que..
- Vim porque quis.. você não apareceu mais depois daquilo.
- Pra quê? Pra ser jogada numa forca com 20 reais a entrada?

- Você é um pouco rude.
- A vida me fez rude.
- Não é assim com Fred.
- Fred é diferente. Me acolheu, gosta de mim.
- Porque outras pessoas não podem gostar de você? - Ela se calou.

- Não sabe de tudo mesmo, não é?
- Não..
- Quando você souber.. vai ser o primeiro a ficar contra mim.
- Não irei. Por tudo, não vou. - Ela riu ironicamente, mas não mostrou os dentes, so o canto de seu lábio se curvou.

- Não faça promessas.. que não pode cumprir.

- Você vai ver que irei. - Ela deu de ombros.

- O que está fazendo?
- Catalogando, estrelas.
- Posso ver? - A garota bufou antes de me passar o livro, estava aberta em "Sirius".

- Não sabia que era uma estrela.
- É.. a mais bonita.

"Sirius: A estrela Sirius é considerada, simultaneamente, a segunda estrela mais brilhante e a mais brilhante do céu noturno. Ela possui magnitude aparente de -1,46 e é visível em todo o planeta. Localiza-se na constelação de Cão Maior, sendo a estrela Alfa. Ela está a 8,6 anos-luz da Terra."

- Quer ver ela? A estrela?
- Claro. - Ela me entregou seu binóculo e lançou algum feitiço nele que me guiou para a estrela certa.

Passei alguns instantes a olhando.

- É linda mesmo.
- Vão sentir sua falta.. digo, no castelo.
- E a sua?
- Ninguém se importa muito comigo.
- Eu estou aqui. - Ela suspirou e, pela primeira vez, não me deu uma resposta, era um avanço.

- Vamos voltar para o castelo, não vou dormir se ficar aí.
- Você não vai dormir de qualquer jeito.
- Você tem um ponto, mas me deixe ser gentil. - Ela fechou seu livro.

- Só vou voltar, porque está frio. - E passou pela minha frente me fazendo seguir atrás dela como um cachorro que está agarrado na coleira o tempo inteiro.

- Ei! Entra na capa. - Ela arregalou os olhos.
- Não vou deixar você levar outra bronca. - Ela relutou um pouco antes de entrar na capa.. quando adentramos o salão, os professores falavam algo.

– O senhor se lembra da conversa que tivemos, diretor, antes... ah... do começo do ano letivo? – perguntou Snape, que mal abria os lábios para falar, como se quisesse impedir Percy de ouvir.

– Lembro, Severo – disse Dumbledore, e sua voz tinha um tom de aviso.
– Parece... quase impossível... que Black possa ter entrado na escola sem ajuda
de alguém aqui dentro. Expressei minhas preocupações quando o senhor nomeou...

– Não acredito que uma única pessoa no castelo tenha ajudado Black a entrar – disse Dumbledore, e seu tom deixou tão claro que o assunto estava encerrado que Snape se calou.

– Preciso descer para falar com os dementadores – disse Dumbledore. – Prometi que avisaria quando a nossa busca estivesse terminada.

– Eles não quiseram ajudar, diretor? – perguntou Percy.
– Ah, claro – disse Dumbledore com frieza. - Mas enquanto eu for diretor, eles nao irão cruzar a fronteira.

Eu e Rachel esperamos eles saírem e seguimos para os dois colchões vazios do lado dos meus amigos.

- Estavam falando de você?
- Não..
- Sabe de quem é?
- Tenho minhas dúvidas. - Encarou a janela que mostrava a lua cheia.

𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐂𝐘 • 𝐇𝐀𝐑𝐑𝐘 𝐉. 𝐏𝐎𝐓𝐓𝐄𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora