32.

935 104 35
                                    

˖ Nishimura Riki ˖






Eu estava na casa de Sunoo, havia chegado a pouco tempo e nós estávamos deitados no sofá da sala assistindo um desenho animado da preferência do Kim. Éramos cobertos pelo edredom de Sanrio que o mais velho tinha, ainda fui obrigado a usar um pijama combinando com ele.

Minha intenção não era fazer aquilo outra vez com ele, muito menos era intenção dele. Aquela foto não passou dos olhinhos grandões dele e a linguinha pra fora, disse todas aquelas coisas por brincadeira e ele entrou na onda.

Tínhamos uma panela de brigadeiro entre a gente, também um balde de pipoca da Marvel que estava na mesa de centro — havíamos acabado de comer tudo. 

Sunoo se remexeu no sofá, ficando mais em cima de mim e entrelaçando nossas pernas. Senti meu coração bater rapidamente e minha garganta ficar seca, o que não passou despercebido pelo menor que me encarou com aqueles olhos castanhos, que eu era perdidamente apaixonado.

— Você tá bem? – perguntou tirando a panela sem nada e colocando na mesa junto do balde de pipoca.

— Tô sim, Sunnie. Vem, deita aqui de novo. – abri meus braços e não demorou pra ele se jogar ali novamente.

Adorava ficar daquele jeito com ele, me sentia seguro e sabia que Sunoo sentia o mesmo. Acariciei sua bochecha e cheirei seus cabelos, gostando do novo cheiro que ele emanava. Uva.

Parei de prestar atenção no filme para observar o mais velho, sorrindo bobo ao notar cada detalhe seu; as bochechas gordinhas e naturalmente rosadas, pequenas sardinhas espalhadas pelo rosto, o nariz tão perfeito, os olhos de raposa e os lábios atrativos, que eu amava beijar. Tudo em Sunoo me encantava de certa forma, e nunca consegui dizer a ele o que pensava e sentia, mas naquela hora eu não pensei duas vezes em dizer..

— Eu te amo.

Sunoo ergueu o rosto, me olhando com aquela carinha confusa que ele dava sempre que não entendia perfeitamente o que alguém dizia a ele.

— O que? – seus olhos estavam brilhando, eu sorri.

— Disse que eu te amo. – repeti novamente, mas parecia que ele ainda não estava acreditando. — Eu te amo, Sunoo. Amo como nunca pensei amar alguém.

— Niki, eu.. – o interrompi colocando o indicador em seus lábios.

— Não, não precisa dizer nada agora, sei que ainda é cedo.. só fazem três semanas que a gente tá nesse lance, mas pra mim parece meses! Se não tá sentindo o mesmo agora, tudo bem, eu entendo e vou esperar até que sinta.

— Niki, você não tá..

— Eu não terminei! – interrompi ele outra vez, suspirando baixo. — Pode demorar o tempo que for, eu vou esperar e tentar te fazer se apaixonar por mim, ok? Mas se você não tá preparado pra algo mais sério, eu vou entender também e te deixo em paz, mas por contrário, caso você esteja disposto a aprender a amar, eu estarei aqui para..

— Eu também te amo, Riki. – ele me interrompeu, e foi a melhor interrupção da minha vida. — Eu te amo mais que tudo! E eu não me importo se faz só três semanas.. foram as melhores três semanas da minha vida! Que eu realmente me senti vivo e capaz de amar alguém. E fico feliz que seja você quem eu amo de verdade!

Não me dei conta quando comecei a chorar bem ali, só percebi quando Sunoo sorriu e limpou meu rosto, mas logo ele também começou a chorar.

O puxei para um beijo, o beijo mais apaixonado que eu já pude dar. Todos os nossos sentimentos foram colocados naquele simples ósculo, sentindo tudo ao mesmo tempo sem nos importarmos tanto.

— Então.. – comecei depois de nós nos afastarmos. — Estamos namorando agora?

— Pensei que estivéssemos namorando desde a primeira conversa.. – disse risonho, me fazendo rir também. — Eu te amo, Nishimura Riki.

— Eu te amo mais, Kim Sunoo.

E daquele momento em diante, eles esqueceram aquele desenho e subiram para o quarto, onde fizeram dele o seu próprio mundo. Se amaram de todas as formas que poderiam imaginar, colocando mais uma vez seus sentimentos para fora durante todos aqueles minutos.

E não seria a primeira e nem última vez que se amariam daquela forma. Ainda tinham uma longa vida pela frente, e aproveitariam cada momento dela como se fosse o último capítulo de sua história, mas não estava nem perto de ser.

What A Man Gotta DoOnde histórias criam vida. Descubra agora